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Após impeachment, São Paulo tem noite de confrontos em protesto
Após a aprovação do impeachment de Dilma Rousseff e posse de Michel Temer como novo presidente da República, o centro de São Paulo teve noite de protestos nesta quarta (31).
Manifestantes contrários ao impeachment entraram em confronto com a Polícia Militar em pelo menos quatro pontos da cidade.
O primeiro confronto aconteceu na rua da Consolação, onde manifestantes foram dispersados por bombas de efeito moral. Segundo a Secretaria de Segurança do Estado de São Paulo, a polícia reagiu depois que um "grupo começou a incendiar montes de lixo e agredir policiais com pedras".
Ao menos sete pessoas ficaram feridas. Fotógrafos que cobriam protesto sofreram agressões de policiais militares e o prédio da Folha foi atacado.
Essa é a segunda vez na história que um processo de impeachment resulta na queda do chefe do Executivo. Sob suspeita de corrupção, Fernando Collor de Mello (1990-1992) renunciou horas antes da votação do seu processo, mas o Senado decidiu à época concluí-la, o que culminou na condenação por crime de responsabilidade.
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Eduardo Lopes declara voto favorável ao impeachment
Votos declarados a favor do impeachment: 40
Votos declarados contra o impeachment: 17
Não declarados: 2Senador Eduardo Lopes (PRB-RJ) diz que a controvérsia sobre quem tem a razão (acusação ou defesa) é inerente ao direito.
"Na minha percepção, a acusação procede", afirmou.
Segundo o senador, no Brasil, há um costume de que "a Constituição é que tem que se adaptar ao governo".
"A retórica do golpe é fruto dessa cultura de descaso com a Constituição", afirmou.
"Tenho forte esperança de que a decisão de hoje sirva para mudar esse costume", disse.
De acordo com ele, o fundamento do impeachment está na "confiança entre Dilma e a nação".
Lopes afirmou que Dilma está isolada e que "não conta com respaldo social e credibilidade política".
O senador Eduardo Lopes (PRB-RJ) é o 59º a discursar
Roberto Muniz declara voto contrário ao impeachment
Votos declarados a favor do impeachment: 39
Votos declarados contra o impeachment: 17
Não declarados: 2O senador Roberto Muniz (PP-BA) analisou os argumentos das pedaladas e dos decretos.
Ele afirma que a reprovação de contas leva à perda de mandato futuro, mas não do mandato presente. "Estamos abrindo um precedente", disse.
Muniz mencionou defeitos de Dilma e a crise econômica, o que gerou o "conjunto da obra".
Segundo ele, os atos de Dilma não feriram a Constituição.
"Estamos desequilibrando os Poderes colocando de cócoras o Poder Executivo sobre o Legislativo", afirmou.
"Que caso o impeachment seja negado, vale para a presidente Dilma ouvir a motivação daqueles que desejaram o impedimento. Se o impeachment passar, os líderes não podem se assentar na vitória, necessitam olhar para a visão dos derrotados", disse.
Disse esperar que o Brasil acorde nos "braços da reconciliação" seja qual for o resultado.
O senador Roberto Muniz (PP-BA) é o 58º a discursar
João Capiberibe declara voto contra o impeachment
Votos declarados a favor do impeachment: 39
Votos declarados contra o impeachment: 16
Não declarados: 2O senador João Capiberibe (PSB-AP) iniciou o discurso perguntando: "Somos juízes ou políticos?". "Não me cabe a toga", respondeu.
"O impeachment é similar à quartelada do Marechal Deodoro, mas em vez de fuzis, usam a Constituição para tirá-la da Presidência", disse.
"A acusação de crime de responsabilidade é frágil e quase ingênua", afirmou.
"Mas nada disso importa, o julgamento é político", completou.
Capiberibe afirmou ter sido crítico ao governo Dilma, mas que decide "pelo que é melhor pela democracia" com base na "soberania do voto popular".
"Essa é uma briga pelo poder, um arranca rabo entre o PT e o PMDB", disse.
O senador afirmou ainda que é preciso combater a corrupção com a ajuda dos cidadãos.
"O impeachment não resolve a crise", disse, defendendo um plebiscito para novas eleições.
O senador João Capiberibe (PSB-AP) é o 57° a discursar
Tasso Jereissati declara voto favorável ao impeachment
Votos declarados a favor do impeachment: 39
Votos declarados contra o impeachment: 15
Não declarados: 2O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) também declarou voto pró-impeachment.
"Venho consolidando minha convicção dos argumentos jurídicos pelo impeachment", disse.
Ele citou trecho de discurso de Janaina Paschoal, uma das autoras do pedido de impeachment, para criticar o PT por ter votado contra a Lei de Responsabilidade Fiscal.
"Apesar de tudo o PT é um partido importante para a democracia, e espero que inicie um processo de reconstrução", afirmou.
Também afirmou que é preciso reformular a legislação eleitoral.
Para Jereissati, o processo de impeachment foi "dramático" e "doloroso", mas "profícuo em ensinamentos".
"Depois de amanhã, a história começará a ser escrita sobre nova luz", concluiu.
O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) é o 56° a discursar
Dalirio Beber declara voto favorável ao impeachment
Votos declarados a favor do impeachment: 38
Votos declarados contra o impeachment: 15
Não declarados: 2O senador Dalírio Beber (PSDB-SC) declarou voto favorável ao impeachment.
"Os crimes de responsabilidade não podem ser tratados como coisas banais, afinal a vida dos brasileiros foi afetada de ninguém pode negar isso", disse.
"O governo tem responsabilidade sobre tudo que acontece. Não soube ser cauteloso nos tempos de bonança e agora pagamos o alto preço da irresponsabilidade de políticas públicas sabidamente inadequadas à realidade econômica do Brasil", afirmou o senador.
Beber disse que vota favoravelmente ao impeachment em defesa dos trabalhadores que vivem sob a ameaça do desemprego e dos empresários que foram prejudicados pelo governo de Dilma.
"É unido que o Brasil se reconstruirá. Com o impeachment, poderemos conjugar novamente o verbo 'esperançar'."
O senador Dalirio Beber (PSDB-SC) é o 55° a falar.