Este ‘past blogging’ revive os principais momentos da derrubada do presidenteJoão Goulart e do início da ditadura militar. Os horários equivalem ao que acontecia 50 anos atrás. A narrativa começa às 21h30 de 30.mar.1964 e termina em 2.abr.
São Paulo. Após muitos boatos, Kruel decide aderir ao golpe militar. Sua participação é tida como crucial tanto pelos militares que defendem Jango como pelos que querem depô-lo. O general Kruel já havia telefonado três vezes nesta noite para tentar convencer Jango a romper com a esquerda.
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O jornalista e governador do Rio de Janeiro em 1964, Carlos Lacerda (mar.1967/Folhapress).
Rio. Carlos Lacerda, governador do Rio, com uma metralhadora na mão, comemora a adesão do general Kruel.
Greve do sindicato dos estivadores (Acervo UH/Folhapress).
Rio. O Comando Geral dos Trabalhadores determina o início de uma greve geral em todo o país, em apoio a João Goulart. São paralisados os trens da Central do Brasil e da Leopoldina, o porto de Santos e os bondes da Guanabara. A greve é também uma resposta às prisões, ocorridas na véspera, de vários líderes sindicais pela Polícia da Guanabara, no Sindicato dos Estivadores.
Rio. Castello Branco muda três vezes de esconderijo Costa e Silva, codinome Tio Velho, duas. Silva fixa-se num apartamento em Botafogo e dispara cerca de cem ligações, nelas, mandou três generais levantarem as principais unidades no Rio
Rio. O “Correio da Manhã” publica um editorial intitulado “Fora”, que diz “Não resta outra saída ao Sr. João Goulart senão entregar o governo ao seu legítimo sucessor”
Local indeterminado. Segundo Elio Gaspari, em “A Ditadura Envergonhada”, Luiz Carlos Prestes, que parecia tranquilo na noite anterior, mantém 40 mil militantes do Partido Comunista em sobreaviso.
Rio. A UNE pede aos estudantes que se mobilizem em atos públicos de resistência
Brasília. O senador Auro de Moura Andrade (foto) reúne-se com o general Nicolau Fico, comandante em Brasília. Apresenta-se como a mais alta autoridade constitucional do país no momento e ordena que o general assuma a defesa e o policiamento ostensivo de Brasília, que está com as linhas telefônicas para outros Estados interrompidas e com rádio e TV controlados pelo governo, que também interdita o aeroporto e bloqueia as rodovias. Auro ainda solicita ao governador de Goiás o envio de metralhadoras para fazer a segurança do Congresso.