AO VIVO
Comissão da Câmara rejeita parecer contra Temer por 40 a 25
Depois de uma maratona de manobras do governo, que alterou significativamente a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara para recheá-la de aliados, a comissão rejeitou nesta quinta-feira (13) o parecer do deputado Sérgio Zveiter (PMDB-RJ), favorável à denúncia criminal contra o presidente Michel Temer (PMDB).
Dos 66 parlamentares da comissão, 40 votaram contra o parecer do relator (ou seja, a favor do governo), e 25 apoiaram o texto de Zveiter.
O presidente é acusado pela Procuradoria-Geral da República de corrupção passiva no caso da JBS. Para que Temer seja processado, é preciso que a Câmara dos Deputados aceite a continuidade da denúncia.
A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) retomou nesta quinta-feira (13) a discussão sobre a denúncia da Procuradoria-Geral da República, segundo a qual o presidente Michel Temer cometeu crime de corrupção passiva no exercício do cargo.
Esta fase sucedeu a apresentação do parecer do relator Sergio Zveiter (PMDB-RJ), que se manifestou a favor da aceitação da denúncia. Na sessão de quarta (12), falaram 68 deputados. Foram 27 contra a denúncia e 41 a favor.
acompanhe
PMDB obriga deputados a votar contra denúncia de Temer
A executiva nacional do PMDB decidiu na manhã desta quarta-feira (12) fechar questão contra a denúncia que indica que o presidente Michel Temer cometeu crime de corrupção passiva.
Ou seja, o deputado que votar a favor da denúncia será afastado temporariamente de suas funções enquanto o conselho de ética do partido não tomar decisão final. A legenda tem 33 deputados no colegiado e 63 na Câmara.
"A Executiva do PMDB fecha questão contra a denúncia ao presidente Temer. Quem não cumprir a decisão será enquadrado pelo Conselho de Ética do partido e sofrerá punições", afirmou nas redes sociais o presidente do partido, senador Romero Jucá (RR).
"É a primeira vez que o partido faz isso. Mostra a gravidade do que está acontecendo", disse o ministro Moreira Franco (Secretaria de Governo), ao deixar a reunião. (DANIEL CARVALHO E LUIZA FRANCO)
Deputados fazem fila para falar na CCJ
A sessão está prevista para começar às 11h. Todos os 66 titulares e 66 suplentes da CCJ podem falar por até 15 minutos cada —20 deputados que não integram a CCJ e são a favor da denúncia, e outros 20 não membros que são contra, podem falar por até 10 minutos cada um.
Além disso, os líderes partidários, de governo e da minoria podem falar. O tempo varia de acordo com o tamanho da bancada. Se o acordo for cumprido, as discussões levarão mais de 40 horas. (LUIZA FRANCO)
Luiza Franco/Folhapress Fila de deputados na CCJ Tropa de choque de Temer tentam mobilizar base para garantir votação em plenário
A tropa de choque de Michel Temer trabalhou até a madrugada desta quarta-feira (12) para mobilizar o maior número possível de aliados para garantir 342 deputados em Brasília até sexta-feira (14) quando querem realizar a votação da denúncia contra o presidente em plenário.
O deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS) disse que já começou a conversar com aliados durante a sessão de terça (11), que se estendeu até esta madrugada.
Em outra frente, o governo tem pressionado os partidos da base aliada a fechar questão contra a denúncia. Ou seja, obrigar os integrantes destas legendas a votar a favor do presidente, sob pena de expulsão de suas siglas.
A ordem deve ser cumprida por PMDB, PP, PR e PSD. O Planalto espera a mesma posição de PTB, PRB e PSC.
A deputada Cristiane Brasil (RJ), no entanto, disse que o PTB não fechará questão na CCJ e a tendência em plenário é a mesma. (DANIEL CARVALHO E LUIZA FRANCO)
Entenda como será o rito da denúncia em vídeo de 3 minutos
Oposição madruga para iniciar discussões
A oposição madrugou nesta quarta-feira (12) para garantir as primeiras posições na lista de inscrições para o debate na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara da denúncia contra o presidente Michel Temer.
O primeiro a chegar foi Wadih Damous (PT-RJ), que às 7h20 já estava na porta do plenário 1 da Câmara, que só foi aberto às 9h para a sessão marcada para começar duas horas depois.
A deputada Alice Portugal (PC do B-BA) mandou uma assessora para guardar seu lugar.
Para que os parlamentares não perdessem o lugar, assessores trouxeram quentinhas com café da manhã com pão, pão de queijo, café e sorvete de cupuaçu. (DANIEL CARVALHO E LUIZA FRANCO)
Governistas querem anular acordo sobre tempo de fala
A base aliada de Temer tem pressa e quer desfazer o acordo, feito entre representantes dos partidos na semana passada, que prevê a fala dos os 132 titulares e suplentes da CCJ, de 40 não membros e de outros líderes das siglas.
Já existe um requerimento de encerramento de discussão a ser apresentado. "Quando a oposição judicializou, acabou qualquer acordo. Vamos tentar um [novo] acordo", disse o vice-líder do governo Darcísio Perondi (PMDB-RS).
A oposição diz que não aceita novo acordo. Se cumprido o acerto, as discussões podem levar 40 horas,
"O acordo original é não haver requerimento de encerramento de discussão e não vamos arredar pé. Queremos o debate. Vamos usar todas as vagas para falar", disse o deputado Wadih Damous (PT-RJ). (DANIEL CARVALHO E LUIZA FRANCO)