A Folha promove nesta segunda (21) e terça-feira (22), com o patrocínio da Clua (Climate and Land Use Alliance), o Fórum Desmatamento Zero, que discutirá propostas e estratégias para eliminar o desmatamento no Brasil e a emissão de gases de efeito estufa causada por ele.
O seminário reúne 21 convidados para as palestras e debates. Participam das dicussões Maria Lúcia de Oliveira Falcón, presidente do Incra, Raimundo Deusdará Filho, diretor-geral do Serviço Florestal Brasileiro e Thelma Krug, assessora de Cooperação Internacional do Inpe, entre outros nomes.
Os temas principais são o conceito de desmatamento ilegal zero defendido pelo governo federal, as metas brasileiras para a Conferência do Clima em Paris e o papel das cadeias produtivas –pecuária à frente– na eliminação do desflorestamento, além da exploração ilegal de madeira.
Os debates e palestras acontecem no Tucarena (rua Monte Alegre, 1.024, Perdizes), das 9h às 13h.
Everton Lucero, do Ministério das relações exteriores, começa a falar.
"A saída do vermelho vai ser pelo verde, das florestas e da redução do carbono", concluiu Rittl.
"Vamos fazer o que podemos, porque é do interesse da economia. Momento de ajuste não deveria ser só fiscal, mas para direcionar a economia para uma redução de emissões", afirma.
"Secas, estiagens, chuvas e tornados, somos muito vulneráveis, por isso é do interesse do país que se assumam compromissos ambiciosos na COP21 [Conferência de Paris]."
"Mesmo os investimentos em agricultura de baixo carbono foram reduzidos este ano", diz.
Segundo ele, a geração de energia tem emissões crescentes ao longo do tempo, e isso não tem sido muito discutido.
"Em 2007, o presidente do BNDES ajudou a construir uma lógica econômica que considerava que não desmatar no país é mais interessante economicamente do que desmatar."
"Comparar nossos esforços com os de outros países é muito importante, mas é necessário que a gente olhe para nossos potenciais. Talvez seja possível fazer mais. E se for bom para nossa economia, por que não fazer? Se for bom para todos nós? Por que não fazer? Não dá mais para conviver com essas taxas de desmatamento", diz.
No caso do Brasil, segundo ele, apesar das emissões por desmatamento terem reduzido, elas continuam altas. "Temos uma perda de terras na Amazônia de cerca de 5 mil km² por ano".
"Poderia trazer benefícios num horizonte relativamente curto, de 10 a 15 anos, para enfrentar as mudanças climáticas", afirma Rittl.