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Acompanhe em tempo real a cobertura da crise política no governo Dilma
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tomou posse nesta quinta-feira (17) do cargo de ministro da Casa Civil, horas após o juiz federal Sergio Moro liberar no inquérito da Operação Lava Jato um grampo telefônico que sugere uma ação da presidente Dilma Rousseff para evitar uma eventual prisão do petista.
Uma decisão da Justiça Federal de Brasília determinou, porém, a suspensão do ato de nomeação. Na decisão, o juiz Itagiba Catta Preta Neto afirma que há indícios de cometimento do crime de responsabilidade. O advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, já informou que o governo federal irá recorrer.
A divulgação dessa gravação e a entrada de Lula no governo motivam protestos pelo país desde a noite de quarta. Em São Paulo, a avenida Paulista amanheceu bloqueada por manifestantes.
Acompanhe em tempo real os desdobramentos da crise política do governo Dilma. A Folha fez um resumo dos acontecimentos desta quinta.
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SÃO PAULO - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou nesta quarta o instituto Lula sob gritos de dez manifestantes.
Um deles deu um murro no carro. Minutos antes jogaram um ovo na porta da sede do instituto.SÃO PAULO - Um grupo de manifestantes ocupa a avenida Paulista, em frente à Fiesp, para protestar contra a nomeação do ex-presidente Lula como ministro do governo Dilma Rousseff
A presidente Dilma está reunida no Palácio do Alvorada na noite desta quarta (16), com seus principais assessores e equipe jurídica, para decidir como o governo reagirá à divulgação da gravação entre ela e o ex-presidente.
Tão logo foi divulgada a gravação feita pela Polícia Federal de uma conversa entre a presidente Dilma e o ex-presidente Lula, um assessor direto da petista disse, reservadamente, que o caso é grave e reclamou que o país está vivendo "um Estado policial".
BRASÍLIA - O líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO) pediu a renúncia da presidente Dilma Rousseff após a divulgação do grampo telefônico envolvendo Dilma e o ex-presidente Lula. "Acredito que é o fim do governo e o mínimo que a presidente Dilma tem que fazer é renunciar à presidência. Dilma quebrou 100% da liturgia da presidência, ela quebra o decoro, fica sem condições de continuar. É inaceitável e inadmissível", disse o democrata no plenário da Casa.
A conversa entre Dilma e Lula foi gravada pela Polícia Federal, no inquérito que apura a posse do sítio em Atibaia (SP). A hipótese dos investigadores é que o sítio foi doado a Lula por empresas que tinham contrato com a Petrobras, como a Odebrecht, OAS e José Carlos Bumlai, este amigo do ex-presidente.
Nesta quarta (16) a presidente Dilma Rousseff nomeou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como novo ministro da Casa Civil.
O juiz Moro não pode mandar prender ministros porque eles detêm foro privilegiado.
Dilma diz a Lula que o termo de posse só seria usado "em caso de necessidade". Os investigadores da Lava Jato interpretaram o diálogo como uma tentativa de Dilma de evitar uma eventual prisão de Lula. Se houvesse um mandado do juiz, de acordo com essa interpretação, Lula mostraria o termo de posse como ministro e, em tese ficaria livre da prisão.
O juiz federal Sergio Moro incluiu no inquérito que tramita em Curitiba uma conversa telefônica entre o ex-presidente Lula e a presidente Dilma Rousseff, na qual ela diz que encaminhará a ele o "termo de posse" de ministro.