O ministro Guido Mantega (Fazenda) presta esclarecimentos na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara sobre a compra da refinaria de Pasadena, nos EUA. Mantega explicará as supostas advertências que teria feito ao governo em 2008 sobre possíveis prejuízos com compra da refinaria
Sem o apoio da oposição, o Senado instala nesta quarta-feira (14) a CPI da Petrobras, criada para investigar irregularidades na estatal. A comissão de inquérito tem a chancela do Palácio do Planalto, contrário à instalação da CPI mista (com deputados e senadores) para apurar denúncias na Petrobras.
O negócio é investigado pelo TCU (Tribunal de Contas da União), pela CGU (Controladoria Geral da União), pela Polícia Federal, pelo Ministério Público Federal e por auditoria interna.
A Petrobras e a Astra foram sócias na refinaria de Pasadena entre 2006 e 2008, cada uma com participação de 50%. Mais tarde, a estatal brasileira foi forçada por contrato a comprar a parte dos belgas, numa operação que elevou para US$ 1,18 bilhão o custo da aquisição da refinaria.
O documento foi feito a pedido de Mantega, que já estava à frente do Ministério da Fazenda na época. O documento trazia advertências sobre o contrato de aquisição da refinaria de Pasadena: uma sobre a cláusula Marlim (que dava à outra sócia –Astra Oil-- uma garantia de rentabilidade mínima de 6,9% ao ano) e outra que informava sobre a abertura de auditoria pela diretoria da Petrobras para apurar eventuais prejuízos na compra da refinaria de Pasadena (EUA), além de possíveis falhas.
Mantega vai explicar as supostas advertências que teria feito ao governo em 2008 sobre os possíveis prejuízos com a compra da refinaria. Reportagem da revista “Veja” afirma que o ministro Luís Inácio Adams, então procurador-geral da Fazenda, enviou ofício a Erenice Guerra (na época era secretária-executiva da Casa Civil) pedindo que a ata da reunião do Conselho de Administração da Petrobras incluísse duas ressalvas sobre a compra da refinaria.
No dia 28 de abril, a presidente Dilma afirmou que era injusto que a Petrobras, "a maior empresa brasileira", tenha sua imagem manchada por conta de erro de um funcionário. De acordo com a presidente, falhas como essa acontecem em qualquer empresa, mesmo as privadas.
Quando participou de audiência no Senado, no dia 15 de abril, Graça havia admitido que a compra de Pasadena não tinha sido um bom negócio, mas endossou a versão de Dilma ao afirmar que o resumo que norteou a compra da refinaria estava incompleto.
A presidente da Petrobras, Graça Foster, já prestou esclarecimentos à Câmara no dia 30 de abril. Na ocasião, Graça suavizou seu discurso anterior ao Senado, realizado no dia 15 de abril, sobre a aquisição da refinaria e sustentou que por dois anos o negócio poderia ser considerado "potencialmente bom.
Mantega presta esclarecimentos sobre a onda de denúncias envolvendo a Petrobras, como a compra da refina de Pasadena, nos Estados Unidos.
Bom dia. Acompanhe pela Folha a audiência do ministro Guido Mantega (Fazenda) na Comissão de Fiscalização Financeira da Câmara.