A ex-presidente da Petrobras Graça Foster foi convocada para prestar depoimento na CPI da Petrobras após a comissão não conseguir localizar o empresário Julio Faerman, acusado de pagar propina pela empresa SBM Offshore.
Graça diz que o câmbio atual, com o dólar acima de R$ 3, é um "inimigo" da Petrobras.
"Existe um inimigo da Petrobras muito grande que é o câmbio. Hoje, por exemplo, ano de 2015, petróleo a US$ 55, US$ 60, é bom para a Petrobras, porque nós conseguimos fazer caixa com petróleo a US$ 60. A gente importa hoje 380 mil barris de derivados, se não me engano, mas o câmbio acima de R$ 3 é muito ruim para a Petrobras".
Deputados reclamam que o relator Luiz Sérgio (PT-RJ) está fazendo a Graça Foster perguntas relacionadas à produção da Petrobras, e não sobre o esquema de corrupção na estatal. Ele afirma que o tema é importante para seu relatório e muda o assunto para o controle interno da companhia.
RT @dibbissimo: #CPIdaPetrobras, o tema seria corrupção,já falaram da produção de petróleo,do gás d Xisto,do dólar,só faltar da novela das 8
— MAP CONTRAPTCORRUPTO (@mapmonicatsx) March 26, 2015
O presidente da CPI Hugo Motta (PMDB-PB) afirma que o relator tem o tempo que quiser para fazer as perguntas que achar necessário.
Graça pontua que a auditoria externa aprovou os balanços do primeiro semestre de 2014 sem ressalvas e só passou a questionar os números da Petrobras depois que vieram à tona as delações premiadas e as investigações da Lava Jato.
"Então até então nós não tínhamos nenhum chamamento da Price [waterhouse Coopers] fazendo qualquer questionamento sobre os números da Petrobras", declarou.
A CPI é interrompida por 10 minutos para que os deputados possam registrar presença em sessão plenária que ocorre no mesmo horário da comissão.
Os trabalhos da comissão voltaram.
Induzida pelo relator Luiz Sérgio (PT-RJ), Graça afirma: "O esquema de corrupção, no meu entendimento, com os dados que eu tenho hoje, se formou fora da Petrobras".
Graça Foster disse que os dados de licitações de obras contratadas pela estatal não vazavam.
"Eu posso garantir, como diretora de gás e energia e como presidente da Petrobras, eu jamais soube de um resultado, quem seria o vencedor, até a hora em que os envelopes são abertos. Eu nunca soube de resultados antes da hora."
Graça Foster afirmou ter ficado "envergonhada" com as denúncias de propina na obra do gasoduto Gasene, cuja construção estava sob a sua gestão quando era diretora da área de gás e energia. "Continuo muito orgulhosa, mas envergonhada por conta da propina". E concluiu: "Gostaria que tudo isso fosse mentira e que não tivesse tido propina alguma."