As manifestações convocadas para esta quinta-feira (20) por movimentos sociais que se opõem ao impeachment de Dilma Rousseff defenderam a presidente, mas atacaram o ministro da Fazenda, Joaquim Levy.
Em São Paulo, os manifestantes, que se reuniram no largo da Batata (região oeste), vão até o Masp, na av. Paulista. Os protestos ocorreram nas capitais de 24 Estados, além do Distrito Federal. Apenas Rio Branco (AC) e Macapá (AP) não tiveram atos.
Já era previsto que as mobilizações criticassem medidas tomadas como o ajuste fiscal e a Agenda Brasil, pacote de medidas propostas pelo PMDB do Senado.
A CUT (Central Única dos Trabalhadores), a UNE (União Nacional dos Estudantes) e o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) estão à frente das manifestações, mas foram às ruas com pautas diferentes.
Ligadas historicamente ao PT, CUT e UNE protestam contra os pedidos de impeachment de Dilma. Para o MTST, a prioridade é criticar o ajuste fiscal e a Agenda Brasil.
Em várias cidades os manifestantes pediam, ao mesmo tempo, a saída do ministro da Fazenda e do presidente da Câmara: "Fora já, fora daqui, Eduardo Cunha, leva o Levy", era um dos gritos de ordem.
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BELÉM (PA) - Integrantes de movimentos sociais começam a se concentrar em frente ao hospital municipal 14 de Março, no bairro do Umarizal. Eles carregam bandeiras do PT, PC do B e CUT. Já há um carro de som no local, mas não está funcionando ainda. Também não há presença de PMs. Organizadores esperam mil pessoas.
SALVADOR (BA) - Petroleiros na sede da Petrobras em Salvador, durante ato promovido pela CUT | Foto: Reprodução/Facebook/CUTBahia
Os protestos desta quinta acontecem após as mobilizações de domingo, quando grupos contrários ao governo Dilma pediram o impeachment da presidente. Apenas em São Paulo, a manifestação reuniu cerca de 135 mil pessoas, segundo o Datafolha. Veja
Participantes das reuniões de articulação dos protestos relataram à Folha que parte dos movimentos discordou do manifesto assinado pelos organizadores. A principal divergência foi ausência de uma menção contra o impeachment de Dilma.
A CUT, em especial, teria defendido que o texto se explicitasse que o grupo é contra a queda de Dilma. No entanto, prevaleceu a vontade de grupos como o MTST, PSOL e Intersindical, que querem evitar um tom pró-governo.
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Ato em defesa da democracia- petroleiros já ocupam a Sede da Petrobrás no Itaigara, em Salvador. Paralisações... http://t.co/f8fE4ArJ8P
— CUT BAHIA (@cutbahiaoficial) August 20, 2015
Companheiros e companheiras eu vou participar do Ato pela Democracia, em defesa do nosso partido e do nosso governo, aqui Brasília.
— VicentinhoPT (@VICENTINHOPT) August 20, 2015
A maior parte dos protestos está prevista para acontecer no período da tarde, mas alguns já se concentram nesta manhã, como em Fortaleza e Macapá.
Grupos ligados ao PSOL e a Guilherme Boulos, líder do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), visto como dono da maior capacidade de mobilização, alertaram os demais movimentos que não defenderão Dilma e que vão mirar temas sensíveis ao governo.
Entre eles estão o ajuste fiscal conduzido pelo ministro da fazenda Joaquim Levy, e a Agenda Brasil, pacto firmado com o presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL), ambos criticados no manifesto intitulado "Contra a Direita e o Ajuste Fiscal", assinado pelos organizadores.
Boa dia! Começamos agora a acompanhar os protestos contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Os atos estão previstos para 32 cidades, entre elas 23 capitais e o Distrito Federal.