RANCID
Duração real: 1 hora
Poderia ter durado: Dentro de um festival heterogêneo como o Lolla, foi o tempo correto
Número de músicas: 20
Look da banda: O Rancid demorou tanto para vir ao Brasil que parece até que colocaram o Enéas no lugar do Tim Armstrong. Explica-se: nos últimos anos, o guitarrista e vocalista do grupo adotou uma barba no mesmo estilo do célebre político do Prona. De resto, o que se espera de uma banda punk: tarrachas, jaqueta com retalhos e muitas tatuagens. Lars Frederiksen, guitarrista, usa um visual que se aproxima mais de um skinhead tradicional, com camisa quadriculada, colete preto e calça jeans.
Lição: ainda que o show tenha sido marcante para muita gente que cresceu ouvindo punk nos anos 1990, o Rancid merecia um show próprio fora de um festival. A banda nunca tinha vindo ao país, tem fãs brasileiros fervorosos, mas perdeu força em meio ao público que espera pelo show do Mettalica.
Resumo: Não dá para reclamar. Quem passou a adolescência inteira esperando para assistir a esta apresentação do Rancid viu uma banda com energia e que tocou músicas de todos os discos do quarteto. A voz de Tim Armstrong, como de costume, não aguenta muito tempo, mas a carga emocional do público, além das vozes de Lars Frederiksen e Matt Freeman, compensaram as falhas do líder da banda. (DAIGO OLIVA)

VINTAGE CULTURE
Duração real: Uma hora
Poderia ter durado: um tanto mais.
Músicas: Várias mixadas e picotadas.
Look: Fones e camiseta preta.
Lição - Mulheres à beira de um ataque de nervos.
Resumo: O DJ e produtor mato-grossense Lukas Ruiz aka Vintage Culture, tomou para si o palco Perry's no Lolla. Minutos antes de sua apresentação, o palco congestionou, feito inédito segundo o público que já havia frequentado outras edições.
Sob urros "Olha este homem!" e pulos, ele abriu o set com o hit "Drinkee". As pessoas repetiam "eu tomo um drink, eu fico tonto" feito um mantra.
Beber, porém, não era tão fácil para o palco que estava abarrotado e pode ser um sinal de que a organização talvez precise repensar o espaço dedicado aos DJs na edição 2018. (ALEX KIDD)

A inglesa The XX começa o show às 19:41 com a pista Onix lotada. Essa é a segunda vez que a banda indie vem ao Brasil. A primeira foi em 2013, no Popload Festival. "Vou desmaiar", diz uma fã. (AMANDA NOGUEIRA)

"Chega de tanta desigualdade, desse abismo social", diz Criolo. Público vibra e retoma com força o coro de "Fora, Temer" – incentivado pelo DJ do show, que remixa repetidamente a palavra "Golpe". Em seguida, o rapper começa a cantar a música "Não Existe Amor em SP". (VICTORIA AZEVEDO)

Por volta das 19h15, quando pelo horário faltavam 6 dos 24 shows da data por começar, cambistas na entrada do autódromo ainda vendiam ingressos por R$ 450. (ADRIANA KUCHLER)

Neste momento final do show, o Rancid acaba de tocar "Time Bomb", maior clássico do quarteto. Emendaram "Ruby Soho", outra canção que era presença constante na programação de videoclipes da MTV nos anos 1990. Tim Armstrong desce do palco para cantar o refrão final de "Ruby Soho" com o público. (DAIGO OLIVA)

"Seja bem vindo, seja você de qualquer rolê!", diz Criolo. "Chega de guerra e treta. Brasil, pais controverso, mas eu acredito na juventude. Faz barulho aí." (VICTORIA AZEVEDO)