AO VIVO
Donald Trump é eleito presidente dos EUA; siga repercussão
Donald Trump, 70, foi eleito nesta quarta (9) o 45º presidente dos Estados Unidos, após derrotar a ex-secretária de Estado Hillary Clinton. O resultado contrariou a maioria das pesquisas, que, até a linha de chegada, o pintavam como uma zebra.
O empresário republicano será o primeiro presidente dos EUA sem uma carreira política, o mais velho já eleito e também o mais rico.
Veja as últimas notícias sobre a repercussão da eleição de Trump.
Mike Segar/Reuters | |
Donald Trump discursa em Nova York após ser eleito presidente dos EUA |
acompanhe
Mesmo diante do fim incerto destas eleições, aspirantes à futura candidatura do Partido Republicano em 2020 já estão se articulando para chamar a atenção de lideranças do partido.
Reportagem do jornal "Washington Post" relata que, pós-Trump, o partido terá de escolher entre nomes com opiniões muito divergentes e que mesmo uma vitória do atual candidato não deve desembocar na imediata aceitação pelo partido para concorrer a uma eventual reeleição.
O jornal americano também prevê que uma vitória de Trump vai desencadear uma busca desesperada entre os democratas para um novo candidato capaz de fazer frente a ele nas próximas eleições.
Se Donald Trump vencer a eleição, muita gente ficará devendo um pedido de desculpas aos organizadores da pesquisa USC Dornsife/"Los Angeles Times", lembra Marcelo Ninio, na Filadélfia.
Com base em uma metodologia diferente de outras sondagens, ela foi uma das únicas a sempre colocar o candidato republicano na frente de Hillary Clinton ao longo dos últimos meses, mexendo com as médias nacionais e atraindo críticas e ironias de especialistas eleitorais.
A diferença é que, em vez de contar com entrevistados diferentes a cada pesquisa, como faz a maioria das projeções, o sistema usado pela Universidade do Sul da Califórnia e o jornal "Los Angeles Times" manteve o foco num grupo fixo de 3.000 eleitores. Também levou em conta outras opiniões dos eleitores além da intenção de voto, como a probabilidade de votarem em um ou outro candidato (numa escala de 0 a 100) e de comparecerem às urnas. Na última medição, Trump continuava na frente, com 46.8% contra 43.6% de Hillary.
Em artigo na véspera da votação, o diretor da pesquisa, Dan Schnur, bateu nos críticos que chamaram o trabalho de "absurdo" e "irrelevante".
"Não saberemos se nossos números estavam certos até o fechamento das urnas na noite de terça. Mas o avanço científico é resultado de investigação e experimentação, tantos as bem sucedidas ou não", defendeu-se Schnur.
Único americano no espaço neste momento, o astronauta Shane Kimbrough votou para presidente direto da Estação Espacial Internacional, informou a Nasa.
Ele viajou para a estação em 19 de outubro a bordo de uma nave russa para uma missão de vários meses.
De acordo com o jornal francês "Le Monde", astronautas podem votar direto do espaço com base numa lei que entrou em vigor no Estado do Texas em 1997, embora precisem indicar que estarão em órbita um ano antes do pleito. O primeiro astronauta a votar direto do espaço foi David Wolf, que estava na estação espacial russa Mir.
Michelle Obama é a preferida dos brasileiros nas eleições das redes sociais; veja mais no blog #hashtag
Chuck Burton - 27.out.2016/Associated Press Hillary Clinton, e a primeira-dama, Michelle Obama, em comício Donald Trump reclamou de urnas que computam votos para Hillary mesmo que o eleitor tenha escolhido o seu partido. Segundo o candidato, as máquinas provocam uma fraude eleitoral.
Segundo o jornal "The Guardian", houve relatos de que em Lebanon, um subúrbio de Pittsburgh, na Pensilvânia, cerca de cinco urnas teriam tido uma pane e transformado votos republicanos em democratas. O problema, no entanto, pode ser o contrário.
Um cientista político da Universidade Stanford ouvido pelo diário britânico afirmou que uma falha na máquina sensível ao toque pode converter os votos. Segundo ele, dependendo de onde o eleitor toca, o voto pode ir para o oposto de sua escolha.
Terra natal do empresário Trump e berço político da ex-senadora Hillary, Nova York é uma cidade blasé perto do frenesi eleitoral que toma conta de outras regiões do país, relata a correspondente Anna Virginia Balloussier.
