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Tesoureiro do PT presta depoimento à CPI da Petrobras

João Vaccari Neto afirmou nesta quinta-feira (9), em depoimento à CPI da Petrobras, que ainda tem apoio interno para continuar tesoureiro do PT e negou as acusações de corrupção. Ele ainda confirmou conhecer Alberto Youssef, delator no processo da Lava Jato, mas sem manter com o doleiro uma relação próxima.

Vaccari disse que as delações premiadas que o acusam de envolvimento com o esquema na Petrobras não são verdadeiras. Negou ter tratado de doações ao partido com o ex-diretor da Petrobras Renato Duque e com o ex-gerente Pedro Barusco.

Ele também negou que tenha tratado com o delator na Operação Lava Jato Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, sobre assuntos financeiros do PT, e admitiu encontros com representantes de empresas para pedir doações ao partido, mas afirmou que se tratavam de visitas institucionais.

"É usual que o secretário de finanças do Partido dos Trabalhadores faça visitas institucionais à empresa na busca de recursos", declarou.

O depoimento começou em meio a um tumulto por conta de uma caixa de ratos solta logo após a entrada do petista.

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), determinou a exoneração do servidor Márcio Martins de Oliveira, identificado como o autor do ato. Ele está lotado no gabinete da segunda vice-presidência, controlada pelo deputado Giacobo (PR-PR).

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  • 14h30  

    Após ser questionado por Ivan Valente (PSOL-SP), Vaccari não respondeu o motivo da visita ao escritório do doleiro Alberto Youssef. Apenas repetiu o que havia dito: que esteve lá, que Youssef não estava e que foi embora em seguida. Parlamentares insistiram para que ele explicasse por que foi ao local, mas Vaccari se calou.

  • 14h41  

    Falando pelo PMDB, o deputado Celso Pansera (RJ) defendeu uma expedição a Curitiba para ouvir os presos decorrentes da Operação Lava Jato, dentre eles o lobista Fernando Soares, apontado como intermediário das propinas da Petrobras ao PMDB.

    Pansera declarou que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), "tem falado que não vai modificar o ato no qual pessoas que se encontram presas venham à Casa prestar depoimento".

    Um ato da mesa diretora da Câmara impede esses depoimentos de presos, mas Cunha suspendeu-o temporariamente para a CPI conseguir ouvir o ex-diretor Renato Duque.

  • 14h50  

    Um dos poucos do PT a falar na CPI da Petrobras, o líder do partido, Sibá Machado (AC), afirmou que "corrupção comprovada até agora só de alguns diretores, que estão devolvendo dinheiro", afirmou.

    "A corrupção [na Petrobras] está sendo muito bem trabalhada. A tentativa dos tucanos de querer incriminar as contas do meu partido que foram aprovadas pela Justiça Eleitoral, é o debate de fundo [na CPI]", completou.

  • 15h00  

    Vaccari afirma não se lembrar de ter jantado no hotel Windsor Copacabana com o ex-diretor Renato Duque e com o ex-gerente Pedro Barusco, apontados como intermediários da propina ao PT. "Eu não me recordo".

  • 15h11  

    Após cinco horas do depoimento de Vaccari, a CPI viveu um momento de constrangimento e novo bate-boca.

    O desentendimento ocorreu depois de o deputado delegado Waldir (PSDB-GO) fazer uma série de perguntas incômodas ao tesoureiro, citando a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula. O tucano se referiu a Vaccari como o maior criminoso do país, um homem-bomba, e sustentou que o petista seria preso.

    A fala provocou irritação a petistas. A deputada Mária do Rosário (PT-RS) reagiu: "O senhor fraudou o concurso [para delegado]. O senhor não passou no exame psicotécnico."

    O tucano ignorou e continuou constrangendo Vaccari. O deputado Jorge Solla (PT-BA) cobrou que o presidente da CPI, Hugo Motta (PMDB-PB), cortasse a palavra do petista. "Cumpra o regimento", esbravejou Solla.

    Motta rebateu: Quando vossa excelência for presidente cumpre. Estou cumprindo o regimento do jeito que entendo."

    O petista não se conteve. "Rasga o regimento então?", questionou.

    O peemedebista devolveu: "Enquanto eu for o presidente quem manda aqui sou eu nos trabalhos", afirmou, sendo amplamente aplaudido pelo plenário.

  • 15h14  

  • 15h12  

    Vaccari se esquiva de responder sobre a coincidência entre pagamentos da Petrobras a empresas e a doação, em seguida, dessas mesmas empresas ao PT, de acordo com ação do Ministério Público Federal.

    Questionado por Eliziane Gama (PPS-MA), ele afirmou: "As doações foram legais, escrituradas, apresentadas ao TSE, via transações bancárias, dentro da previsão legal".

  • 15h12  

    O deputado Afonso Florence (PT-BA) criticou as delações premiadas. "São réus confessos, bandidos que estão sendo transformados em heróis."

  • 15h35  

    Depois de vários deputados insistirem para saber o motivo do encontro de Vaccari com o doleiro Alberto Youssef, o petista disse que não também não faz ideia do motivo do convite para o encontro. Ele diz que foi à empresa de Youssef, mas que permaneceu por menos de quatro minutos lá porque o doleiro não se encontrava. "Eu volto a insistir. Foi um encontro sem agenda porque ele havia me convidado para ir lá. Essa dúvida [motivo da reunião] que o senhor tem eu também tenho."

  • 15h36  

    A convocação de Fernando Soares, apontado como lobista no PMDB, voltou a polemizar a reunião da CPI. A deputada Maria do Rosário (PT-RS) reclamou que a convocação de Soares ainda não foi aprovada e indicou uma blindagem para preservar o PMDB.

    Irritado, o presidente da CPI, Hugo Motta (PMDB-PB), reagiu. "Da mesma forma que a senhora não aceita que se coloca em suspeição o TSE [Tribunal Superior Eleitoral], não aceito que se coloque em suspeição os trabalhos da CPI. Se está dizendo que estão protegendo alguém, esse presidente não tem interesse de proteger quem quer que seja. Estamos dispostos a apurar, aprofundar."

    Mária do Rosário respondeu. "A minha crítica é política à maioria da CPI que não permitiu a vinda de Soares."

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