O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o ex-presidente da Petrobras Sérgio Gabrielli prestam depoimento nesta quinta (12) à CPI da Petrobras.
Cunha foi acusado pelo doleiro Alberto Youssef de ter recebido propina referente a um contrato da petroleira. Ele nega e afirma que o governo atuou para que ele fosse alvo da investigação.
Já sobre Gabrielli pesa o fato de ele ter sido presidente da estatal durante parte do período em que a empresa é investigada pela CPI e o fato do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa ter relatado uma operação considerada "suspeita" na compra de uma refinaria em 2007.
O deputado Afonso Florence (PT-BA) provocou risos ao reclamar por tentarem cortar seu microfone. "Presidente, eu quero que garanta minha palavra, eu estou sendo molestado aqui".
"Barusco esteve aqui, assumiu que roubava desde 1997 ou 1998 e está sendo transformado em heroi", diz Afonso Florence (PT).
João Gualberto (PSDB-BA) acusa Gabrieli de irresponsabilidade. "Não queira misturar eu com o senhor."
Afonso Florence (PT), com a palavra, faz uma defesa do governo Dilma, lembrando os baixos índices de desemprego e obras do PAC. "O Brasil vai sair desse momento difícil e vamos garantir emprego para o nosso povo."
Quando Gabrielli começou a responder, o deputado João Gualberto (PSDB-BA) tentou continuar falando e teve o áudio de seu microfone cortado.
"Sergio Gabrielli, eu não sei como o senhor consegue dormir" diz João Gualberto (PSDB-BA). O deputado se recusou a fazer perguntas e disse que não assumir que as perguntas do relator foram combinadas seria "brincar com a inteligência do povo brasileiro".
João Gualberto (PSDB-BA) afirmou ter convicção de que o relator, Luiz Sérgio (PT-RJ), combinou com Gabrielli quais perguntas faria na CPI.
Gabrielli lembra que o PSDB é contra a alteração do marco regulatório, o que na opinião dele "vai desmontar o 'conteúdo nacional'". O deputado tucano Otávio Leite (RJ) responde que o PSDB tem em tramitação uma PEC que asseguraria o impedimento de se privatizar a Petrobras.
"É indignante, é roubar o dinheiro do povo brasileiro!", diz a deputada Eliziane Gama (PPS-MA), sobre o desperdício de dinheiro com obras não realizadas pela Petrobras, como a da refinaria no Maranhão.
Sobre o projeto da refinaria Premium 1, em Bacabeira (MA), Gabrielli disse que chegou até a terceira fase (de quatro possíveis), mas que se tornou economicamente inviável. Assim, segundo Gabrielli, a concepção do projeto precisava ser redefinida.