Terroristas atacaram seis alvos em Paris na sexta-feira (13), deixando 129 mortos e cerca de 350 feridos, no pior atentado na Europa desde as explosões de bomba no sistema de transportes de Madri, em 2004.
Após o Estado Islâmico reivindicar os ataques, o presidente François Hollande afirmou que a França está em guerra e reforçou sua operação aérea contra a facção radical na Síria.
O ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, disse nesta quarta (18) que a polícia francesa prendeu 29 pessoas em operações na noite de terça-feira (17) como parte das investigações sobre atividades suspeitas após os ataques de sexta-feira em Paris. As informações são da Reuters. No total, foram realizadas 414 ações policiais em reação aos ataques da semana passada, totalizando 60 pessoas sob custódia, 118 em prisão domiciliar e 75 armas apreendidas, disse Cazeneuve em comunicado, acrescentando que as operações vão continuar pelos próximos dias.
Moradores do prédio que foi alvo da operação policial na manhã desta quarta (18) disseram à rádio Europe que sentiram pânico quando os tiros começaram pouco antes das 4h30 da manhã. "Vimos balas voando e miras a laser pela janela. Houve explosões. Você podia sentir o prédio inteiro tremer", disse Sabrine, moradora de um apartamento em um andar abaixo de onde pelo menos um suposto atirador estava escondido. Ela disse que ouviu as pessoas no apartamento conversando, correndo e carregando armas.
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(Foto: Yoan Valat/Reuters)
Em resposta às críticas sobre a presença de terroristas entre refugiados que chegam à Europa, Hollande respondeu: "Alguns querem estabelecer uma relação entre o fluxo de refugiados vindos do Oriente Médio e a ameaça terrorista que existe em nosso país. Essa relação não existe, pois os habitantes das zonas do Iraque e da Síria controladas pelo EI são martirizadas por esses que nos atacam hoje."
Alguns internautas começaram a usar a hashtag #jesuischien para homenagear o cão da polícia morto durante operação para encontrar o suspeito de planejar os ataques terroristas de sexta-feira (13), o belga descendente de marroquino Abdelhamid Abaaoud. A operação foi iniciada aós a polícia ter interceptado ligações telefônicas que indicavam que o suspeito estaria escondido em um apartamento no norte de Paris. As autoridades não confirmaram se o suspeito foi preso ou morto nesta quarta (18).
Hommage entre chiens
A Diesel...
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— M@NU ™ (@ManuBresset) 18 novembro 2015
François Hollande também pediu aos franceses que não cedam à tentação de revidar, após os atentados realizados pelo Estado Islâmico (EI). "O Daesh (acrônimo árabe para o EI) quer destilar, através das próprias mortes, o veneno da suspeita, da estigmatização, da divisão. Não cedam à tentação de revidar, não cedam ao medo e aos excessos", concluiu.
O presidente francês, François Hollande, reiterou que a França “está em guerra” contra o terrorismo do Estado Islâmico, mas pediu às pessoas que não cedam ao medo. “O que seria do nosso país sem os cafés, concertos, eventos esportivos e museus?”, indagou em discurso aos prefeitos do país, após a operação policial desta manhã.
Moradores evacuam prédio que foi alvo da operação policial no norte de Paris nesta madrugada. A polícia tinha informações de que um suspeito mentor dos ataques de sexta-feira (13) estava escondido em um dos apartamentos. (Foto: Peter Dejong/Associated Press)
O presidente francês, François Hollande, defendeu "restrições temporárias de liberdades" em pronunciamento após a operação policial realizada no norte de Paris nesta quarta (18). "Recorrer à restrição de liberdades é nos dar meios de recuperá-las plenamente", completou.
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