Barusco é o primeiro a depor à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Câmara que investiga irregularidades na estatal.
Segundo Barusco, a maior parte da propina recebida por ele foi depositada no Banco Safra.
Ele nega ainda que tenha tido padrinho político. Afirma que conseguiu seus cargos por competência técnica.
Barusco conta que, dos US$ 97 milhões, gastou pouco menos de US$ 1 milhão, para viagens e tratamento de saúde. Também trouxe US$ 400 mil de volta para o Brasil.
O ex-gerente detalha seu patrimônio no exterior. Reafirma que teve US$ 97 milhões fora do Brasil. Segundo ele, US$ 70 milhões são de pagamentos de propina e o restante, US$ 27 milhões, referem-se aos rendimentos do montante.
"Dólar, sempre dólar", esclarece Barusco.
Ele está repatriando os valores.
Barusco voltou a dizer que não sabe detalhar como Vaccari recebia repasses de propina. Perguntado por Afonso Florence se já foi pressionado pelo tesoureiro do PT a repartir recursos com ele, o ex-gerente negou.
"Não, não, não. Assim como empresários, foram conversas negociais. Não houve extorsão nem constrangimento."
Perguntado pelo deputado Aluisio Mendes (PSDC-MA) quem entregava recursos em espécie no Brasil, Barusco apontou os operadores Shinko Nakandakari, que falava em nome da Galvão Engenharia, e Mário Góes.
"Eu recebi do senhor Shinko, a Galvão pagava em dinheiro vivo. E recebi do senhor Mario Goés, que representava outras empresas", detalhou.
Barusco citou também um pagamento feito pela empreiteira UTC, em 2013, que teria sido feito em espécie.
Barusco diz a CPI que discutia repasse de propinas com tesoureiro do PT
Respondendo uma pergunta feita pelo Antonio Imbassahy (PSDB-BA), Pedro Barusco diz que Renato Duque jamais comentou quem o indicou para o cargo.
Afirma apenas que ouviu rumores de que Dirceu era o padrinho de Duque e de que Paulo Roberto Costa teria sido indicado por José Janene, ex-deputado do PP morto em 2010.
O ex-gerente afirma que os percentuais de partilha da propina na Sete Brasil foram definidos em conjunto, por João Vaccari Neto, Renato Duque e por ele próprio, Pedro Barusco.
Reafirmou que os encontros com Vaccari ocorriam em hotéis no Rio de Janeiro e em São Paulo e, em média, duravam uma hora ou uma hora e meia.
Também disse não conhecer outro operadora do PT que não seja Vaccari.