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Senado realiza nesta terça sessão de pronúncia de Dilma; acompanhe
Após quase 17h de sessão, o Senado decidiu na madrugada desta quarta (10) tornar a presidente afastada, Dilma Rousseff, ré no processo de seu impeachment.
Foram 59 votos favoráveis e 21 contrários, sem nenhuma abstenção. Os trabalhos começaram às 9h44 da terça (9) e foram comandados pelo presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Ricardo Lewandowski.
Chamada de "juízo de pronúncia", essa foi a penúltima etapa do processo de impeachment contra Dilma.
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Sessão esquenta com senador petista
Lindbergh Farias (PT-RJ) faz discurso inflamado e afirma que só faz pronunciamento para falar com o povo. "Se fosse para falar com os senadores", diz, não falaria.
"Michel Temer não sustenta esse governo até 2018", disse. Segundo ele, "uma delação de Eduardo Cunha" implodiria a gestão Temer.
Enquanto ele fala, porém, poucos senadores prestam atenção. A maioria faz conversas paralelas ou olha o celular.
Daniela Lima/Folhapress Senador Randolfe Rodrigues (Rede-AL) discursa no plenário do Senado Sessão é retomada
Valdir Raupp (PMDB-RO) é o primeiro a se pronunciar após a pausa. O senador encerra sua fala afirmando que já houve melhorias econômicas após o afastamento da presidente Dilma Rousseff. "Essa direção deve ser mantida. Sou favorável à pronúncia do relatório do senhor Anastasia".
Lewandowski suspende sessão por 30 minutos, que será retomada sem intervalos
Lewandowski permite mais um pronunciamento antes de intervalo
Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) é a última a discursar antes da pausa às 18h. A senadora afirma não haver razão para o impeachment, por não ter existido crime. "De fato, o impeachment é previsto na Constituição Federal, mas também diz que só é possível um presidente perder seu mandato se cometer grave crime de responsabilidade. Ou todos são penalizados, ou ninguém deve ser penalizado. Estamos diante de um processo político, não jurídico."
Pouco antes, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) se pronunciou. Em seu discurso, Randolfe citou delação de Odebrecht que denuncia o presidente interino, Michel Temer, e medidas que "retiram direitos sociais básicos adquiridos pelo povo brasileiro" do atual governo.
"O presidente interino assinou R$ 10,807 bilhões em decretos de suplementação orçamentária, enquanto a presidente afastada assinou R$ 2,3 bilhões. Se é crime o que Dilma cometeu, é quatro vezes mais o que foi feito por Temer", declara. "Estou mais que convencido que a solução para a grave crise que enfrentamos é a realização de novas eleições presidenciais".
Citando seu próprio impeachment no início do discurso, ressaltou ter sido absolvido pelo Supremo, mas não poupou Dilma. "Desde 2013 as infrações [orçamentárias] eram apontadas publicamente por órgãos de controle. O Palácio do Planalto tinha ciência dos avisos", afirmou. "Permitiu-se de forma tácita a infração", concluiu.
O senador e ex-presidente Fernando Collor de Mello inicia sua fala. Ele sofreu impeachment da Presidência em 1992. Em seu discurso na tribuna, Collor afirmou que o governo Dilma se "desconectou da realidade" e se "apartou" da população. "O que se fez, na realidade, foi destruir estruturas sociais inteiras", disse.
O líder do PMDB, Eunício oliveira (CE) abriu mão de seu discurso.
Renan quer votação concluída ainda nesta terça
Como a Folha adiantou, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), defendeu que a votação acabe até o fim da noite desta terça (9). "Amanhã vamos ter sessão conjunta do Congresso e o presidente Lewandowski tem votações importantes no STF amanhã. Então, ninguém quer prolongar isso aqui", disse. Ele também afirmou que discursar nesta terça é "tirar o brilho" dos discursos que foram feitos na primeira sessão do impeachment, em maio, quando o Senado decidiu pelo afastamento da presidente Dilma Rousseff.
Pressionado por aliados a votar a favor do impeachment, Renan tergiversou e não confirmou se votará. Antes, ele afirmava que não votaria em nenhuma etapa do processo para garantir a lisura do seu cargo enquanto presidente do Congresso. O Palácio do Planalto, no entanto, conta com seu voto.
Senadores aceleram o processo
Para acelerar os trâmites desta tarde, o ministro Ricardo Lewandowski foi convencido por senadores a reduzir o intervalo para 30 minutos na próxima suspensão, prevista para as 18h. Anteriormente, o intervalo era de 60 minutos. Ele acaba de consultar o plenário, que acatou a sugestão de Randolfe Rodrigues (Rede).
Aécio fala pelo PSDB
O senador Aécio Neves fala em nome de todos os senadores do PSDB, que abriram mão da palavra para agilizar a sessão. "O fazem porque os elementos de convicção já estão fartamente atendidos no relatório do senador Antonio Anastasia", diz Aécio.
"Senadores do PSDB resolveram fazer um gesto político. Demonstrar que já têm convencimento sobre o caso", diz Aécio. Segundo ele, a decisão de reduzir número de oradores nas bancadas foi uma resposta a senadores que gostariam de ver "a sessão entrar pela madrugada".
Integrantes da base do governo do presidente interino atuam para que todos os partidos aliados repliquem a fórmula usada pelo PSDB, designando um nome para falar por toda a bancada. O senador Ronaldo Caiado disse que pelo DEM falarão apenas ele e José Agripino. São quatro os senadores do partido.