A Folha, o portal UOL --ambos do Grupo Folha--, o SBT e a rádio Jovem Pan estreiam hoje parceria para promover sabatinas e debates com os candidatos ao longo deste ano eleitoral. O primeiro será com o ex-ministro da Saúde do governo Dilma, Alexandre Padilha, pré-candidato ao governo de SP.
Alexandre Padilha Não concordo que quem pague a conta seja o cidadão. São Paulo e Minas Gerais não aderiram ao programa.
Josias de Souza O governo está usando empréstimo bancário para cobrir custos das termoelétricas.
Alexandre Padilha Só a Sabesp lucrou R$ 2 milhões. Se ela tivesse investido todo esse dinheiro nas obras que precisavam ser feitas, isso não estaria acontecendo. A Sabesp foi irresponsável. Com a questão da água, com investimento em seu próprio patrimônio e com seus acionistas.
Patrick Santos Onde arrumar dinheiro para essas obras?
Alexandre Padilha Qual é a grande precariedade dessa proposta, feita pelo governador: é tirar água de um lugar que tem o mesmo regime de águas do sistema Cantareira. É preciso fazer um regime de obras em outras áreas.
Marcos Fernandes, de Taubaté O sr. é favorável à transferência de água do rio Paraíba do Sul para o sistema Cantareira?
Alexandre Padilha Estou falando que o racionamento já existe. Falta de ética é cortar água de Campinas (SP), Osasco (Grande SP) e bairros da capital paulista e dizer que não há racionamento. Falta transparência. Nós paulistas, queremos ser polos dinâmicos.
Patrick Santos Mas o sr. não acha falta de ética usar o racionamento na eleição?
Alexandre Padilha A diferença é gritante. A cidade de Guarulhos tem 400 litros de recursos a menos desde fevereiro. Você não vê uma situação como essa no país. Fizeram quilômetros de linhas de transmissão. Aqui em São Paulo já tem redução. Desde dezembro, Campinas recebe menos água. Se eu fosse governador já teriam sido executadas as obras, que estão há dez anos paradas. O racionamento já existe em São Paulo. Campinas desde dezembro e Guarulhos desde fevereiro estão com redução de água. Bairros da capital paulista já sofrem com redução, além de Osasco (Grande SP). O Estado assumiu responsabilidade, mas nenhuma obra saiu do papel para reduzir a dependência de Cantareira. Desde 2004, é um tema persistente. Aloizio Mercadante, quando candidato, pautou esse tema. A ANA (Agência Nacional de Água) de SP apontou, em 2004, que precisava realizar obras para evitar a dependência do Cantareira.
Josias de Souza Um leitor lembra que no plano federal a água foi um problema. Transformamos um período de estiagem em consumo. O governo federal também não se planejou?