O relator Fausto Pinato (PRB-SP) defendeu que o voto em separado do deputado federal Wellington Roberto (PR-PB) seja anulado. Segundo ele, é uma estratégia com a finalidade "criar embaraço a esse conselho".
"Esse comportamento é lamentável e repudiado por todos os brasileiros que não aguentam mais ver a impunidade no país", disse.
O presidente do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, José Carlos Araújo (PSD-BA), no entanto, lembrou que o voto em separado é previsto em regimento interno e rejeitou a hipótese de anulá-lo.
O deputado federal Sandro Alex (PPS-RS), primeiro vice-presidente do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, também se posicionou favoravelmente ao prosseguimento do processo de cassação do deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
O deputado federal Sandro Alex (PPS-RS), primeiro vice-presidente do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, avaliou que não cabe neste momento apresentar um voto em separado. Segundo ele, a discussão se baseia na admissibilidade do processo de cassação, não na pena que seria imposta a Eduardo Cunha (PMDB-RJ) caso ele seja afastado.
Mais cedo, o deputado federal Wellington Roberto (PR-PB) antecipou o seu voto pelo arquivamento do processo de cassação, apresentando-o em separado com previsão de pena menos grave ao peemedebista.
A deputada federal Eliziane Gama (Rede-MA) posicionou-se favorável ao prosseguimento do processo de cassação do mandato do presidente da Câmara dos Deputados. Segundo ela, há indícios de que o peemedebista utilizou de manobras para tentar obstruir a investigação contra ele.
Ela também afirmou que o peemedebista subestimou a capacidade de raciocínio dos membros da comissão ao ter afirmado que as contas secretas no exterior estavam em nome de empresas, e não no dele. "É uma ação infantil", disse.
Na condição de suplente, ela tem o direito de votar no processo de admissibilidade da cassação do mandato porque substitui o deputado federal Julio Delgado (PSB-MG).
"Não permitir que a investigação [contra Cunha] transcorra é incorrer também em obstrução da Justiça", afirmou a deputada.
A deputada Eliziane Gama (Rede-MA) também apoia a continuidade do processo contra Eduardo Cunha.
Trinta e um dos 60 deputados federais do PT assinaram manifesto distribuído no conselho em que pedem a continuidade do processo contra Eduardo Cunha. O abaixo-assinado é uma reação às negociações de bastidor entre o partido e Cunha, que ameaça deflagrar um processo de impeachment contra Dilma Rousseff caso não obtenha o apoio do partido da presidente para enterrar seu processo de cassação.
Os três integrantes do PT no conselho, que não assinam o manifesto, avaliam votar a favor de Cunha em nome da governabilidade e para enterrar o impeachment.
"Devemos nos manifestar firmemente contra qualquer tentativa do deputado Eduardo Cunha de se utilizar do cargo de presidente para beneficiar sua própria defesa, em detrimento dos interesses da sociedade brasileira", diz o manifesto.
O texto é assinado, entre outros, por Pepe Vargas (RS), ex-ministro da articulação política de Dilma, Vicentinho (SP), Henrique Fontana (RS) e Paulo Teixeira (SP), ex-líderes da bancada do PT, e Marco Maia (RS), ex-presidente da Câmara dos Deputados.
O presidente do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, José Carlos Araújo (PSD-BA), considerou que terá de suspender a sessão deliberativa caso seja aberta a ordem do dia na Câmara dos Deputados.
O presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL), já anunciou que pretende abrir sessão conjunta do Congresso Nacional às 19h, o que interromperia o conselho.
Com o atraso na discussão sobre a ordem de presença, motivada pela tropa de choque de Eduardo Cunha, é provável que a votação final não seja encerrada nesta terça-feira (1º).
O líder do PSOL na Câmara dos Deputados, Chico Alencar (RJ), defendeu a representação apresentada pelo PSOL e pela Rede pela cassação do mandato de Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Em resposta ao discurso do advogado do peemedebista, Marcelo Nobre, o deputado federal lembrou que o objetivo do Conselho de Ética da Casa Legislativa é investigar, não julgar previamente.
Ele ainda cobrou dos três deputados federais do PT, sob pressão do Palácio do Planalto, que votem pela admissibilidade do processo de cassação.
"É dever de quem está na vida pública impedir a confusão entre imunidade e impunidade. O arquivamento do relatório preliminar é um profundo erro e vai ter repercussões muito ruins para todos nós, sem exceção", disse.
Como um dos autores da representação, o deputado federal não vota no processo de cassação.
Em sua fala, Chico Alencar (PSOL-RJ) também ataca Cunha. Segundo ele, a rejeição do processo do relator seria "um profundo erro".