A presidente Dilma Rousseff (PT) e o senador Aécio Neves (PSDB) participaram do terceiro debate antes do segundo turno da eleição presidencial. O confronto organizado pela TV Record foi apresentado pelos jornalistas Adriana Araújo e Celso Freitas.
O debate foi dividido em quatro blocos. O primeiro tem oito rodadas de confronto direto —com pergunta de livre escolha, resposta, réplica e tréplica. Com quatro rodadas, o segundo bloco terá o mesmo formato do primeiro. No terceiro, mais duas rodadas de confronto direto e no último os candidatos farão as considerações finais.
A transmissão da Folha foi comentada pelos colunistas Clóvis Rossi e Eliane Cantanhêde, além de contar com a participação dos jornalistas Natuza Nery, Daniela Lima, Cátia Seabra, que acompanham o debate nos estúdios, e dos repórteres Samantha Lima, Gustavo Patu, Paulo Peixoto, Fabio Takahashi, Mariana Carneiro e Johanna Nublat.
Dilma e Aécio durante o debate na Record; veja galeria de fotos
Gustavo Patu Blog Dinheiro Público e Cia. Em tom ameno, Dilma e Aécio falam do Supersimples, um sistema simplificado de tributação de micro e pequenas empresas nascido a partir de um acordo entre o governo petista e o PSDB em 2003.
Aécio volta a levantar o tema da segurança pública; veja números da violência no país
Clóvis Rossi Colunista da Folha Aécio pegou o gancho para repetir dois mantras da campanha dele: baixo crescimento e programas bons não são deste ou daquele governo, mas "das pessoas". Agora, vez da segurança pública.
Clóvis Rossi Colunista da Folha Primeira repetição de tema tratado no debate anterior: Aécio menciona de novo estudo da Unicef sobre a morte de jovens.
Aécio Neves candidato do PSDB à Presidência Em uma nova pergunta, Aécio cita estatísticas violência e conclui que, até o final do debate, duas mães estaram chorando as mortes de seus filhos. Ele critica o governo federal, afirmando que 0.4% do orçamento foi gasto com Segurança Pública --R$ 7.9 bilhões de reais, segundo o tucano.
Dilma candidata do PT à Presidência Dilma diz que Aécio está muito pessimista em relação ao crescimento do país, diz que o país não vai crescer 0,3%. Sobre segurança, a presidente diz que vem investindo cada vez mais em segurança pública, e compara os gastos do governo FHC (1,2bilhão) contra o governo atual, que gasta (4,2 bilhões).
Dilma põe em pauta a segurança pública em Minas Gerais durante a gestão tucana, quando aumentou a taxa de homicídios no Estado, enquanto a taxa caiu em toda a região sudeste no mesmo período. Dilma citou o fato de apenas 400 municípios terem delegacia de polícia.
Eliane Cantanhêde Colunista da Folha Ih... Começou. Aécio criticou e Dilma retrucou: chamou o tucano de pessimista e negou que o crescimento será só de 0,3%. Mas nesse "início do início", os dois tentam ser elegantes e mutuamente críticos. Muito equilibrado.
Confira dados sobre o crescimento do país
Gustavo Patu Blog Dinheiro Público e Cia. Dilma chama Aécio de pessimista devido à previsão de crescimento de 0,3% neste ano. Essa é a estimativa mais consensual entre os analistas de mercado e também do (FMI) Fundo Monetário Internacional. O Banco Central projeta 0,7%.
Dilma candidata do PT à Presidência Dilma diz que no Mapa da Violência consta que em Minas os crimes aumentaram 52%, enquanto no Sudeste caíram 37% no período.
Sobre os números, Dilma contesta os números dizendo que gasta mais de 17 bilhões de reais em segurança.
Aécio Neves candidato do PSDB à Presidência Aécio critica o governo federal e cita programas que não chegaram a gastar todos os recursos previstos. O programa "Crack, é possível vencer", gastou 40% dos recursos previstos, segundo o presidenciável.
Clóvis Rossi Colunista da Folha Dilma cita números que Aécio rebate com outros números, sempre sobre violência, diferentes dos de Dilma. Mas, surpresa, até agora nem um nem o outro chamou o adversário de mentiroso/a.
Dilma cita Mapa da Violência http://t.co/6sOofj6wHF
— Ricardo Mendonça (@RMendonca09) October 20, 2014
Dilma candidata do PT à Presidência É a vez de Dilma fazer uma nova pergunta. Ela fala do alto desemprego no Brasil em 2001, quando Aécio era presidente da Câmara. Ele, segundo Dilma, apoiou um projeto de lei tirava direitos da CLT e transformava-os de acordos trabalhistas entre trabalhador e patrão. Dilma então pergunta por que essas medidas podem ser consideradas impopulares.
Aécio Neves candidato do PSDB à Presidência Aécio diz que durante a Constituinte participou da elaboração do capítulo da elaboração dos direitos dos trabalhadores. Diz que se eleito, vai garantir o direito dos trabalhadores e garantir o aumento real do salário mínimo até 2019. Aécio promete rever o Fator Previdenciário.
Clóvis Rossi Colunista da Folha Outro tema pouco explorado nos debates anteriores (flexibilização da legislação trabalhista). A pergunta de Dilma permitiu que Aécio subisse no banquinho para fazer um comício a favor da classe trabalhadora.
Gustavo Patu Blog Dinheiro Público e Cia. Dilma cita dados sobre gastos em segurança pública em seu governo e no de FHC, mas não explica se está se referindo a uma média nem se os valores são corrigidos pela inflação.
Aécio voltou com os sorrisos de canto de boca, cacoete que foi aconselhado a abandonar pelos assessores para não passar imagem de arrogância.
Eliane Cantanhêde Colunista da Folha Isso cansa muito: Dilma falando de 2001 e os dois discutindo Minas Gerais.
Aécio Neves candidato do PSDB à Presidência Na tréplica, Aécio diz: "eu a convido para discutir o presente, e não o passado". Evitando a comparação com o governo FHC. Aécio cita a baixa participação da indústria no PIB, cita o termo "sucateada" e repete o jargão "não vamos fazer campanha olhando o retrovisor da história"