Em parte, porque aqui a vitória esmagadora de Hillary é 99,9% garantida, segundo projeções do estatístico Nate Silver. Então lá se vai o suspense.
Uma exceção à regra: o quarteirão, na Quinta Avenida de Manhattan, que abriga a Trump Tower –onde fica o QG político do republicano e o triplex decorado com mármore e ouro onde Donald mora com a mulher, Melania, e seu caçula, Barron, 10.
Há uma fileira de caminhões de lixo cheios de areia estacionados em frente ao edifício –prevenção contra possíveis ataques, terroristas inclusive.
Cerca de 20 manifestantes protestavam em frente, alguns contra, outros a favor do presidenciável mais polarizador da história moderna americana.
Um deles (definitivamente anti-Trump) erguia um cartaz bíblico, condenando o candidato por "imoralidade sexual, ódio, discórdia, ciúme, acessos de raiva, ambição egoísta".
Na semana passada, Trump marcou sua "festa da vitória" no hotel Hilton, a poucos quilômetros dali. O evento de Hillary também acontece em Manhattan.
O ator Robert De Niro, que confessou sua vontade de dar um soco no republicano, fará um jantar no SoHo para acompanhar os resultados.
Donald Trump virou alvo de quase todos os grandes comediantes do país, majoritariamente democratas, comenta Raul Juste Lores. Piadas sobre seu ego, seu topete, pelo racismo, pelas gafes e pelo machismo abundam.
Mas muitos atores disputam poder interpretá-lo. O famoso Alec Baldwin, militante democrata, virou o grande imitador de Donald Trump nesta eleição, como protagonista do "Saturday Night Live".
Aqui, ele beija um policial do FBI, Putin e até um miliciano da KKK:
Donald Trump leva as sátiras na esportiva (algo raro para ele), e apresenta o Saturday Night Live com seus satiristas:
"Trump" fala com "Obama":
Ha um ano, quando lançou sua campanha (e não era muito levado a sério):
Na Califórnia, onde não existe Lei Seca no dia de votação, os eleitores puderam comemorar (ou afogar as lágrimas) nos bares que abriram suas portas e ligaram suas TVs para acompanhar a apuração dos votos ao vivo. Para chamar a clientela engajada, muitos fizeram uma promoção especial: quem aparecesse com o selinho de "Eu Votei", ganhava drinques ou batata frita de graça.
Leia a reportagem da colaboradora em Los Angeles, Fernanda Ezabella.
Na Flórida, um dos Estados que pode aproximar tanto Hillary quanto Trump da vitória, eleitores reclamam que cédulas para votação antecipada que deveriam chegar pelo correio nunca chegaram.
Segundo reportagem do jornal "Washington Post", moradores de pelo menos dois condados do Estado relataram problemas no recebimento das cédulas e tiveram de se deslocar até um local de votação para participar das eleições.
Como a artista sérvia Marina Abramovic e magia negra entraram na campanha eleitoral dos EUA?
Até a artista sérvia Marina Abramovic acabou envolvida na campanha eleitoral mais tumultuada da história americana. Um dos e-mails da campanha de Hillary vazados pelo WikiLeaks era um convite de Tony Podesta para seu irmão, John, coordenador da campanha, jantar na casa da artista sérvia em Nova York. Ela chamou o jantar de "Spirit Cooking" em referência a uma série de obras de Abramovic. Nas obras, ela dá receitas que usam "pontas dos dedos da artista, cuspe da artista, unhas da artista" .
Sites de direita se aferraram à notícia para dizer que Hillary estava ligada ao ocultismo e envolvida em rituais de magia negra. A cidade de Los Angeles amanheceu no fim de semana com alguns cartazes que retratavam a candidata como Jezebel e a hashtag "SpiritCooking" se espalhou pelo Twitter.
De acordo com o InfoWars, um dos sites de extrema direita ligados a Trump, "Spirit Cooking" se refere a um "sacramento na religião de Thelema" que foi fundada pelo ocultista Aleister Crowley, chamado de satanista pelo InfoWars.
Segundo o site, essas receitas da artista performática sérvia envolvem pinturas com "sangue de menstruação, leite materno, urina e esperma". Daí para boatos sobre rituais sexuais-satânicos na campanha, foi um pulo. Boatos que chegaram até à rede Fox News. Para o InfoWars, era a prova cabal de que Hillary é uma "satanista".