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Após impeachment, São Paulo tem noite de confrontos em protesto
Após a aprovação do impeachment de Dilma Rousseff e posse de Michel Temer como novo presidente da República, o centro de São Paulo teve noite de protestos nesta quarta (31).
Manifestantes contrários ao impeachment entraram em confronto com a Polícia Militar em pelo menos quatro pontos da cidade.
O primeiro confronto aconteceu na rua da Consolação, onde manifestantes foram dispersados por bombas de efeito moral. Segundo a Secretaria de Segurança do Estado de São Paulo, a polícia reagiu depois que um "grupo começou a incendiar montes de lixo e agredir policiais com pedras".
Ao menos sete pessoas ficaram feridas. Fotógrafos que cobriam protesto sofreram agressões de policiais militares e o prédio da Folha foi atacado.
Essa é a segunda vez na história que um processo de impeachment resulta na queda do chefe do Executivo. Sob suspeita de corrupção, Fernando Collor de Mello (1990-1992) renunciou horas antes da votação do seu processo, mas o Senado decidiu à época concluí-la, o que culminou na condenação por crime de responsabilidade.
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Zeze Perrella declara voto favorável ao impeachment e diz que Dilma permitiu "roubo" por projeto político
Votos declarados a favor do impeachment: 25
Votos declarados contra o impeachment: 13
Não declarados: 2O senador Zeze Perrella (PTB-MG) afirmou que Dilma Rousseff não teve ganhos pessoais provenientes de atos ilícitos, mas que permitiu "roubos" em nome de um projeto político.
Ele declarou voto favorável ao impeachment da presidente.
"Tenho certeza de que Dilma não usou nada para ganho pessoal", disse. "O pessoal que assaltava banco em nome de projeto político entrou para o governo e hoje assalta o Banco do Brasil, a Petrobras, e acha normal."
Perrella também criticou a capacidade de gestão do governo do PT. "Esse pessoal não tem capacidade de tocar nem uma padaria, com todo respeito aos padeiros", afirmou.
O 40° senador a falar é Zezé Perrella (PTB-MG)
Benedito de Lira declara voto favorável ao impeachment e diz que governo Temer trará 'primavera política'
Votos declarados a favor do impeachment: 24
Votos declarados contra o impeachment: 13
Não declarados: 2Benedito de Lira, senador pelo PP de Alagoas, disse que Dilma promoveu medidas de "contabilidade criativa" e quebrou a Lei de Responsabilidade Fiscal. Ele manifestou-se favoravelmente ao impeachment da presidente afastada.
"Se Deus quiser, o atual governo sairá da condição de interino ao fim do processo", disse Lira. "Assim, o Brasil entrará em sua primavera política, pronto para promover as medidas necessárias para o saneamento das dívidas públicas."
Ele afirmou que o processo de impeachment é legítimo e não um golpe. "Ninguém teve de ir para o exílio, ninguém foi perseguido", disse.
O senador também ressaltou o aspecto político do julgamento. "Aqui não tem nenhuma freira ou monge, aqui é uma casa de políticos."
Em São Paulo
Cerca de 50 manifestantes protestaram em frente ao prédio da Folha, na alameda Barão de Limeira, de onde eram observados pelo Batalhão de Choque da Polícia Militar.
Confrontados com um "panelaço" vindo de uma das janelas da rua, os ativistas responderam com cantos de "parece piada, bate panela, mas quem lava é a empregada". Eles se deitaram no chão para formar a palavra "golpe" com o corpo.
"Hoje é o início do fim", diziam os manifestantes. "A gente veio aqui para mostrar que veio, e a gente vai resistir a esse golpe que está acontecendo pela mídia golpista." Eles afirmavam protestar pelos "companheiros que foram pegos pelo Choque".
Os ativistas se afastam sentido Santa Cecília gritando "Fora, Temer".
Benedito de Lira (PP-AL) é o 39° senador a discursar.
Lewandowski afirma que pronunciamento dos senadores deve terminar na madrugada; votação aconteceria às 11h
O ministro Ricardo Lewandowski afirmou que os pronunciamentos dos senadores devem ser encerrados hoje. A previsão é de que o último parlamentar discurse às 3h30 da madrugada.
Depois disso, segundo o presidente do julgamento, a sessão deve ser interrompida e reiniciada somente às 11h, quando será realizada a votação final.
Ricardo Ferraço declara voto favorável ao impeachment
Votos declarados a favor do impeachment: 23
Votos declarados contra o impeachment: 13
Não declarados: 2O senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) declarou voto favorável ao impeachment de Dilma Rousseff.
Ele afirmou, fazendo referência ao discurso de defesa de Dilma, que o verdadeiro "fungo que ataca a árvore da democracia" são atitudes como as que ela tomou no governo.
"O legado que se espera de processo é ressaltar a importância de respeitar o dinheiro público, o dinheiro do contribuinte", disse.
O senador afirmou que Dilma atentou contra a lei orçamentária e contra a probidade administrativa. Disse que a presidente permitiu que o "patrimônio das estatais" fosse dilapidado, citando a Petrobras como exemplo.
"O impeachment não instalou a crise. O impeachment é consequência da crise. E é seu desfecho e seu remédio absolutamente constitucional", afirmou. "Estou do lado certo da história. Quem afastou Dilma não fomos nós, mas as maiores manifestações populares da história do Brasil".
Ricardo Ferraço (PSDB-ES) é o 38° senador a falar
Randolfe Rodrigues declara voto contrário ao impeachment e defende novas eleições
Votos declarados a favor do impeachment: 22
Votos declarados contra o impeachment: 13
Não declarados: 2O senador Randolfe Rodrigues (REDE-AP) manifestou-se contrariamente ao impeachment de Dilma Rousseff, apesar de fazer várias críticas a politicas de governo do PT como os juros altos, alianças com "coronéis" e a construção da hidrelétrica de Belo Monte.
"Apesar disso tudo, não podemos condenar uma inocente", disse. "Não podemos permitir que parlamentares se coloquem acima do interesse público e desfaçam a vontade soberana das urnas."
O senador citou os áudios da conversa entre Romero Jucá e Sérgio Machado, em queo ex-ministro de Temer fala em "estancar a sangria da Lava Jato". De acordo com Randolfe, o impeachment serve para interromper as investigações de corrupção.
O político da Rede defendeu a convocação de eleições como saída para a crise política. "O remédio para um governo impopular se chama eleição, e não impeachment. Não existem atalhos como esse que o PMDB quer tomar sem a aprovação da vontade popular", afirmou.
"Eu não mancharei minha biografia como alguém que se acovardou a partir das posições mais fáceis", finalizou.
O 37° senador a falar é Randolfe Rodrigues (REDE-AP)