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Na ponta negativa do Ibovespa, as ações da BM&FBovespa fecharam em queda de 4,57% e lideraram as baixas do principal índice da Bolsa brasileira, após a companhia ter informado que a Receita Federal negou seu recurso contra multa envolvendo amortização de ágio gerado pela incorporação de ações da Bovespa Holding
Após três quedas seguidas, o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, fechou esta quinta-feira (5) em alta de 1,14%, a 50.787 pontos; ações preferenciais (mais negociadas e sem direito a voto) lideraram os ganhos do índice no dia, com avanço de 7,53%; o Ibovespa também foi ajudado pela valorização dos papéis mais negociados de Petrobras (+1,32%) e Vale (+1,42%)
Depois de sete altas consecutivas, o dólar caiu em relação ao real nesta quinta-feira (5) após o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, ter afirmado que a autoridade vai manter seu programa de intervenções diárias no câmbio para conter o avanço da moeda provocado por incertezas em relação à retirada de estímulo na economia americana; o dólar à vista, referência no mercado financeiro, fechou o dia em queda de 0,76%, a R$ 2,361 na venda; já o dólar comercial, usado no comércio exterior, encerrou a quinta-feira com desvalorização de 1,25%, a R$ 2,359; (foto: SXC)
"O Banco Central sinalizou hoje ao mercado que pode alterar [o programa de intervenções no câmbio] para não haver supresa caso isso seja preciso em 2014, mas a autoridade deve esperar antes de promover uma alteração para ver se outras medidas trarão efeito ao dólar. Estamos em pleno ciclo de aumento no juro básico [Selic], por exemplo, e isso pode trazer mais investimentos de fora para o Brasil, reduzindo temporariamente a pressão do dólar. Acho plausível que a moeda americana termine 2013 próxima de R$ 2,40", diz Guilherme Prado, especialista em câmbio da Fitta DTVM
"O governo vai continuar estudando a trajetória do câmbio tanto no mercado interno quanto no mercado internacional. Se, no ano que vem, esse programa [de intervenções] não surtir efeito como em 2013, ele pode atuar no mercado à vista. Além disso, o governo também pode diminuir alguns impostos em operações financeiras para atrair mais investimentos externos para o país, ou mesmo aumentar o valor dos leilões diários atuais", diz Guilherme Prado, especialista em câmbio da Fitta DTVM
"O Banco Central, até hoje, não tinha sinalizado que manteria seu programa de intervenções, o que estava 'estressando' um pouco o mercado. Somado a isso, os meses de dezembro sazonalmente puxam as cotações do dólar para cima, porque as empresas aumentam suas remessas para o exterior [e, com o maior volume de negociações internacionais, sobe também a oferta da moeda americana no mercado]. Com a prolongação do programa, o BC pelo menos ameniza essa alta, embora a tendência continue de oscilação para cima", diz Guilherme Prado, especialista em câmbio da Fitta DTVM
"O dólar ainda segue pressionado pelo cenário externo, com a ameaça de corte no estímulo americano em breve, mas com o anúncio [de prolongamento do programa de intervenções no câmbio pelo Banco Central] deve ceder um pouco nos próximos dias. Eu penso no dólar a R$ 2,35 para encerrar 2013. É um valor confortável", diz Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora
"Para este ano, nada mais pode ajudar a melhorar o desempenho da economia brasileira. O aumento dos juros a 10% ao ano vai amenizar a inflação apenas em 2014. O governo está fazendo tudo o que ele pode em 2013 para estancar a inflação e ajudar a economia no próximo ano. Através do seu programa de intervenções no câmbio, o Banco Central tenta segurar a volatilidade do dólar e, com isso, reduzir a pressão inflacionária. Esse foi um dos motivos que pode ter motivado o BC a manter seu programa por mais tempo", diz Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora
"O que o Banco Central não quer neste momento é volatilidade no câmbio. O dólar, depois do anúncio [do programa de intervenções no câmbio] do Banco Central, em agosto, chegou a cair perto de R$ 2,15. Eu sempre achei que essa queda foi exagerada, porque o cenário deteriorado da economia brasileira continuava. Agora, está em um valor confortável para que a autoridade possa continuar com os leilões", diz Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora
"O programa de leilões do Banco Central pode ser alterado, segundo o Tombini [presidente do Banco Central]. Ele tem ferramentas para isso, mas não é certo de que irá usá-las. Talvez ele intensifique os leilões de linha, ou aumente os valores dos leilões de swap. Mas também há a possibilidade de que ele tenha deixado em aberto a questão das modificações para poder diminuir o ritmo de leilões no futuro, caso queira encerrar o programa gradualmente", diz Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora