Quase um mês depois dos protestos que levaram multidões às ruas nas principais cidades do país contra o governo Dilma Rousseff, os movimentos que pedem o impeachment da presidente voltaram a se manifestar neste domingo (12).
Desde o início da manhã, 24 Estados, além do Distrito Federal, registraram atos contra o governo e reuniram cerca de 543 mil pessoas.
Em São Paulo, o ato teve início oficialmente às 14h, mas desde o início da manhã manifestantes já se concentravam na av Paulista. Segundo o Datafolha, 100 mil pessoas se reuniram na avenida, número bem inferior aos 210 mil do protesto de 15 de março.
Cerca de 25 mil pessoas, de acordo com a Polícia Militar, protestaram em Brasília. No Rio, a PM estimou em 12 mil os participantes.
As manifestações de 15 de março reuniram cerca de 210 mil pessoas na avenida Paulista, segundo o Datafolha, e foram as maiores realizadas na capital desde os comícios pelas Diretas Já, em 1984.
Até agora não foram divulgadas estimativas de público em São Paulo no ato deste domingo (12).
Segundo o Datafolha, quase dois terços dos brasileiros (63%) afirmam que, considerando tudo o que se sabe até agora a respeito da Operação Lava Jato, deveria ser aberto um processo de impeachment contra a presidente Dilma. O desconhecimento a respeito do que aconteceria depois disso, porém, é grande.
Fernando "Holiday" Silva, 18 anos, um dos líderes do MBL. Ele defende um Estado menor "para tirar o peso das camadas mais pobres da população". O impeachment seria o primeiro passo para retomada da confiança do país, disse. (Crédito: Anna Rangel/Folhapress)
SÃO PAULO - Militante do PSDB, o administrador Eduardo Marinho, 47, foi com uma camiseta do partido à avenida Paulista, em São Paulo. Para ele, um dos poucos militantes identificados no local, os tucanos deveriam "absorver mais" as manifestações, principalmente o senador Aécio Neves (PSDB-MG).
Ele afirma que o que prejudica a presença partidária maciça no protesto de hoje são grupos radicais. "Tem gente a favor da intervenção militar, mas felizmente é a minoria. Sou a favor da cassação da campanha de Dilma, que já se provou que recebeu propina", disse.
SÃO PAULO - O MBL tem como meta a realização de protestos em mais de 400 cidades neste domingo para superar o número de 150 municípios alcançados pelas manifestações em 15 de março.
SÃO PAULO - Vendedores ambulantes aproveitam para vender bandeiras do Brasil a R$ 20, na av. Paulista, em São Paulo. Camisetas amarelas com "Fora Dilma" custam R$ 10. Um apito sai por R$ 5.
SÃO PAULO - Manifestantes tiram selfies com o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) perto do metrô Brigadeiro, na av. Paulista (Crédito: Emmanuel Sarinho/Folhapress)
SÃO PAULO Caminhoneiros realizam carreata contra o governo Dilma Rousseff nas principais vias de São Paulo. Eles protestam também contra o preço do diesel e o valor dos pedágios no Estado.
De acordo com a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), a marginal Pinheiros tem 2,9 km de lentidão no sentido Ayrton Senna. Nesse momento, eles ocupam três faixas da marginal Pinheiros, na altura da ponte Eusébio Matoso, e seguem em direção à avenida Paulista, onde centenas de manifestantes se reúnem.
Nos primeiros caminhões, que vem à frente da carreata, há faixas com os dizeres "Fora Dilma". Eles também fazem buzinaço.
SÃO PAULO (SP) - Caminhoneiros fazem carreata contra governo Dilma | Foto: Marcos Bezerra/Futura Press/Folhapress
SALVADOR - Cerca de 2.000 pessoas, segundo a PM, ocupam o trecho entre o Farol da Barra e o monumento do Cristo, em Salvador.
O protesto teve até boneco gigante do ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Joaquim Barbosa. Desfilando junto a uma banda de fanfarra, arriscou uns passos ao ritmo de sucessos do axé e foi disputado pelo público ávido por tirar "selfies".
O impeachment da presidente Dilma Rousseff, reforma política e combate a corrupção são as principais reivindicações. Gritos do "Fora PT" predominam entre os manifestantes.
SÃO PAULO - Começa o ato do Movimento Brasil Livre, na av. Paulista, em São Paulo. Com gritos de "fora PT", o protesto reúne menos manifestantes do que o ato de março.
SÃO PAULO - Manifestantes do MBL gritam "eu vim de graça" perto do carro de som do movimento. As palavras são em alusão a distribuição de dinheiro em ato organizado por sindicatos pró-governo no Rio, em março.