O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o ex-presidente da Petrobras Sérgio Gabrielli prestam depoimento nesta quinta (12) à CPI da Petrobras.
Cunha foi acusado pelo doleiro Alberto Youssef de ter recebido propina referente a um contrato da petroleira. Ele nega e afirma que o governo atuou para que ele fosse alvo da investigação.
Já sobre Gabrielli pesa o fato de ele ter sido presidente da estatal durante parte do período em que a empresa é investigada pela CPI e o fato do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa ter relatado uma operação considerada "suspeita" na compra de uma refinaria em 2007.
O doleiro Alberto Youssef afirmou à força-tarefa da Operação Lava Jato que Cunha recebia propina referente a um contrato firmado pela estatal com as empresas Mitsui e Samsung relativo ao aluguel de navio-plataforma.
O dinheiro, de acordo com Youssef, chegava ao deputado por intermédio do lobista Fernando Soares, suspeito de fazer o elo do PMDB com o esquema.
Eduardo Cunha nega que o operador Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, seja operador do PMDB.
Eduardo Cunha diz que o Ministério Público poderia ter reinquirido o policial federal Jayme Alves de Oliveira Filho, o "Careca", mas optou por não fazê-lo.
Eduardo Cunha já havia dito em janeiro que a citação ao seu nome era frágil.
O presidente da Câmara voltou a atacar o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, autor do pedido de abertura de inquérito junto ao STF (Supremo Tribunal Federal).
"O Ministério Público escolheu quem investigar. Não investigou todos, não teve critério único e, por motivações de natureza política, escolheu os alvos da investigação."
Neste momento, Eduardo Cunha faz uma explanação, defendendo-se das suspeitas de que era beneficiário do esquema de propina no esquema de corrupção da Petrobras.
Eduardo Cunha refuta que tenha cometido irregularidades. Entenda como a delação de Alberto Youssef implicou o presidente da Câmara.
Começa o depoimento do presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Ele diz que virá depor quantas vezes a CPI achar necessário, "sem necessidade de qualquer requerimento".
Logo após a abertura da sessão, o líder do PSOL, deputado Chico Alencar (RJ), pediu a palavra e ressaltou que o colegiado ainda não ouviu nenhum personagem que possa dar mais detalhes sobre a participação de Eduardo Cunha no escândalo. Segundo Chico Alencar, isso tende a beneficiar o presidente da Câmara.
"Esse depoimento não deve ter tom de desagravo e tem deficiência congênita. José Sérgio Gabrielli (ex-presidente da Petrobras) será ouvido aqui a partir de depoimento de (ex-gerente da Petrobras, Pedro) Barusco. Cunha não terá seus esclarecimentos precedidos de oitivas fundamentais, como de Alberto Youssef, Fernando Baiano, Julio Camargo, Jayme Alves de Oliveira", criticou o líder do PSOL.