Barusco é o primeiro a depor à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Câmara que investiga irregularidades na estatal.
"Eu nunca tive indicação política", afirmou.
Barusco afirma que o recebimento de propina "institucionalizada" começou a partir de 2004 e que, quando começou a receber propina, entre 1997 e 1998, era de uma "iniciativa pessoal minha".
Questionado pelo relator petista Luiz Sérgio sobre o recebimento de propina no período do governo Fernando Henrique Cardoso, Barusco disse que não poderia revelar se outras pessoas também recebiam propina naquela época porque o caso está sob investigação.
"Sobre essa questão, existe uma investigação em curso, eu sou investigado. Essa é uma parte que eu vou me ater ao depoimento. Não vou aprofundar, porque está ocorrendo uma investigação."
A partir de 2004, afirmou Barusco, o recebimento de propinas na Petrobras estava "institucionalizado". Antes, disse, era de uma forma isolada.
Barusco afirma ter estimado na delação premiada que o PT recebeu de US$ 150 milhões a US$ 200 milhões porque é o dobro do que ele recebeu. "Como o PT, na divisão da propina, cabia a ele receber o dobro ou um pouco mais, eu estimava que ele poderia ter recebido o dobro. Se eu recebi, porque os outros não teriam recebido?"
Segundo ele, a primeira ação de um cartel na Petrobras ocorreu na construção da refinaria de Abreu e Lima.
Depois das obras na refinaria Abreu e Lima, disse Barusco, ele notou a atuação de cartel nas obras do Comperj, o polo petroquímico do Rio.
Barusco afirmou que o recebimento de propinas foi um "caminho sem volta"; no começo houve alegria, mas depois chegou a "um desespero". Segundo ele, colaborar com as investigações "é um alívio". Barusco afirmou que espera, nos próximos meses, repatriar todo o valor recebido no exterior como propina.