Nestor Cerveró fala sobre a polêmica compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), em 2006, que custou à estatal brasileira US$ 1,2 bilhão após os desentendimentos com a antiga proprietária e sócia, a empresa belga Astra Oil. Na época, Cerveró presidia a diretoria internacional da estatal e elaborou o resumo técnico, que serviu de base para o Conselho de Administração da Petrobras aprovar a compra. A presidente Dilma era, na época, a chefe da Casa Civil e presidia o conselho, que aprovou a compra de 50% da refinaria
Deputado Francisco Franschini (SDD-PR): Mesmo com a bancada do PT vindo aqui para te convencer a ficar calado, eles vão te abandonar no dia seguinte. Por que não gritaram desse jeito antes?
O deputado Fernando Francischini (SDD-PR) questiona por que Cerveró escolheu o maior preço para fazer a proposta de compra da refinaria.
O deputado Fernando Francischini (SDD-PR) lê trechos de entrevista do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e de relatório do TCU (Tribunal de Contas da União) sobre a compra da refinaria de Pasadena.
O deputado Mendonça Filho (DEM-PE) é o segundo a fazer perguntas. Entre várias questões, ele interpela Cerveró para saber se houve pressão política para a concretização da compra da refinaria de Pasadena. O ex-diretor da Petrobras responderá às perguntas em blocos.
O clima na Câmara é quente. Antes do início das perguntas, os deputados discutiram desde sobre o protocolo a ser adotado no debate até um problema no ar condicionado do plenário.
O deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP) questiona Cerveró sobre uma reunião entre o ex-presidente Lula, o ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli e a Astra Oil em Copenhague, na Dinamarca, onde haveria sido selada a compra dos 50% da refinaria pertencentes à empresa belga. Essa reunião foi mencionada por Cerveró em seu depoimento. O ex-diretor da Petrobras discute com Macris, diminuindo a importância dessa reunião.
Folha: A cláusula "Put Option" obrigava a Petrobras a comprar a parte da refinaria pertencente à Astra Oil em caso de litígio na sociedade. A cláusula "Marlim" garante um pagamento de dividendo mínimo a um dos sócios mesmo em caso de prejuízo. Em Pasadena, a Petrobrás estava obrigada a pagar 6,9% de lucro à Astra Oil.
Ontem, a presidente da Petrobras, Graça Foster, criticou o ex-diretor da área internacional por ter feito o resumo executivo "sem citação a duas cláusulas contratuais completamente importantes".
"De forma alguma", diz Cerveró. O ex-diretor repete a afirmação de que todas as decisões da estatal "são tomadas de forma colegiada". Para Cerveró, as cláusulas não eram relevantes no contrato porque são exigências comuns no mercado.
Deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP): Dilma disse que não teria aprovado a compra se não soubesse das cláusulas "put option" e "marlim". O sr. considera ter enganado a presidente Dilma?