A Folha, o portal UOL --ambos do Grupo Folha--, o SBT e a rádio Jovem Pan estreiam hoje parceria para promover sabatinas e debates com os candidatos ao longo deste ano eleitoral. O primeiro será com o ex-ministro da Saúde do governo Dilma, Alexandre Padilha, pré-candidato ao governo de SP.
Alexandre Padilha Eu defendo integração das polícias. O que não pode haver é uma disputa entre as polícias, como acontece hoje. Nos anos 90, tinha uma prática interessante, que era integrar as polícias no momento da formação. É uma prática que eu gostaria de retomar. Eu tenho conversado com pessoas da polícia científica, da polícia militar, e são pessoas extremamente capacitadas. Agora, quando o estado não pune abusos que são cometidos, eles começam a se proliferar. Pinheirinho foi assim, chacina em Campinas foi assim. É fundamental coibir os abusos que acontecem para que as polícias possam trabalhar da forma como determina a Constituição.
Ricardo Balthazar Uma questão que apareceu nas manifestações foi a desmilitarização das polícias. O sr. disse que o problema é usar melhor a estrutura que já existe. Mas especialistas defendem que é preciso uma mudança mais profunda. O sr. pretende mexer nessa questão ou é muito complexa para um primeiro mandato?
Alexandre Padilha É melhorar o que já temos. Temos policiais preparados para atuar nas ruas, com formação militar, trabalhando no 190. Dos 25 mil policiais que temos, apenas 14 mil estão nas ruas. Se os bancos da Polícia Militar e da Polícia Civil fossem integrados, o trabalho seria mais eficiente.
Fabio Diamante O sr. usa o exemplo da Polícia Federal, que opera em casos diversos, como em crimes de corrupção. Em relação às polícias militar e civil, qual é a mágica a ser feita?
Alexandre Padilha A Polícia Federal é um modelo de política. Defendo que a Segurança Pública de São Paulo faça parceria. O governo de SP é pouco pró ativo para firmar parceria. Para cocaína sair da Bolívia, para as armas entrarem no Brasil, elas passam pelas divisas de São Paulo. Não pode se negar a fazer cooperação.
Patrick Santos Em relação a segurança, como o sr. vê essa questão de parceria?
Alexandre Padilha O problema é o terremoto do Haiti. O que o governo federal precisa fazer é organizar uma recepção adequada e aproveitar os imigrantes que estão vindo. O que não pode ter é incitação à xenofobia. Ou posturas deselegantes de criar uma rixa com quem está vindo pra cá. Imagina se tivéssemos feito isso com libaneses, italianos, que vieram para o Estado em situação pior ainda.
Josias de Souza Mas essa questão dos haitianos não foi um problema gerado pelo governo federal?
Alexandre Padilha Sempre defendi a cooperação e sei que o governo federal entrou em campo para construir a cooperação. A partir do primeiro momento que teve essa rusga é sentar e conversar. Se teve pagamento sem avisar foi errado e também foi errada a fala da Secretaria da Segurança de São Paulo, que foi deselegante. Aliás, o governo de SP tem usado essa tática ultimamente para atacar. Quando fui falar sobre a falta de abastecimento de água, recebi uma resposta deselegante.
Patrick Santos Chegada dos haitianos em São Paulo com a troca de farpas entre Geraldo Alckmin (PSDB) e o governador do Acre. Como agiria se fosse governador sem ter qualquer tipo de comunicação?