A ex-presidente da Petrobras Graça Foster foi convocada para prestar depoimento na CPI da Petrobras após a comissão não conseguir localizar o empresário Julio Faerman, acusado de pagar propina pela empresa SBM Offshore.
Avisada por uma advogada da Petrobras, Graça diz que a empresa Salvaterra, que pertencia ao marido da ex-gerente Venina Veloso, teve contratos com a diretoria de Abastecimento, na qual ela atuava. Segundo ela, a empresa também teve contrato com a diretoria de Graça na época, a de Gás e Energia.
Graça afirma que a ata que registrou a renúncia do ex-diretor Paulo Roberto Costa não condiz com a realidade e sustenta que ele foi, sim, demitido. Sobre os elogios registrados a Costa na ata, que posteriormente admitiu ser beneficiário de propinas, ela disse que não eram "próprios".
Ela afirmou que ficou "tensa" na primeira vez que a Polícia Federal foi à Petrobras, em uma das fases da Operação Lava Jato, para obter documentos. Disse, porém, que depois disso criou um procedimento para eles entrarem quando quiserem.
"Eu recebi pela primeira vez a Polícia Federal dentro da Petrobras numa sexta-feira de reunião, nunca tinha acontecido na vida a entrada da Polícia Federal na Petrobras. Lógico que eu fiquei bastante tensa, levei-os para a sala de reunião, disse a eles que tudo que precisassem eu ia atender."
O petista Jorge Solla, que é da Bahia, afirmou que não iria chamar o lobista Fernando Soares de Fernando Baiano, como é conhecido, "porque não merece essa honra".
Deputados batem boca após acusação de Jorge Solla (PT-BA) de que integrantes da CPI estariam com medo de ouvir o lobista Fernando Soares, apontado como operador do PMDB no esquema de corrupção na estatal.
O deputado Delegado Waldir (PSDB-GO) grita para Jorge Solla (PT-BA): "Abaixa o dedo!".
Graça repete tese do ex-presidente da Petrobras Sérgio Gabrielli, que a corrupção não era "sistêmica". "Não considero essa corrupção de forma sistêmica dentro da companhia, uma vez que de fato eu não sabia até a hora da Operação Lava Jato."
Hoje o dia tá tão pra baixo que eu vou chama-lo de petrobras
— C. A. S. (@ibrags) March 26, 2015
Na avaliação da ex-presidente, por mais melhorias que se fizesse no controle interno, seria difícil detectar o esquema. "Dificilmente serão capazes de identificar o que se acerta em um jantar, em um almoço, o que se acerta não sei onde. Eu não posso dizer de fato que era uma corrupção sistêmica, institucionalizada."
O líder da oposição, Bruno Araújo (PSDB-PE), fez críticas à ex-presidente da estatal. "A história vai guardar a fotografia de vossa senhoria como sendo a presidente que entregou a Petrobras sofrendo o maior prejuízo de sua história."