O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o ex-presidente da Petrobras Sérgio Gabrielli prestam depoimento nesta quinta (12) à CPI da Petrobras.
Cunha foi acusado pelo doleiro Alberto Youssef de ter recebido propina referente a um contrato da petroleira. Ele nega e afirma que o governo atuou para que ele fosse alvo da investigação.
Já sobre Gabrielli pesa o fato de ele ter sido presidente da estatal durante parte do período em que a empresa é investigada pela CPI e o fato do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa ter relatado uma operação considerada "suspeita" na compra de uma refinaria em 2007.
"Eu não desqualifiquei a lista, desqualifiquei a minha participação na lista", disse Cunha. A lista com os nomes dos 50 investigados foi liberada pelo ministro do STF Teori Zavascki na noite da última sexta-feira (6).
Perguntado por Eliziane Gama (PPS-MA) se estendia as acusações ao ministro Teori Zavaski, relator do caso Petrobras no STF, Eduardo Cunha disse que ele foi coerente, ao contrário de Rodrigo Janot.
"Em nenhum momento, fiz crítica a ministro Teori Zavaski. Ao contrário do procurador, foi uniforme e abriu todos os pedidos de inquérito. Foi coerente, então não me cabe discutir", afirmou.
"Estaria o Planalto jogando contra vossa excelência?", pergunta a deputada Eliziane Gama (PPS-MA) a Eduardo Cunha.
Deputada Eliziane Gama (PPS-MA) saúda a presença voluntária de Eduardo Cunha na CPI e diz esperar a mesma iniciativa por parte do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado.
O deputado Izalci Ferreira (PSDB-DF) diz que não se pode desqualificar todos os inquéritos, nem o instituto da delação premiada. Ele acredita que o procurador Rodrigo Janot tinha elementos para apresentar denúncias diretamente . "Existem sim provas contundentes contra muitas autoridades."
"O Procurador [Janot] precisa explicar porque escolheu a quem investigar", diz Eduardo Cunha.
Cunha volta a falar e diz que não está fazendo "juízo de valor" sobre Delcídio Amaral (PT-MS) ao defender a abertura de inquérito contra ele. "Estou mostrando a incoerência, porque se tivesse mantido a linha, teria que abrir inquérito contra Delcídio. Ele não junto as doações a Delcídio [nos autos] e descartou fala de Paulo Roberto Costa dizendo que ele foi responsável por indicação".
Retomando a palavra, Eduardo Cunha reitera que o procurador Rodrigo Janot não adotou o mesmo critério para todos. Para ele, a Procuradoria Geral da República tinha mais motivos para investigar o senador Delcídio Amaral (PT-MS).
Quando a palavra foi passada ao relator Luiz Sérgio (PT-RJ), que tem a prioridade para fazer perguntas, ele não questionou nada. "O pedido de inquérito se baseia também em uma doação da Camargo Corrêa legal declarada à Justiça Eleitoral no ano de 2010", afirmou.
"O que vale aqui é a defesa da honra de uma pessoa", disse o deputado Altineu Cortes (PR-RJ), falando sobre Eduardo Cunha e os demais citados.