Acompanhe a cobertura do evento que comemora os 95 anos da Folha com a presença de renomados profissionais da imprensa em oito debates
A Folha celebra seus 95 anos com um ciclo de debates sobre os desafios do jornalismo no século 21 e a crise política e econômica brasileira.
O Encontro Folha de Jornalismo é realizado no MIS (Museu da Imagem e do Som) de São Paulo nesta quinta-feira (18) e sexta-feira (19).
Oito mesas, quatro a cada dia, reúnem alguns dos principais profissionais da imprensa brasileira e internacional. Confira a programação completa.
(Vera Brandimarte, diretora de Redação do "Valor Econômico")
"Não se faz revolução com a cultura do passado", afirma. Para Serva, os veículos tradicionais precisam deixar "as ordens do antigo regime" para conseguir inovar.
Serva cita novos veículos, como o BuzzFeed, que não dependem da publicidade da mesma forma como os veículos tradicionais.
Leão Serva, colunista da Folha, aborda a história do jornalismo de massas e fala sobre as mudanças no modelo de negócios que deverão ocorrer devido a um novo ciclo econômico e de relação com a sociedade.
(Da esq. para dir.: Vera Brandimarte, Eugênio Bucci, Sérgio Dávila e Leão Serva participam da primeira mesa do Encontro Folha de Jornalismo)
Encerrando sua fala, Bucci diz que o último desafio do jornalismo é "honrar a língua". "Nosso idioma vem sofrendo demais."
O professor da USP defende ainda "rejeitar a sedução do entretenimento". Para ele, é preciso que o entretenimento seja coberto de forma crítica pelos veículos, pois o jornalismo não pode ser confundido com o entretenimento.
Eugênio Bucci defende uma maior internacionalização das redações, no contexto cada vez maior de globalização do capitalismo. Ele lembra que trabalhos de cooperação envolvendo profissionais de diferentes países têm surgido, com bons resultados.
"Nosso primeiro desafio é resguardar a existência de redações profissionais e de grande dimensão, com bastante gente. Como financiar isso é um problema, mas sem isso estaremos sem perspectiva" diz Bucci, lembrando que um dos principais papeis da imprensa é refletir criticamente sobre os mecanismos de poder.
O professor da USP lembra que modelos públicos de imprensa "prosperaram ao longo dos séculos" e "guardam ensinamentos que podemos olhar".