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Após impeachment, São Paulo tem noite de confrontos em protesto
Após a aprovação do impeachment de Dilma Rousseff e posse de Michel Temer como novo presidente da República, o centro de São Paulo teve noite de protestos nesta quarta (31).
Manifestantes contrários ao impeachment entraram em confronto com a Polícia Militar em pelo menos quatro pontos da cidade.
O primeiro confronto aconteceu na rua da Consolação, onde manifestantes foram dispersados por bombas de efeito moral. Segundo a Secretaria de Segurança do Estado de São Paulo, a polícia reagiu depois que um "grupo começou a incendiar montes de lixo e agredir policiais com pedras".
Ao menos sete pessoas ficaram feridas. Fotógrafos que cobriam protesto sofreram agressões de policiais militares e o prédio da Folha foi atacado.
Essa é a segunda vez na história que um processo de impeachment resulta na queda do chefe do Executivo. Sob suspeita de corrupção, Fernando Collor de Mello (1990-1992) renunciou horas antes da votação do seu processo, mas o Senado decidiu à época concluí-la, o que culminou na condenação por crime de responsabilidade.
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José Agripino declara voto favorável ao impeachment
Votos declarados a favor do impeachment: 37
Votos declarados contra o impeachment: 15
Não declarados: 2O senador José Agripino (DEM-RN) manifestou-se favoravelmente ao impeachment de Dilma.
Ele iniciou o discurso reconhecendo a importância da advogada de acusação, Janína Paschoal, que chamou de "a cara do impeachment". Também elogiou Hélio Bicudo e Miguel Reale.
Agripino disse que o impeachment, ao contrário do que afirma a defesa de Dilma, não veio da oposição. Na verdade, disse, o processo avançou devido às manifestações populares.
O senador relembrou a trajetória do processo do impeachment, desde a rejeição das contas de Dilma pelo TCU até a defesa de Dilma no Congresso, para afirmar que o impedimento seguiu o rito previsto e é, portanto, legítimo.
"No contexto internacional das nações, o Brasil tem de ser reconhecido. Não pode ser confundido com uma republiqueta, em que as instituições não são sólidas", afirmou.
Agripino afirmou que, em sua defesa, Dilma não responde às principais dúvidas sobre as pedalas fiscais. Essa postura, disse, confirmou que a presidente afastada cometeu crimes de responsabilidade.
Ele disse que, em conversa pessoal com Michel Temer, o presidente em exercício afirmou que não irá concorrer a reeleição e que vai assumir a presidência para cumprir uma "missão precisa".
De acordo com o senador, Temer disse estar disposto a fazer reformas "doloridas, mas necessárias".
Plenário do Senado se esvazia durante a madrugada
Maior parte dos senadores já deixou o plenário. Ainda faltam 12 parlamentares para discursar na sessão de julgamento do impeachment, que avança na madrugada desta quarta (31).
Após os discursos a sessão será encerrada e deverá ser retomada às 11h da manhã.
O 54° senador a falar é José Agripino (DEM-RN)
Cristovam Buarque declara voto favorável ao impeachment
Votos declarados a favor do impeachment: 36
Votos declarados contra o impeachment: 15
Não declarados: 2Cristovam Buarque (PPS-DF) declarou ser favorável ao impeachment. Em seu discurso, ele afirmou que já alertava para o risco de impedimento do governo Dilma na primeira sessão do Senado em 2015. "Isso é resultado de um governo que falava com a voz do marqueteiro, mentindo", disse, na época.
Buarque afirmou que tentou evitar que o país chegasse a esse momento de crise. "Propus pactos e alianças que fortaleceriam o governo de Dilma, fiz reuniões com a própria presidente, mas tudo foi em vão."
"É pensando no futuro do Brasil que eu, com muita tristeza, voto pelo impeachment", declarou.
O senador lamentou a "desmoralização das forças de esquerda", que, de acordo com ele, deveriam ser a "personificação da esperança".
Buarque afirma que o Brasil "caminha para a desagregação nacional", sob o risco de "tornar-se uma Síria sem bombas".
Ele afirma que, caso o impeachment seja aprovado, não vai se alinhar ao governo de Michel Temer.
Cristovam Buarque (PPS-DF) é o 53° senador a se pronunciar
Fernando Bezerra Coelho declara voto favorável ao impeachment
Votos declarados a favor do impeachment: 35
Votos declarados contra o impeachment: 15
Não declarados: 2Fernando Bezerra Coelho, senador pelo PSB de Pernambuco e ex-ministro do governo Dilma, posicionou-se favoravelmente ao impeachment da presidente afastada.
Ele disse que, apesar de ter apoiado o PT desde o primeiro governo de Lula até o primeiro governo de Dilma, seu partido rompeu com o governo em 2013.
"De lá pra cá, os alertas do PSB se confirmaram e o país mergulhou na crise econômica e social."
Ela afirmou que Dilma cometeu crime de responsabilidade ao decretar suplementação orçamentária sem a aprovação prévia do Congresso.
"Na prática, as pedaladas ocultaram o subdimensionamento de bilhões de reais no orçamento e mascaram as contas públicas em cara afronta a Lei de Responsabilidade fiscal", afirmou.
Coelho disse que também votou favoravelmente ao impeachment de Fernando Collor, em 1992, e que vai repetir a postura com Dilma Rousseff.
Grupo favorável ao impeachment diz ter 59 votos
Governistas cravam um placar de 59 senadores favoráveis ao impeachment de Dilma Rousseff contra 21 contrários.
O placar, segundo eles, será o mesmo da última votação sobre o impeachment no plenário, na madrugada do dia 10 de agosto
Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) é o 52° a se pronunciar
Reguffe declara voto favorável ao impeachment
Votos declarados a favor do impeachment: 34
Votos declarados contra o impeachment: 15
Não declarados: 2O senador Reguffe (sem partido-DF) afirmou que governantes eleitos não podem fazer tudo o que desejam. "O nome do regime em que o governante faz o que quer é ditadura", disse.
Ele se posicionou favoravelmente ao impeachment. "Não estamos aqui para julgar a honestidade da presidente, mas se ela cometeu um crime ou não."
Ele afirmou que Dilma Rousseff quebrou a Lei de Responsabilidade Fiscal e a Lei Orçamentária e, portanto, cometeu crime de responsabilidade. "Isso não é coisa de país sério", disse.
"Se o presidente pode quebrar a Constituição do país, como exigir que o cidadão cumpra as leis?", questionou.
Segundo o Senador, só podem ser abertos créditos suplementares com a autorização prévia do parlamento. Dilma teria feito o contrário, submetendo a medida a aprovação do Congresso somente depois do dinheiro ter sido liberado.
"Quando se gasta mais do que se arrecada, quem paga a conta, em algum ponto do futuro, é o contribuinte brasileiro", afirmou.
Afastando-se do tema das pedaladas, Reguffe criticou a organização do Estado brasileiro que, afirma, está "à mercê da máquina dos partidos políticos".
O 51° senador a falar é Reguffe (sem partido-DF)