As duas principais sindicais do país, CUT e Força Sindical, comemoraram nesta sexta-feira (1º) o Dia do Trabalho com pautas opostas. A festa na CUT virou um ato contra o projeto aprovado na Câmara que amplia a terceirização --a central ameaça com uma greve geral caso o Senado mantenha o texto como está para forçar a presidente Dilma Rousseff a vetá-lo.
O evento da Força --que contou com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o senador Aécio Neves (PSDB-MG)-- virou ato de repúdio a Dilma. O deputado Paulinho da Força (SDD-SP) chegou a dizer ao público: "Quem quer essa desgraçada fora, levanta o braço".
Cunha afirmou que Dilma comete um equívoco ao atacar o projeto da terceirização, afirmando ser perigoso quando a presidente, que tem uma ampla base, "assume a pauta do PT".
Cunha afirmou que Dilma comete um equívoco ao atacar o projeto da terceirização, afirmando ser perigoso quando a presidente, que tem uma ampla base, "assume a pauta do PT".
Aécio acusou o atual governo de ser o mais corrupto da história do país.
Coube ao ex-presidente Lula a defesa de Dilma na CUT. Segundo ele, quem mexer com ela estará mexendo "com milhões e milhões de brasileiros". Lula disse que irá enfrentar quem pedir o impeachment da presidente.
Ele ainda criticou reportagem da revista "Época", que afirma que ele é investigado por suspeita de tráfico de influência, e insinuou que poderia disputar a Presidência novamente.
"A elite brasileira teme que eu volte à Presidência da República. É um medo inexplicável, porque eles nunca ganharam tanto inheiro na vida quanto no meu governo."
"Estou quietinho. Mas não me chamem para briga porque sou bom de briga", disse.
(Crédito: Reprodução/Facebook/vagner.freitas.50702)
(Crédito: Eduardo Knapp/Folhapress)
Presidente da Camara dos deputados Eduardo Cunha prestigia a festa do 1 de Maio da Força Sindical pic.twitter.com/pexK7vu736
— Força Sindical (@CentralSindical) May 1, 2015
Movimentos Sociais se unem em manifestação por trabalho digno #1deMaioPopular pic.twitter.com/A2I6fv7aCp
— CUT Nacional (@cutnacional) May 1, 2015
Esta é a primeira vez que Dilma cancela pronunciamento na TV no 1º de Maio. O Planalto temia a reedição de panelaço durante a fala da presidente, como ocorreu no no Dia da Mulher. Nas redes sociais, porém, internautas se manifestaram contra o discurso e lembraram do movimento que houve em 8 de março.
@dilmabr PAPAPAPAPAPAPA
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— Art. 332 Strelnikov (@_MrMouse) May 1, 2015
@dilmabr PLEIN-PLEIN-PLEIN-PLEIN-PLEIN-PLEIN-PLEIN-PLEIN-PLEIN-PLEIN-PLEIN-PLEIN-PLEIN-PLEIN-PLEIN-PLEIN-PLEIN-PLEIN-PLEIN
— aristoteles (@Aristotelesbh) May 1, 2015
Veja pronunciamento de Dilma sobre o 1º de Maio, publicado na internet. A presidente não fará pronunciamento por cadeia de rádio e TV.
A valorização do salário mínimo é uma das maiores conquistas dos trabalhadores nos últimos 13 anos.
https://t.co/S0qBAZ5w5f
— Dilma Rousseff (@dilmabr) May 1, 2015
Viva o Dia Internacional dos trabalhadores! 1° de maio, contra a terceirização, em defesa da democracia.
— Abgail Pereira (@AbgailPereira) May 1, 2015
Presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores), Ricardo Patah, disse que a central não fez evento neste ano porque este "é um 1º de Maio de reflexão", não de "pão e circo", ao se referir à festa que a Força Sindical realiza com sorteio de carros e show de artistas populares.
O sindicalista foi, durante anos, dirigente da executiva da Força.
A CUT promete intensificar as mobilizações para pressionar o governo a derrubar o projeto de lei que regulamenta e amplia a terceirização nas empresas. “Não vamos sair das ruas enquanto o PL 4330 [da terceirização] não for derrubado. Estamos apontando um dia nacional da paralisação, que será provavelmente no dia 29 de maio. Se a mobilização não resolver, temos uma posição de avançar para uma greve geral no país”, disse o secretário de políticas sociais da CUT-SP, João Batista.
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) também é alvo de protestos da central. Segundo Batista, Cunha tem "pautas retrógradas e que ferem a democracia do país".
O presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, afirmou que a classe trabalhadora vive "um momento muito difícil" com o projeto que regula a terceirização, já aprovado na Câmara.
"Não vejo outra alternativa senão construirmos uma grande greve", disse.