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Senado realiza nesta terça sessão de pronúncia de Dilma; acompanhe
Após quase 17h de sessão, o Senado decidiu na madrugada desta quarta (10) tornar a presidente afastada, Dilma Rousseff, ré no processo de seu impeachment.
Foram 59 votos favoráveis e 21 contrários, sem nenhuma abstenção. Os trabalhos começaram às 9h44 da terça (9) e foram comandados pelo presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Ricardo Lewandowski.
Chamada de "juízo de pronúncia", essa foi a penúltima etapa do processo de impeachment contra Dilma.
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Deputados da base e da oposição comparecem ao plenário do Senado para acompanhar os debates. Silvio Costa (PTdoB-PE), Antônio Imbassahy (PSDB-BA) e Pauderney Avelino (DEM-AM) já apareceram do outro lado do salão.
"O regimento da Casa prevê que sejam suprimidas questões descortesas ou injuriosas. Não farei esse controle hoje porque confio no respeito dos senhores senadores", diz Lewandowski.
Lewandowski diz que não é o caso para o adiamento da discussão e indefere as questões de ordem que tratem de fatos estranhos ao seguinte processo. "Não é possível suspender o feito com base nesses argumentos", diz.
Ricardo Lewandowski vai responder às questões de ordem.
"Dizer que a presidente não tem responsabilidade sobre as operações de crédito de seu governo junto a bancos públicos não se sustenta. Não faz sentido desentranhar uma das principais pilastras que sustenta essa fraude sobre o orçamento público", afirma o senador José Medeiros (PSD-MT). "O que o Brasil quer é que o processo caminhe para frente, e não como um caranguejo, como querem alguns senadores".
"O parecer do senador Antonio Anastasia é irretocável e derruba a tese do golpe de uma forma demolidora e todos os argumentos jurídicos são amplamente debatidos e confirmam o crime de responsabilidade da ex-presidente da República", afirma a senadora Simone Tebet (PMDB-MS).
Presidente do PMDB, Jucá diz que estão prontos para 'catimba do PT'
Presidente do PMDB e aliado de Temer, Romero Jucá mantém previsão de 60 votos a favor do relatório que pede o impeachment de Dilma. "O centro da meta é 60 votos. Um a mais ou um a menos. A minha banda é menor do que a do Banco Central", brincou. Conhecido por integrar a tropa de choque de defesa do presidente interino, Jucá diz que o clima hoje é de final de Copa do Mundo e que estão preparados para a "catimba" do PT. Veio para a sessão vestido para o embate: usa uma gravata de tubarões.
Mariana Haubert/Folhapress Gravata do senador Romero Jucá (PMDB-RR) Lindberg Farias (PT) afirma que estão ignorando o que está acontecendo no país. "Nossa preocupação é que está claro pelo artigo 86, parágrafo 4, que, se for afastada a presidente Dilma e Michel Temer vire presidente de forma definitiva, ele não pode nem ser investigado. Isso é um escândalo, estamos blindando Michel Temer."
"Faço um apelo ao bom senso, porque há um país inteiro aguardando a decisão que será tomada hoje, ainda, espero, por essa Casa", afirma o senador Aécio Neves (PSDB).
Em meio à sessão do impeachment, o presidente Renan Calheiros (PMDB-AL) deixou o Senado Federal para participar de cerimônia ao lado do presidente interino, Michel Temer, sobre o novo programa de revitalização do rio São Francisco. Além de Renan Calheiros, participa da cerimônia o senador Otto Alencar (PSD-BA). Uma atualização da agenda do Calheiros foi divulgada quando ele já estava no Planalto. Às 15h, ele deve se ausentar novamente para receber senadores e governadores do nordeste.