AO VIVO
Após impeachment, São Paulo tem noite de confrontos em protesto
Após a aprovação do impeachment de Dilma Rousseff e posse de Michel Temer como novo presidente da República, o centro de São Paulo teve noite de protestos nesta quarta (31).
Manifestantes contrários ao impeachment entraram em confronto com a Polícia Militar em pelo menos quatro pontos da cidade.
O primeiro confronto aconteceu na rua da Consolação, onde manifestantes foram dispersados por bombas de efeito moral. Segundo a Secretaria de Segurança do Estado de São Paulo, a polícia reagiu depois que um "grupo começou a incendiar montes de lixo e agredir policiais com pedras".
Ao menos sete pessoas ficaram feridas. Fotógrafos que cobriam protesto sofreram agressões de policiais militares e o prédio da Folha foi atacado.
Essa é a segunda vez na história que um processo de impeachment resulta na queda do chefe do Executivo. Sob suspeita de corrupção, Fernando Collor de Mello (1990-1992) renunciou horas antes da votação do seu processo, mas o Senado decidiu à época concluí-la, o que culminou na condenação por crime de responsabilidade.
acompanhe
Lewandowski anuncia suspensão da sessão
Presidente do julgamento do impeachment, o ministro do STF Ricardo Lewandowski suspendeu a sessão de hoje depois de ouvir três testemunhas de defesa: Luiz Gonzaga Belluzzo, doutor em economia pela Unicamp; Geraldo Prado, professor de direito da UFRJ; e Luiz Cláudio Costa, ex-secretário-executivo do Ministério da Educação.
Lewandowski marcou o reinício da sessão para às 10h de sábado (27). Ele afirmou que só deve interromper a sessão de amanhã depois de ouvir todas as testemunhas. Ainda faltam falar Nelson Barbosa (ex-ministro do Planejamento e da Fazenda) e Ricardo Lodi (advogado e doutor em direito tributário).
'Dizem que eu sou petista', diz Renan Calheiros, em tom de brincadeira
No canto do plenário, em conversa com jornalistas, Renan Calheiros disse que ainda decidiu se votará no julgamento do impeahment. "Por que eu devo votar? Só por que o Cunha votou?"
Ele confirmou que a presidente afastada Dilma encaminhou o nome de Lula como um de seus convidados para acompanhar a sessão de segunda-feira. Renan não sabe se Lula virá ou não. "A presidente Dilma vai ficar onde entender que for mais confortável. O presidente Lula também."
Renan brincou com a discussão da manhã de hoje. Ele demonstrou arrependimento por ter entrado no bate-boca. "Eu caí nessa, até no movimento estudantil a gente sabe que não deve cair."
Sobre a briga com a senadora Gleisi Hoffmann do PT, manteve sua declaração anterior. "A coisa da ingratidão eu fiquei realmente indignado", disse.
"Eu ajudei o Lula quando o PMDB não estava no governo. Pago um preço danado, dizem que eu sou petista", afirmou, rindo.
No momento, Janaína Paschoal, advogada de acusação, questiona a testemunha de defesa, o ex-secretário-executivo do Ministério da Educação, Luiz Cláudio Costa.
Luiz Cláudio Costa, terceira testemunha de defesa, começa a depor
Com o fim das perguntas à Claudio Prado, professor de direito da UFRJ, a terceira testemunha a ser ouvida nessa sexta (26) é Luiz Cláudio Costa, ex-secretário-executivo do Ministério da Educação.
Costa é, também, professor de graduação e pós-graduação no Departamento de Engenharia Agrícola da UFV (Universidade Federal de Viçosa), onde foi reitor entre 2008 e 2011.
Janaína Paschoal pergunta se testemunha considera a Venezuela uma democracia; senadores protestam
Fora das câmeras, o defensor de Dilma, José Eduardo Cardozo, e os senadores Gleisi Hoffmann e Lindbergh Farias, do PT, levantaram a mão para protestar contra o conteúdo de perguntas feitas pela advogada de acusação, Janaina Paschoal, à testemunha Geraldo Prado.
Ela indagou se o professor da UFRJ entendia que o governo da Venezuela era uma democracia, entre outras perguntas para saber a ideologia do professor. "O senhor se alinha à criminologia crítica, de linha marxista?", questionou.
Janaína Paschoal também perguntou qual era a avaliação de Prado sobre a legitimidade do julgamento do Mensalão.
O senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) saiu em defesa de Janaina: "Ela pode fazer a pergunta!".
Lewandowski ameaçou suspender a sessão caso a confusão persistisse.
Cardozo, então, disse ao microfone que as perguntas de Janaína estão fora do objeto do processo de impeachment.
Lewandowski decidiu deferir o pedido da defesa e indeferiu as perguntas de Janaína sobre "questões pessoais". Determinou que a testemunha só responda sobre "objeto específico do processo".
Manifestantes pró-impeachment organizam 'Churrasco da Vitória' no gramado do Congresso
No gramado próximo ao Congresso Nacional, um pequeno grupo de manifestantes favoráveis ao impeachment se reúne na noite desta sexta-feira.
Segundo Vernon Vidigal, 38 anos, advogado e economista, alguns grupos de ativistas se reuniram para fazer o "Churrasco da Vitória" e comemorar a saída definitiva da presidente afastada.
"Só um milagre para reverter", disse Vidigal, ressaltando que os parlamentares estão "ouvindo a voz do povo".
Segundo ele, que é do grupo Vocação Patriota, a partir de segunda-feira os protestos em frente ao Congresso serão maiores por estarem sendo organizados por vários grupos.
No lado destinado aos manifestantes contrários ao impeachment, não foram registrados protestos hoje.
Dimmi Amora/Folhapress Manifestantes em frente ao Congresso Nacional PT divulga nota em apoio a Gleisi; documento nega que Renan Calheiros 'desfez' o indiciamento da senadora e de Paulo Bernardo
A bancada do PT no Senado divulgou uma nota de solidariedade à senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), na qual afirma que a congressista "em nenhum momento" solicitou ou foi beneficiada por "interferência de terceiros" no Supremo Tribunal Federal (STF).
"A bancada do PT lamenta profundamente o episódio ocorrido, que, mesmo fruto da tensão momentânea da discussão, não deve se repetir no diálogo políticos elevado que pauta este Senado Federal", diz a nota, que menciona o nome do presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL).
O documento foi divulgado durante o intervalo da sessão, no fim da tarde desta sexta-feira. Mais cedo, em um discurso inflamado para tentar acalmar os ânimos dos senadores, Renan Calheiros acabou se envolvendo em uma polêmica ao dizer que ele próprio conseguiu, junto ao STF, desfazer o indiciamento de Gleisi e de seu marido, o ex-ministro Paulo Bernardo.
Lais Alegretti/Folhapress Lewandowski acata pedido da defesa para trocar ordem de testemunhas
Ricardo Lewandowski aceitou o pedido da defesa da presidente Dilma Rousseff para inverter a ordem de participação das testemunhas.
Assim, em vez de participar nesta sexta (26), o ex-ministro da Fazenda Nelson Barbosa falará no sábado. Em vez do ex-ministro, será ouvido Luiz Cláudio Costa, ex-secretário-executivo do Ministério da Educação.
De acordo com Lewandowski, Costa será a última testemunha a ser ouvida hoje.
Além de Barbosa, deve participar do julgamento no sábado Ricardo Lodi Ribeiro, professor de direito da UERJ.
Sessão é retomada; Randolfe Rodrigues é o próximo senador a questionar
Depois de pouco mais de 1h de intervalo, o presidente do julgamento do impeachment, Ricardo Lewandowski, reiniciou a sessão.
Continua a oitiva de Geraldo Prado, testemunha de defesa da presidente Dilma Rousseff e professor de direito da UFRJ.
Quem o questiona agora é o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
Defesa de Dilma pede para trocar ordem do depoimento de testemunhas
A defesa da presidente Dilma Rousseff pedirá uma inversão no depoimento das testemunhas.
Se o pedido for acatado, o ex-ministro da Fazenda Nelson Barbosa fará seu depoimento apenas no sábado (27). No lugar dele, falaria hoje Luiz Cláudio Costa, ex-secretário-executivo do Ministério da Educação.
De acordo com a ordem prevista até o momento, Nelson Barbosa seria a próxima testemunha de defesa a discursar, após Geraldo Prado.
Segundo o advogado de defesa da presidente, José Eduardo Cardozo, será "mais didático" ouvir Luiz Cláudio Costa antes de Nelson Barbosa..
Lewandowski interrompe sessão para intervalo de uma hora
Presidente do julgamento, o ministro do STF Ricardo Lewandowski suspende a sessão até 19h —uma hora de intervalo, conforme estava previsto.