A ex-presidente da Petrobras Graça Foster foi convocada para prestar depoimento na CPI da Petrobras após a comissão não conseguir localizar o empresário Julio Faerman, acusado de pagar propina pela empresa SBM Offshore.
O deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), relator da CPI da Petrobras, conversa com a ex-presidente da estatal, Graça Foster, que depõe nesta quinta-feira (26). (Crédito: Evaristo Sá/AFP)
O líder do PT na Câmara, Sibá Machado (AC), fez discurso inflamado em defesa da Petrobras, das investigações de irregularidades em governos anteriores aos de sua sigla e da aplicação dos royalties decorrentes da exploração do pré-sal na educação e na saúde.
Graça Foster afirmou que foi a presidente Dilma Rousseff que a indicou para a diretoria da Petrobras e, posteriormente, à presidência da empresa. Ela afirmou não saber quem indicou Nestor Cerveró, Paulo Roberto Costa e Renato Duque para seus respectivos cargos na direção da estatal.
Ela conta que teve experiências "positivas" com o ex-presidente Lula e que inclusive já chegou a discordar dele. "A fábrica de fertilizantes no Mato Grosso do Sul cogitava-se que fosse em outro Estado, eu disse 'presidente não tem resultado econômico, isso não se paga, não fica de pé'. Cabe também desagradar o líder, dizer que isso dá ou não dá pra fazer."
"O senhor Vaccari frequentava muito a Petrobras?", perguntou o deputado Otávio Leite (PSDB-RJ). "Não. Nunca o vi", respondeu Graça.
Questionada se gostava mais do PT ou da Petrobras, Graça Foster respondeu: "A Petrobras. A Petrobras. Mil vezes a Petrobras".
"Certamente a Petrobras merecia um gestor muito melhor do que eu, eu não tenho a menor dúvida disso", afirmou Graça.
Graça Foster afirma que recebia R$ 100 mil como presidente da Petrobras. Agora, como aposentada, recebe R$ 10 mil.
Ela afirmou que, à parte as denúncias de corrupção, tem orgulho do Gasene. "Ele cumpriu adequadamente seu papel. Inclusive, seu custo está dentro das métricas internacionais."
A ex-presidente da Petrobras afirma que não tinha conhecimento sobre suposto enriquecimento acima do possível com os ganhos na estatal de ex-diretores acusados de receber propina porque não tinha contato social com eles --apenas relacionamento profissional.