Acompanhe a cobertura do evento que comemora os 95 anos da Folha com a presença de renomados profissionais da imprensa em oito debates
A Folha celebra seus 95 anos com um ciclo de debates sobre os desafios do jornalismo no século 21 e a crise política e econômica brasileira.
O Encontro Folha de Jornalismo é realizado no MIS (Museu da Imagem e do Som) de São Paulo nesta quinta-feira (18) e sexta-feira (19).
Oito mesas, quatro a cada dia, reúnem alguns dos principais profissionais da imprensa brasileira e internacional. Confira a programação completa.
Flávio Pinto lembra da época da ditadura militar em que havia censores nas redações. Diz que, por este motivo, a imprensa foi impedida de cobrir de forma correta uma epidemia de meningite em São Paulo, "a maior em meio urbano que já houve no mundo". E faz um paralelo com o atual surto do vírus zika, que se espalha por "incompetência" do governo em combater o mosquito.
(Eugenio Martínez, jornalista político venezuelano)
"Chegar à oposição exige uma responsabilidade e capacidade técnica para não se liquidar a empresa jornalística", diz o jornalista.
Agora fala Lúcio Flávio Pinto, criador do "Jornal Pessoal", veículo alternativo sobre a região amazônica que circula em Belém desde 1987. Trabalhou por 18 anos como repórter no "Estado de S. Paulo". Ganhou quatro prêmios Esso. Escreveu, entre outros, o livro "A Questão Amazônica".
Alconada Mon conta que usa um conceito do jornalista americano Jeff Leen, do "Washington Post", chamado de "wave effect", ou "efeito de onda". "Se publica uma história, e se espera um pouco. Se publica outra, e se espera um pouco. Com o tempo o público começa a internalizar."
(Da esq. para dir.: Eugenio Martínez, Hugo Alconada Mon, Lúcio Flávio Pinto e Clóvis Rossi)
Hugo Alconada Mon, secretário-assistente de Redação do jornal argentino "La Nación", conta sobre o caso dos hoteis da família Kirchner, uma investigação que levou quatro anos e revelou um esquema de ocultação de bens da família presidencial. A resposta do governo foi acusar o jornal de crime contra as instituições nacionais.
Na Venezuela, diz Martínez, os governistas defendem que a imprensa deveria apenas noticiar as ações do governo, sem apresentar ao leitor uma análise independente.
Martínez afirma que o ambiente político da Venezuela é tão carregado atualmente que qualquer crítica feita pela imprensa é encarada como um ataque oposicionista. Ele cita, por exemplo, que mesmo críticas a um erro de projeção econômica simples, de responsabilidade do governo Nicolás Maduro, são vistas assim.
(Plateia acompanha o Encontro Folha de Jornalismo no auditório do MIS)