Acompanhe a cobertura do evento que comemora os 95 anos da Folha com a presença de renomados profissionais da imprensa em oito debates
A Folha celebra seus 95 anos com um ciclo de debates sobre os desafios do jornalismo no século 21 e a crise política e econômica brasileira.
O Encontro Folha de Jornalismo é realizado no MIS (Museu da Imagem e do Som) de São Paulo nesta quinta-feira (18) e sexta-feira (19).
Oito mesas, quatro a cada dia, reúnem alguns dos principais profissionais da imprensa brasileira e internacional. Confira a programação completa.
"Tendo a acreditar que os modelos de negócio e suas crises, e suas necessárias reformulações, são um desafio específico que a atividade imprensa assumiu durante a democracia", afirma Bucci.
Eugênio Bucci, professor da Escola de Comunicações e Artes da USP, colunista da revista "Época", articulista do jornal "O Estado de S. Paulo" e diretor de Redação da "Revista de Jornalismo ESPM" diz que irá falar sobre os desafios do jornalismo "além do que as fronteiras de tecnologia e de mercado deixam ver".
Por outro lado, a diretora de Redação do "Valor" diz que a receita publicitária "é de chorar" e cresce muito menos do que o número de leitores do jornal. Apenas 0,2% no ano passado.
Brandimarte conta que as assinaturas do "Valor Econômico" impresso caíram 7% em 2015, mas as assinaturas digitais do jornal cresceram 35% no mesmo período. Segundo a diretora de Redação do jornal, a projeção é de que em meados de janeiro de 2018 o número de assinaturas digitais do "Valor" irão superar as impressas --hoje são 63 mil assinantes no total.
Agora os jornalistas Vera Brandimarte, diretora de Redação do "Valor Econômico", Eugênio Bucci, professor da Escola de Comunicações e Artes da USP, Leão Serva, colunista da Folha, e Sérgio Dávila, editor-executivo da Folha, participam da mesa "Novas formas de informar".
O diretor de Redação da Folha encerrou sua fala citando um provérbio inglês que Octavio Frias de Oliveira --"que conduziu e inspirou a organização durante décadas"-- costumava citar: "where there is a will, there is a way, onde há uma vontade, há um caminho".
Otavio Frias Filho agradeceu aos profissionais que "trabalharam e trabalham nesse esforço coletivo" --de fazer da Folha, aos 95 anos, um "serviço público, um estilo de imprensa e até um ícone".
Por outro lado, "bom jornalismo é atividade dispendiosa" e, "embora exista um público muito promissor disposto a remunerar o trabalho jornalístico na forma de assinatura digital, a perspectiva publicitária tem se mostrado mais problemática". Lembrou o crescimento da escolaridade e da classe média como "motivo para confiança".
Por um lado, surgiram novos veículos nas novas plataformas, "diversidade benéfica para o público", com "jornalismo comunitário, militante, autoral e até de entretenimento", trazendo pluralidade. "Mas são parciais. Não podem nem pretendem reproduzir a referência do jornalismo profissional", disse Frias Filho.
"Nunca se divulgou nem se leu tanta notícia", mas "os pilares de sustentação do jornalismo foram abalados pela transformação tecnológica", afirmou.