Estudantes de colégios estaduais fazem na tarde desta quarta-feira (9) um protesto na região da avenida Paulista, região central de São Paulo. Os alunos, que até esta quarta ocupam 126 escolas, pedem o cancelamento da reorganização de ciclos de ensino, projeto do governador Geraldo Alckmin (PSDB). Na última sexta (4), Alckmin anunciou a suspensão do plano. Com a suspensão, o tucano afirma que quer "aprofundar o diálogo". Os alunos, no entanto, pedem que o projeto seja definitivamente cancelado. Eles também pedem punição a policiais militares que agrediram estudantes em protestos nas últimas semanas
Encerramos agora a cobertura ao vivo dos protestos desta quarta-feira.
A Polícia Civil informa que entre os nove detidos de uma só vez, estão cinco menores. Somando outro jovem que havia sido apreendido anteriormente, são dez os detidos ou apreendidos.
A Polícia Militar confirma que nove pessoas foram detidas na rua Itacolomi, atrás do cemitério da Consolação, durante confronto de manifestantes e a PM. Mais cedo, um menor havia sido apreendido.
As ruas no centro já estão vazias e sem confrontos. Mas há um rastro de depredação e destruição.
A bióloga Vera Alice Pessoa, 60, estava de passagem na praça da República quando viu o confronto entre manifestantes e PM. Segundo ela, a polícia foi a primeira a jogar uma bomba de efeito moral nos estudantes, quando se aproximavam da secretaria de Educação. "Vi a polícia jogando bomba pra tudo quanto é lado para cima dos estudantes. Aí os estudantes jogaram um rojão. Estou pasma", diz. "Me escondi do lado da PM. Parece que você está vivendo uma guerra."
O DJ Eugênio Lima, 47, conta que viu pelo menos seis policiais perseguindo e agredindo três jovens durante os confrontos desta noite. Ele estava dando uma aula no Teatro de Arena de São Paulo, na República, quando escutou a perseguição aos jovens. Segundo ele, um policial em uma moto prensou um menor contra a parede. O menor estava ensanguentado. Outros dois jovens correram para o interior do Teatro. Eles foram seguidos por seis policiais de moto que entraram no teatro e agrediram os jovens. Lima conta que os policiais entraram inclusive na bilheteria do teatro para perseguir os menores. "Foi uma barbárie. Os policiais invadiram um teatro público e agrediram jovens que estavam andando na rua", disse ele.
Toda fachada do cemitério da Consolação está com pichações "ocupe minha escola" e "queime as igrejas"
Policiais são atingidos por fogos de artifício, diante da sede da secretaria estadual de Educação.
Veículo danificado por pessoas que participavam de um protesto no centro de São Paulo
No confronto na Consolação com a São Luís, por volta das 21h20, manifestantes depredaram carros estacionados. No veículo de uma garçonete de um restaurante na região, um Polo, riscaram o que parece ser "PCC". "Comprei o carro há quatro meses e e estou pagando a 3ª prestação. Sou favorável ao protesto, até fazer barricadas e enfrentar a PM, mas não quando estragam patrimônio privado, ainda mais de quem trabalha", diz a garçonete Simone Aguiar de Souza, 25.