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Após impeachment, São Paulo tem noite de confrontos em protesto
Após a aprovação do impeachment de Dilma Rousseff e posse de Michel Temer como novo presidente da República, o centro de São Paulo teve noite de protestos nesta quarta (31).
Manifestantes contrários ao impeachment entraram em confronto com a Polícia Militar em pelo menos quatro pontos da cidade.
O primeiro confronto aconteceu na rua da Consolação, onde manifestantes foram dispersados por bombas de efeito moral. Segundo a Secretaria de Segurança do Estado de São Paulo, a polícia reagiu depois que um "grupo começou a incendiar montes de lixo e agredir policiais com pedras".
Ao menos sete pessoas ficaram feridas. Fotógrafos que cobriam protesto sofreram agressões de policiais militares e o prédio da Folha foi atacado.
Essa é a segunda vez na história que um processo de impeachment resulta na queda do chefe do Executivo. Sob suspeita de corrupção, Fernando Collor de Mello (1990-1992) renunciou horas antes da votação do seu processo, mas o Senado decidiu à época concluí-la, o que culminou na condenação por crime de responsabilidade.
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Lewandowski interrompe a sessão, que será reiniciada às 11h
Às 2h27, Ricardo Lewandowski, ministro do STF, interrompeu a sessão após ouvir o pronunciamento de 63 senadores.
O julgamento deve ser retomado amanhã às 11h.
O resultado do processo de impeachment será conhecido ainda nesta quarta (31).
Romário declara voto favorável ao impeachment
Votos declarados a favor do impeachment: 43
Votos declarados contra o impeachment: 18
Não declarados: 2O senador Romário (PSB-RJ), disse que está cumprindo um papel que nunca imaginou cumprir na vida. "Papel que eu cumpro com tristeza, disse".
"É um momento triste decidir afastar uma presidente da república. É um caminho que só se toma quando a lei não deixa nenhuma outra opção", afirmou, posicionando-se favoravelmente ao impeachment de Dilma Rousseff.
Romário disse que não resta dúvida de que houve crime de responsabilidade e que, assim, de acordo com a lei, o impeachment é o único desfecho possível.
"Terminado o julgamento e confirmado o resultado, será a hora de virar a página. Torço para que as divergências que dividiram o Senado e o Brasil sejam deixados de lado", afirmou. "O momento é de muita união, de reconstrução e de trabalho duro."
O ex-jogador disse que não vai apoiar nenhuma medida que retire direitos trabalhistas e defendeu a aproximação entre a população e o parlamento.
O 63° e último senador a falar é Romário (PSB-RJ)
José Maranhão declara voto favorável ao impeachment
Votos declarados a favor do impeachment: 42
Votos declarados contra o impeachment: 18
Não declarados: 2O senador José Maranhão (PMDB-PB) iniciou seu discurso saudando a atuação da advogada de acusação, Janaína Paschoal. Depois, posicionou-se favoravelmente ao impeachment.
Ele afirma que manteve sua posição desde a votação pela admissibilidade do processo na comissão especial do impeachment.
Maranhão disse que não está tão triste quanto os demais senadores ao votar o impeachment. "Não estou tão triste porque entendo que a crise, muitas vezes, é o começo da solução", disse. "No momento que as consciências acordam para um enfrentamento direto com o problema, aí pode surgir a solução."
Ele citou erroneamente o líder cubano, Fidel Castro, para dizer que em momentos como esse "é preciso ser duro, mas com ternura" —a frase "é preciso endurecer, mas sem perder a ternura jamais", na verdade, é atribuída ao revolucionário Che Guevara, compatriota de Fidel.
"Apesar de tudo, ainda nutro a esperança de que o Brasil pode voltar a normalidade política e partidária", disse. "Acredito que o país é maior que qualquer crise."
Ao fim do discurso, disse que Gleisi Hoffman (PT-PR) foi a adversária mais aguerrida que já enfrentou no plenário. "Você está aqui até agora, e tenho certeza que ninguém te pediu isso. Você realmente é osso duro de roer."
O 62° deputado a se pronunciar é José Maranhão (PMDB-PB)
Elmano Férrer declara voto contrário ao impeachment
Votos declarados a favor do impeachment: 41
Votos declarados contra o impeachment: 18
Não declarados: 2O senador Elmano Férrer (PTB-PI) afirmou estar preocupado pela "jovem democracia brasileira", que estaria ameaçada pela crise política.
O político afirmou que não conseguiu identificar o crime de responsabilidade que teria sido cometido por Dilma, portanto voltou contra o impeachment, apesar de considerar negativo o "conjunto da obra" do governo da presidente.
"Nosso país sangra frente a uma crise eocnômica, social e ética", disse. "Esse cenário não se restringe ao poder Executivo, tampouco a esfera federal."
Férrer afirmou que considera o Senado qualificado para julgar a presidente e que qualquer que seja o resultado da votação, deverá ser respeitado.
"Assistimos a um duro confronto de ideias, mas acredito, defendidas por pessoas sérias e qualificadas que lutam pelo que acreditam ser melhor pelo país", disse.
O senador afirmou que as instituições de invetigação e controle público têm cumprido seu papel. Agora, afirma ele, os políticos precisam "travar uma batalha para mudar a cultura política do país."
"Se não fizermos isso, chegará o dia que não poderemos ter orgulho de usar esse bottom de senador em público", disse, mostrando o broche que os parlamentares usam na lapela do terno.
O senador Elmano Férrer (PTB - PI) é o 61º a falar
Davi Alcolumbre declara voto a favor do impeachment
Votos declarados a favor do impeachment: 41
Votos declarados contra o impeachment: 17
Não declarados: 2O senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) afirmou que Dilma cometeu crime de responsabilidade e "não está acima da lei".
"Temos a certeza de que nossas instituições amadureceram e refletem com mais rapidez os anseios da sociedade, que não tolera escândalos", afirmou.
Ele disse ainda que o impeachment seguiu o processo legal e que a retomada da economia virá com a conclusão do julgamento.
"O pensamento de todos deve estar focado nas necessidades da nação", afirmou.
"Não haverá vencedores ou vencidos, mas sim uma nação de mais de 200 milhões de brasileiros que aguarda desta Casa um novo rumo", disse. "Seguir adiante é o que nos resta."
Para o senador, o impeachment é uma oportunidade para melhorias e uma "dolorosa lição".
"Somos uma nação que merece um amanhã com mais esperança e confiança", concluiu.
Diminui lista de senadores inscritos para falar
A lista de oradores, que chegou a ter 66 senadores, caiu pra 63.
Romário (PSB-RJ) deve ser o último a falar.
Agora, Davi Alcolumbre (DEM-AP), 60° senador a se pronunciar, discursa.
O senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) é o 60º a discursar