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Após impeachment, São Paulo tem noite de confrontos em protesto
Após a aprovação do impeachment de Dilma Rousseff e posse de Michel Temer como novo presidente da República, o centro de São Paulo teve noite de protestos nesta quarta (31).
Manifestantes contrários ao impeachment entraram em confronto com a Polícia Militar em pelo menos quatro pontos da cidade.
O primeiro confronto aconteceu na rua da Consolação, onde manifestantes foram dispersados por bombas de efeito moral. Segundo a Secretaria de Segurança do Estado de São Paulo, a polícia reagiu depois que um "grupo começou a incendiar montes de lixo e agredir policiais com pedras".
Ao menos sete pessoas ficaram feridas. Fotógrafos que cobriam protesto sofreram agressões de policiais militares e o prédio da Folha foi atacado.
Essa é a segunda vez na história que um processo de impeachment resulta na queda do chefe do Executivo. Sob suspeita de corrupção, Fernando Collor de Mello (1990-1992) renunciou horas antes da votação do seu processo, mas o Senado decidiu à época concluí-la, o que culminou na condenação por crime de responsabilidade.
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Armando Monteiro (PTB-PE) é o 34° a falar
Eunício Oliveira declara voto favorável ao impeachment
Votos declarados a favor do impeachment: 20
Votos declarados contra o impeachment: 11
Não declarados: 2Eunício Oliveira (PMDB-CE) pronunciou-se favoravelmente ao impeachment de Dilma Rousseff e disse que a presidente apenas repetiu argumentos em sua defesa no Senado.
"Descumprir a lei orçamentária é ação que deve ser punida com destituição do cargo em todas as três esferas de poder", disse o senador. "Desde o princípio, esse processo de impeachment se caracteriza pelo zelo a prazos e normas e pela isonomia de direitos entre acusação e defesa."
"A democracia não se exerce de forma centralizadora, mas sim com a capacidade de dialogar com os setores produtivos, sociais e organizados", afirmou, criticando a tendência ao isolamento político de Dilma.
"Governos que respeitam os diferentes segmentos da sociedade tem a obrigação democrática de fazer gestos em direção a forças oposicionistas."
Ele afirmou que o governo de Dilma deveria ter dialogado com o poder legislativo para obter uma base aliada capaz de garantir apoio durante a crise econômica. Além disso, cobrou respeito pelas instituições de fiscalização, como o TCU (Tribunal de Contas da União).
"É um erro acreditar que largados a sua própria sorte, os conflitos se resolvem", disse. "Tenho certeza que esse Congresso saberá dar prioridade para reacender a esperança de mais de 200 milhões de brasileiros."
PM dispersa ato em São Paulo após explosão de bomba caseira
A Polícia Militar dispersa o ato de manifestantes contrários ao impeachment na esquina da avenida Duque de Caxias com o Largo do Arouche, no centro da capital paulista, após a explosão de uma bomba caseira. Há manifestantes portando paus e pedras, e alguns atiram objetos contra os policiais. Três pessoas foram detidas.
O 33° senador a falar é Eunício Oliveira (PMDB-CE)
Paulo Bauer declara voto favorável ao impeachment
Votos declarados a favor do impeachment: 19
Votos declarados contra o impeachment: 11
Não declarados: 2O 32° senador a se pronunciar, Paulo Bauer (PSDB-SC) afirmou que o processo de impeachment não configura um golpe e declarou seu voto favorável ao impedimento de Dilma Rousseff.
"Golpe é dizer para os trabalhadores desse país, sem ficar constrangido, de que dias melhores estão por vir sem fazer nada para garantir a reestabilização do país", disse.
"Golpe é financiar obra em outros países, governados por ditadores identificados ideologicamente com o governo petista", afirmou. "Quem quiser ver grandes obras pode ir para Cuba e para a Venzeula: obras construídas por empreiteiras brasileiras e financiandas pelo BNDES."
"Golpe é fazer pedaladas para manter o discurso político de que as contas estão em dia e assim ganhar a eleição."
Ele afirmou também que a oposição não tem culpa pelo processo de impeachment, que teria sido causada por ações tomadas pela própria presidente. "A presidente não está acima da lei e da Constituição."
Ele encerrou pedindo proteção divina para o Brasil e os brasileiros.
O 32° senador com a palavra é Paulo Bauer (PSDB-SC)
Garibaldi Alves Filho declara voto favorável ao impeachment
Votos declarados a favor do impeachment: 18
Votos declarados contra o impeachment: 11
Não declarados: 2O senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN) citou Jesus Cristo em seu discurso, no qual declarou voto favorável ao impeachment de Dilma Rousseff. "O filho de Deus, disse que a tarefa de julgar é difícil", afirmou.
O senador realçou que o julgamento do impeachment também tem uma dimensão política, além da discussão técnica sobre os crimes de responsabilidade.
"Não somos só juízes, submetidos rigorosamente a letra da lei. Somos titulares do poder de julgar e também da livre manifestação da soberania popular de que somos depositários", disse. "Não estamos julgando apenas atos, mas práticas e hábitos administrativos e políticos."
"Não são atos isolados, limitados no libelo acusatório, o que mais impressionam. São os deliberados propósitos de levar a administração para a irresponsabilidade fiscal e deixar de lado o interesse público."
Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN) é o 31° senador a falar
José Aníbal, suplente de Serra, declara voto favorável ao impeachment
Votos declarados a favor do impeachment: 17
Votos declarados contra o impeachment: 11
Não declarados: 2"O PT nunca acreditou na importância do estado austero", afirmou o senador José Aníbal (PSDB-SP), suplente do Ministro das Relações Exteriores, José Serra. Ele votou favoravelmente ao impeachment de Dilma Rousseff.
Em seu discurso, ele afirmou que as políticas sociais, bandeira do que chama de "lulopetismo", estão regredindo devido ao desgaste da economia.
"No mundo de fantasia de Dilma, a culpa da crise é da oposição, da crise internacional, de todos, menos dela", disse. "Precisamos fazer com que a economia volte a crescer, e com ela criar renda e emprego."
"O Brasil precisa de um choque de capitalismo e livre-iniciativa", afirmou. "Esse deve ser nosso compromisso."
"Vamos contribuir com nossos votos para fazer o Brasil um país mais justo e mais igual."
Randolfe passa bem
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que passou mal durante a sessão, deixou o serviço médico do Senado e diz que está bem.