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Donald Trump é eleito presidente dos EUA; siga repercussão
Donald Trump, 70, foi eleito nesta quarta (9) o 45º presidente dos Estados Unidos, após derrotar a ex-secretária de Estado Hillary Clinton. O resultado contrariou a maioria das pesquisas, que, até a linha de chegada, o pintavam como uma zebra.
O empresário republicano será o primeiro presidente dos EUA sem uma carreira política, o mais velho já eleito e também o mais rico.
Veja as últimas notícias sobre a repercussão da eleição de Trump.
Mike Segar/Reuters | |
Donald Trump discursa em Nova York após ser eleito presidente dos EUA |
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Obama diz 'torcer' pelo sucesso de Trump
Em tom conciliatório, o presidente Barack Obama afirmou que "todos estamos torcendo pelo sucesso [de Trump] em unir e liderar o país".
"A transição pacífica do poder é uma das marcas de nossa democracia", disse o presidente, na Casa Branca.
O democrata disse também que "não poderia estar mais orgulhoso" de sua correligionária Hillary Clinton, derrotada nas eleições.
Leia aqui a reportagem completa.
Pablo Martinez Monsivais/AP Photo Barack Obama se pronuncia sobre a vitória de Donald Trump Vitória de Trump consolida voz da classe média, relegada desde a crise de 2008
À luz dos últimos grandes momentos eleitorais da Europa e dos Estados Unidos, pode-se constatar uma novidade. A formação de um grupo importante formado por trabalhadores de renda média-baixa brancos assustados com os efeitos latentes da crise financeira global de 2008 e revoltados contra um Estado de bem-estar para o qual deixaram de ser a prioridade.
É revelador desse processo que Michigan tenha sido o estado que selou a vitória republicana. Detroit e a sua indústria automóvel foram um tema central das últimas campanhas presidenciais. As colossais construções de Alfred Kahn, outrora catedrais da indústria americana, se tornaram santuários fúnebres da classe trabalhadora branca. A insurreição nasceu nas carcaças do velho sonho americano.
Leia a análise, especial para a Folha, de Mathias de Alencastro.
Analistas preveem impacto sobretudo econômico na América Latina
Para analistas ouvidos pela repórter especial da Folha Sylvia Colombo, o principal impacto da chegada de Donald Trump à Presidência dos EUA na América Latina deve dar-se, no curto prazo, no México e em Cuba.
Para o resto do continente, o impacto será mais econômico, caso o presidente eleito siga com um discurso de defesa do protecionismo.
Mercados se acalmam com discurso conciliador de Trump; índices sobem em NY
O discurso conciliador de Donald Trump como presidente eleito dos EUA acalmou os mercados. Em Nova York, o índice S&P 500 subia há pouco 0,53%; o Dow Jones, +0,73%; e o Nasdaq, +0,40%. Na Europa, a Bolsa de Londres fechou em alta de 1,00%; Paris, +1,49%; e Frankfurt, +1,56%.
No Brasil, o Ibovespa chegou a cair 3% no início da sessão, mas recuava há pouco 0,29%, aos 63.969,52 pontos.
O dólar avança frente à maior parte das moedas. O peso mexicano é o que tem maior desvalorização, superior a 7%. Frente o real, a moeda americana cai cerca de 1%, para a casa dos R$ 3,21.
Em seu primeiro discurso, Hillary pede que simpatizantes deem chance a Trump
Em seu primeiro discurso após a derrota, Hillary conclamou seus simpatizantes a dar uma chance para o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, num apelo por uma transição pacífica após uma das campanhas mais agressivas dos últimos tempos, informa Anna Virginia Balloussier, de Nova York. "Devemos a ele uma mente aberta e uma chance de liderar."
A agora ex-presidenciável democrata se pronunciou pela primeira vez após perder a eleição para Trump, em coletiva na tarde desta quarta-feira (9), num hotel em Nova York. Apareceu acompanhada do marido, o ex-presidente Bill, e a filha, Chelsea.
