Oito candidatos à Presidência participaram do debate da TV Aparecida organizado pela CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil): Dilma Rousseff (PT), Marina Silva (PSB), Aécio Neves (PSDB), Eduardo Jorge (PV), José Maria Eymael (PSDC), Levy Fidelix (PRTB), Luciana Genro (PSOL) e Pastor Everaldo (PSC).
O mediador foi o jornalista e apresentador Rodolpho Gamberini. Serão cinco blocos. No primeiro, todos respondem a uma única pergunta, após abertura feita pelo cardeal arcebispo de Aparecida, dom Raymundo Damasceno; no segundo bloco, as perguntas serão feitas por oito bispos; no terceiro, por jornalistas; no quarto, os candidatos fazem perguntas entre si; no quinto, eles fazem as considerações finais.
ABAIXO, CONFIRA AS PRINCIPAIS FALAS DE DILMA, AÉCIO E MARINA
Neste terceiro bloco, as perguntas serão feitas por jornalista, que terão 30 segundos, com 1 min e 30 segundos para a resposta, a ser dada pelo candidato sorteado durante o debate.
Jornalista Felipe Caetano pergunta a Aécio Neves: Caso seja eleito, o senhor deve aprovar o projeto de lei que prevê a criminalização da homofobia?
Aécio Neves candidato do PSDB à Presidência É preciso que fique claro que qualquer tipo de discriminação seja tratada como crime. Inclusive a homofobia. Essa é uma discussão que tramita no Congresso há muito tempo. A Nossa posição é a seguinte: A uma resolução do STF que já é um realidade, isso é pagina virada. Essa é nossa posição, bem clara, diferente de outras candidatas. O que precisamos é definir se a PL122 é o instrumento adequado, ou se encontraremos outro texto.
Jornalista pergunta ao candidato Levy Fidelix: Quais são as suas propostas para combater a corrupção no Brasil?
Levy Fidelix candidato do PRTB à Presidência Tenho certeza absoluta que a divisão pode ser feita, mas não está sendo feita. O Brasil tem um orçamento de mais de 2 trilhões de reais, mas está devendo quase isso aos bancos. Se não resolvermos essa equação perversa, não adianta Petrobras, royalties, não vai resolver o problema. O banco tira nosso patromônio.
Jornalista José de Melo pergunta a Marina Silva propostas sobre a área de saneamento básico.
Marina Silva candidata do PSB à Presidência De fato esse é um problema grave, a maioria das cidades não tem saneamento básico, e quando tem, a coleta do esgoto não é tratado. As crianças que não tem saneamento básico tem desempenho pior do que as tem, para se ver como há influência no aprendizado. Precisamos estabelecer parceria com a iniciativa privada para que possa ser prestado um serviço de qualidade para toda a população. Lidar com a questão do saneamento é atender a população no nível da qualidade de vida e bem estar.
Jornalista pergunta para Dilma Rousseff: Segundo dados do Ministério da Saúde, o Brasil tem menos leitos que o recomentado pela Organização Mundial da Saúde. Falta maca para atendimento ao paciente. Qual será a sua proposta para a área da Saúde do Brasil?
Dilma candidata à reeleição do PT à Presidência O mais médicos diminiu a pressão sobre os hospitais. Agora, vamos fazer o mais especialidades, que é o reconhecimento de que faltam médicos especialistas para atender o paciente.
Jornalista André Costa pergunta a Eduardo Jorge: Qual a posição do candidato sobre o aborto?
Eduardo Jorge candidato do PV à Presidência Eu sou médico e sou autor da lei de planejamento familiar do Brasil. Dom Luciano esteve na comissão de seguridade discutindo a lei de planejamento familiar no Brasil. Para evitar a epidemia de abortos, é preciso planejamento familiar e educação sexual. No entanto, não se pode deixar abandonadas 800 mil mulheres que fazem abortos no Brasil. É preciso revogar essa lei atual, criminosa e machista, que deixa mulheres morrerem e transformas elas em criminosas, mulheres que muitas vezes são católicas e evangélicas.
FOLHA COMENTA ABORTO Em maio deste ano, o Ministério da Saúde cancelou uma portaria própria que mudava a forma de registro dos abortos legais no país e aumentava o valor pago pelo procedimento --de cerca de R$ 170 para R$ 483. A revogação da medida ocorreu uma semana depois de a portaria ter sido publicada, sob o argumento de que o texto não havia passado pelos trâmites internos necessários.
A jornalista Carla Maria pergunta a Pastor Everaldo sobre a redução da maioridade penal: O sistema carcerário estão longe de ser espaço de ressocialização. A pastoral carcerária flagra sucessivas situações de detentos em condições indígnas. Qual a sua proposta para a questão dos jóvens infratores?
Pastor Everaldo candidato do PSC à Presidência Sou a favor da redução da maioridade penal e da privatização do sistema carcerário no Brasil
Jornalista pergunta para Luciana Genro: Qual a estratégia para que um eleitor possa dar seu voto a você, para que finalmente seja feita a reforma tributária?
(Crédito: Marlene Bergamo/Folhapress).
Luciana Genro candidata do PSOL à Presidência Nenhum governo tentou implantar a reforma tributária que o Psol defende. Eu fui membro da comissão da câmara. Esse sistema é extremamente oneroso ao trabalhador e aos que tem menor renda, em compensação é benevolente com o grande capital. Nós defendemos que os bancos paguem mais impostos, que os milionários paguem mais impostos, aqueles que tem fortunas acima de 400 milhões, queremos que paguem 5% ao ano. Como fazer isso, sem negociatas, com a mobilização do povo. Com propostas com a participação do povo.
Jornalista pergunta a Eymael: A Polícia Rodoviária Federal apreendeu neste ano 87 mil toneladas de maconha cocaína e crack. Caso eleito, como que o senhor pretende lidar com o tráfico e com o uso medicinal? Como o senhor encara a questão da regulamentação da maconha?
Eymael candidato do PSDC à Presidência Totalmente contra. A democracia é totalmente contra a descriminalização das drogas e da maconha. Hoje a juventude é assassinada pelas drogas e armas que entram pelas fronteiras desguarnecidas desse país. A função das Forças Armadas é defender as fronteiras desse país. É necessária a ação das Forças Armadas impedindo a entrada das drogas e das armas. A corrupção é uma fera assassina que dilacera as forças e a pátria e nos envergonha perante o mundo.