As manifestações convocadas para esta quinta-feira (20) por movimentos sociais que se opõem ao impeachment de Dilma Rousseff defenderam a presidente, mas atacaram o ministro da Fazenda, Joaquim Levy.
Em São Paulo, os manifestantes, que se reuniram no largo da Batata (região oeste), vão até o Masp, na av. Paulista. Os protestos ocorreram nas capitais de 24 Estados, além do Distrito Federal. Apenas Rio Branco (AC) e Macapá (AP) não tiveram atos.
Já era previsto que as mobilizações criticassem medidas tomadas como o ajuste fiscal e a Agenda Brasil, pacote de medidas propostas pelo PMDB do Senado.
A CUT (Central Única dos Trabalhadores), a UNE (União Nacional dos Estudantes) e o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) estão à frente das manifestações, mas foram às ruas com pautas diferentes.
Ligadas historicamente ao PT, CUT e UNE protestam contra os pedidos de impeachment de Dilma. Para o MTST, a prioridade é criticar o ajuste fiscal e a Agenda Brasil.
Em várias cidades os manifestantes pediam, ao mesmo tempo, a saída do ministro da Fazenda e do presidente da Câmara: "Fora já, fora daqui, Eduardo Cunha, leva o Levy", era um dos gritos de ordem.
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PALMAS (TO) - Cerca de 250 pessoas, segundo a PM, e 300, segundo os organizadores, participaram do ato em favor de Dilma em Palmas. Gritos de "fora Cunha" foram o destaque do ato.
O senador petista Donizeti Nogueira disse que a manifestação desta quinta serviu para mostrar que o país e a militância não vão aceitar o golpe. "As mesmas manchetes que víamos em 64, estão se repetindo agora. E isso nós não vamos aceitar."
SÃO PAULO (SP) - PM contém passeata na av. Rebouças, para esperar aglutinar mais manifestantes. O protesto rumará até a av. Paulista, percorrendo cerca de 5 km.
CUIABÁ (MT) - O ministro Joaquim Levy (Fazenda) foi um dos alvos da manifestação em defesa do mandato da presidente Dilma Rousseff (PT) em Cuiabá, que acabou por volta das 19 horas.
Aos gritos de "Fora Levy" um grupo de estudantes que se denomina "Juventude e Revolução" trouxe uma faixa na qual critica o ajuste fiscal defendido pelo ministro.
"Estamos aqui para defender a democracia e também para sugerir à presidente uma saída para a crise. Uma saída à esquerda, exatamente o contrário do que quer o ministro Levy. Ele representa o imperialismo", disse Matheus Ribeiro, 17, um dos coordenadores do movimento.
Para a coordenação da CUT em Mato Grosso, a manifestação desta quinta-feira é também para exigir a mudança da atual politica econômica.
"Quem quer tirar a Dilma é golpista. Agora, não queremos essa politica que prejudica o trabalhador. A saída é à esquerda e foi com essa bandeira que a presidente se elegeu", disse João Dourado, presidente da entidade.
A PM diz ter contado um por um o número de manifestantes: 340.
RIO (RJ) - Manifestantes começam a deixar Cinelândia, no centro carioca | Foto: Luiza Franco/Folhapress
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São Paulo pede #FicaDilma contra o golpe!
Foto: Paulo Pinto/AgênciaPT pic.twitter.com/lFu2QjRNf7
— PT Brasil (@ptbrasil) August 20, 2015
SÃO PAULO - Ato se estende desde o largo da Batata até a av. Rebouças, na altura da r. Joaquim Antunes. Av. Faria Lima segue interditada na região. Alguns manifestantes urinam nas calçadas de vias paralelas à av. Rebouças, na zona oeste paulistana.
FLORIANÓPOLIS (SC) - "Levy, mãos de tesoura, corta dos ricos e não da pátria educadora", entoavam estudantes durante protesto em Florianópolis, que foi encerrado após uma marcha pelo centro da cidade.
A PM estimou em mil o número de participantes; os organizadores falam em 2.000.
A manifestação durou cerca de três horas. No encerramento, movimentos sociais criticaram a direita e chamaram de "passeio" o protesto contra Dilma no domingo. Não houve incidentes.
VITÓRIA (ES) - Ato na capital capixaba foi encerrado com discurso da vice-prefeita do município de Serra (Grande Vitória), Lorencia Riani. Ela pediu às mulheres que saiam à rua para defender a presidente Dilma.
"Se fosse um presidente homem, eu duvido que eles estivessem fazendo isso".
Segundo os organizadores, o ato atraiu 800 manifestantes. A PM calculou 300.
RIO (RJ) - Manifestantes começam a deixar o centro da cidade. Um grupo permanece nas escadarias da Câmara de Vereadores. Um pequeno palco recebe um show de samba que se alterna com palavras de ordem contra o presidente da câmara Eduardo Cunha e a favor de Dilma Rousseff. Nas imediações, grupos promovem batucadas e acendem sinalizadores vermelhos.
A CARA DO PROTESTO
Nome: Rafael Aguiar
Idade: 68
Profissão: Metalúrgico aposentado
Em quem votou? Dilma Rousseff
Frase: "Apelo por impeachment é sintoma do machismo contra Dilma."
Foto: Graciliano Rocha/Folhapress