Andrew Harnik/AP Hillary Clinton faz discurso em hotel em Nova York "Sei o quão desapontado vocês se sentem, eu me sinto assim também. Isso é doloroso e será por um longo tempo", disse após virulenta campanha, na qual foi chamada de "mulher nojenta" e "Hillary trapaceira" pelo rival republicano, e rebateu dizendo que metade de seus eleitores eram "deploráveis". "Espero que ele vá ser um presidente bem-sucedido para todos os americanos", afirmou.
O palco em forma de mapa americano estava pronto para ela discursar na noite anterior, num centro de convenções na cidade. A expectativa para aquela ser sua festa da vitória, contudo, não se concretizou. Desistiu de falar no dia.
Fogos de artifício já estavam a postos no local. Espatifariam, literalmente, o "telhado de vidro" ao qual Hillary se refere para falar dos limites impostos ao avanço feminino no país.
Ao virar a primeira mulher candidata à Casa Branca por um grande partido, ela comemorou ter provocado uma rachadura nessa barreira invisível no plano físico, mas tão real num país onde mulheres ganham em média US$ 0,64 para cada dólar faturado por homens para trabalhos similares (no Brasil é pior: US$ 0,48 para US$ 1, segundo o mesmo relatório do Fórum Econômico Mundial).
"Para todas as mulheres, sobretudo as meninas, que apostaram em mim, saibam que nada me fez mais orgulhosa do que ser sua campeã. Sei que a gente ainda não estilhaçou aquele teto de vidro. Mas, um dia, alguém vai. E espero que aconteça mais cedo do que hoje imaginamos."
Premiê do Canadá promete trabalhar com Trump 'positivamente'
O premiê do Canadá, Justin Trudeau, prometeu trabalhar com Donald Trump "de maneira positiva" em benefício "do mundo inteiro".
Em evento com estudantes em Ottawa, o premiê disse que as relações entre os EUA e o Canadá se baseiam em valores comuns.
Trump virou política de cabeça para baixo, diz presidente da Câmara dos EUA
O presidente da Câmara dos EUA, o republicano Paul Ryan, disse que Trump "virou a política de cabeça para a baixo" e prometeu trabalhar em conjunto com o presidente eleito.
Ele também destacou que Trump ajudou a garantir a maioria republicana tanto na Câmara quanto no Senado norte-americanos.
O parlamentar acrescentou ainda que a vitória de Trump representa "o repúdio do status quo de políticas liberais e progressistas fracassadas".
"Donald Trump ouviu algo que ninguém mais neste país havia ouvido", afirmou Ryan.
Ele disse ter certeza de que o presidente Barack Obama e a candidata derrotada Hillary Clinton trabalharão junto a Trump para "unificar" o país.
Durante a campanha, Ryan havia desistido de apoiar Trump após a revelação de um vídeo de 2005 em que o candidato fazia comentários ofensivos às mulheres.
Cliff Owen/Associated Press O presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, o republicano Paul Ryan Governo de Trump pode surpreender, diz cineasta Oliver Stone
Conhecido por suas posições de esquerda, o cineasta americano Oliver Stone relativizou a vitória de Donald Trump à Presidência dos Estados Unidos. "Ele pode surpreender", disse numa palestra de gestão empresarial em São Paulo, nesta quarta (9). "Eu tinha mais medo de Hillary Clinton, que é uma conservadora intervencionista e votou a favor de guerras. Trump para mim é um negociador, um homem prático."
Em poucos instantes, a democrata Hillary Clinton fará seu primeiro discurso desde que foi derrotada por Donald Trump. A declaração, inicialmente programada para ocorrer às 12h30 (horário de Brasília), está atrasada.
Presidente chinês diz que espera trabalhar com Trump sem conflito
O presidente chinês, Xi Jinping, também felicitou o republicano Donald Trump pela vitória na eleição americana.
"Concedo uma grande importância às relações chino-americanas e estou ansioso para trabalhar com você, sem conflito e sem confrontação, com base nos princípios de respeito mútuo e de cooperação", disse Xi.