A Folha promove nesta segunda (21) e terça-feira (22), com o patrocínio da Clua (Climate and Land Use Alliance), o Fórum Desmatamento Zero, que discutirá propostas e estratégias para eliminar o desmatamento no Brasil e a emissão de gases de efeito estufa causada por ele.
O seminário reúne 21 convidados para as palestras e debates. Participam das dicussões Maria Lúcia de Oliveira Falcón, presidente do Incra, Raimundo Deusdará Filho, diretor-geral do Serviço Florestal Brasileiro e Thelma Krug, assessora de Cooperação Internacional do Inpe, entre outros nomes.
Os temas principais são o conceito de desmatamento ilegal zero defendido pelo governo federal, as metas brasileiras para a Conferência do Clima em Paris e o papel das cadeias produtivas –pecuária à frente– na eliminação do desflorestamento, além da exploração ilegal de madeira.
Os debates e palestras acontecem no Tucarena (rua Monte Alegre, 1.024, Perdizes), das 9h às 13h.
"Devemos olhar para a consolidação da economia florestal de nossas florestas tropicais. O Brasil tem a oportunidade de que o modelo de produção consiga equilibrar a integração da agricultura e a floresta", diz.
Ele cita a Finlândia e Suécia, países que tem economia florestal em bases fortes.
Professor da UnB Eduardo Viola fala sobre Conferência de Paris
"Se esse valor econômico e social é reconhecido, podemos consolidar a permanência da floresta como um ativo."
Segundo ele, grande parte da discussão é reconhecer que o desmatamento caiu. "Mas é preciso entender as causas do desmatamento, se é o agronegócio, a grilagem, e também o valor da floresta."
"O país fez um esforço imenso para discutir a questão do desmatamento, passamos muito tempo em busca do culpado e deixamos de lado o valor da floresta", afirma.
Ele diz que é importante o debate chegar à sociedade, "uma vez que 60% do território nacional é coberto por florestas."
Roberto Waack, da Amata, dá sequência ao painel.
"A diferença é que estamos dispostos a um compromisso legalmente vinculante; antes era compromisso voluntário. Vamos dar visibilidade em Paris também ao mecanismo de Redd plus [Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação]."
"Não vamos a Paris com uma bala de prata, esperamos iniciar um processo a partir de uma base que são a INDC [meta quantitativa de redução de gases do efeito estufa]", afirma.