Duas ações policiais conjuntas mataram três homens que faziam reféns em locais distintos da França. Dois deles, os irmãos Said Kouachi, 34, e Chérif Kouachi, 32, são suspeitos de participar do massacre ao jornal satírico “Charlie Hebdo”.
O terceiro suspeito morto, Amedy Coulibaly, 32, invadiu um mercado judaico em Porte de Vincennes, em Paris, e também fazia reféns no local. Segundo a Reuters, o sequestrador e mais quatro reféns foram mortos.
Segundo a agência AFP, Coulibaly seria ligado a um dos irmãos Kouachi. Coulibaly era suspeito do assassinato de uma policial municipal francesa nesta quinta-feira (8), em Montrouge.
Polícia francesa cerca posto supostamente assaltado por suspeitos; autoridades não confirmam (Michel Spingler/AP).
#jesuischarlie gerou cerca de um milhão de tuítes desde ontem, segundo a empresa espanhola SocialBro, que monitora a rede social
Mídia francesa reporta cerco em Oise. Ministro do interior do país, entretanto, se recusa a confirmar a informação e apela à "prudência"
A prefeitura de Oise confirma que "há uma operação policial" na localidade.
Segundo alguns veículos da imprensa francesa, os dois suspeitos teriam sido localizados no norte da França e estariam entrincheirados numa casa da localidade de Crépy-en-Valois, no departamento de Oise. Carros e furgões da polícia estariam cercando o local.
Segundo a mídia francesa, os irmãos Kouachi foram vistos hoje num carro em Aisne, ao norte de Paris. Eles teriam roubado um posto de gasolina numa estrada de Villers Correrêts, pra onde foi um grande efetivo policial. O gerente do posto assaltado os teria reconhecido e indicou que eles haviam chegado num Renault Clio cinza, que foi abandonado nas proximidades. O ex-ministro do interior, Claude Guéant, afirmou que não há dúvidas que os irmãos serão detidos, mas que não tem informações precisas sobre os fatos em Aisne.
O "Charlie Hebdo" vai ser publicado normalmente na semana que vem. As informações são de acordo com o que disse Patrick Pelloux, um dos responsáveis pelas crônicas da publicação. “Vamos seguir. Decidimos publicar na próxima semana. Estamos todos de acordo”, afirmou.
Militares armados com fuzis patrulham pontos turísticos de Paris, como a Torre Eiffel e o Arco do Triunfo. A presença ostensiva de policiais e soldados também pode ser percebida nas principais estações de metrô da capital francesa. A França elevou ao nível máximo o alerta antiterrorismo após o ataque que deixou 12 mortos na sede do "Charlie Hebdo".
Funcionários de rede de fast food fazem minuto de silêncio em Saint Ouen pelas mortes do "Charlie Hebdo" (Diogo Bercito/Folhapress)
Nesta manhã, entre rumores de ataques contra mesquitas, a reportagem da Folha em Paris foi impedida de entrar na Grande Mesquita de Paris.