O voto de Lorenzoni, a favor da continuidade do processo, só irá valer se alguém de deu bloco não votar, porque ele é suplente.
Lorenzoni lembra que com o voto aberto ficará claro se "negociatas continuam ou não" acontecendo. Assim como o PSDB, ele fustigou as negociações de acordo entre Cunha e o PT.
"Vejo o deputado Eduardo Cunha trabalhando, negociando, jogando" em relação à abertura ou não do processo de impeachment contra Dilma, afirmou o deputado do DEM.
"Aí há um jogo que não é democrático, que não é respeitoso. [...] Há uma negociata no ar que precisa ser denunciada."
Onyx ainda fez críticas ao acordo de trégua entre Eduardo Cunha e Dilma Rousseff.
Onyx Lorenzoni (DEM-RS), que é suplente no Conselho, também indica voto a favor da continuidade do processo. "Tenho doze CPIs na minha história parlamentar e nunca havia presenciado um ato daquela forma. O presidente da Câmara foi à CPI, ataca o procurador-Geral da República, e assistimos lá a uma equivocada louvação".
Onyx se refere à ida de Cunha à CPI da Petrobras, em março, ocasião em que o presidente da Câmara negou ter "qualquer tipo de conta" no exterior. Tempos depois vieram à tona informações de que ele ocultou patrimônio milionário na Suíça. Cunha afirma que não mentiu porque não seria titular das contas, apenas beneficiário.
"Quando poderíamos imaginar que alguns figurões da República estariam hoje comendo quentinha, tomando banho frio e usando o macacão dos ladrões de galinha desse Brasil?", disse, sobre as prisões ocorridas por causa das delações premiadas.
Assim como os deputados do PSDB, Onyx Lorenzoni (DEM-RS) defendeu o instrumento da delação premiada, atacada pelo advogado de Cunha, que chamou as delações --que acusam o peemedebista no âmbito da Lava Jato-- de "torturadas".
Segundo a se pronunciar na fase de discussão do relatório preliminar, o deputado federal Nelson Marchezan (PSDB-RS) anunciou posição favorável à continuidade do processo de cassação do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Segundo ele, não lhe passa pela cabeça que o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados abra mão de continuar a investigação contra o peemedebista e, assim, coloque sua reputação "na opinião de 90% da população de que quem faz política não presta".
"Não se pode admitir que esse Conselho de Ética não queira continuar na apuração de denúncias que alarmam a população brasileira", disse.
Para ele, há denúncias e provas suficientes para que o processo de investigação tenha prosseguimento.
Betinho Gomes (PSDB-PE) diz que a decisão pela admissibilidade do processo contra Cunha está nas mãos dos três deputados do PT no Conselho de Ética. E cobra uma posição do partido rival.
Pressionado pelo Planalto e por Cunha, os petistas avaliam salvar o peemedebista em nome da governabilidade.
O tucano Betinho Gomes (PE) foi o primeiro a falar. Depois de muito tempo alinhado a Cunha com o objetivo de forçar a abertura de um processo de impeachment contra Dilma Rousseff, o partido está agora rompido com o peemedebista.
"A defesa de Eduardo Cunha ainda não conseguiu descaracterizar esse benefício que o deputado teria recebido [nas contas que ocultou no exterior]", diz Betinho. "Dizer que não tinha nenhuma conta no exterior (...) é algo no mínimo estranho." Betinho diz que irá votar a favor do prosseguimento do processo.
O advogado de Cunha, Marcelo Nobre, balança a cabeça negativamente durante a fala do tucano.
O deputado Betinho Gomes (PSDB-PE) afirma que vota pela admissibilidade do processo contra o presidente da Câmara dos Deputados.
O relator do processo contra Eduardo Cunha, Fausto Pinato (PRB-SP), rebate os argumentos da defesa do deputado. Último à direita, o advogado de Cunha, Marcelo Nobre | Ranier Bragon/Folhapress