Bolsa cai 1,4% e dólar avança a R$ 3,21, mas temor sobre Trump diminui

Os investidores de todo o mundo reagiram negativamente à inesperada vitória de Donald Trump. Na Ásia, as Bolsas fecharam em queda –o índice Nikkei da Bolsa de Tóquio recuou mais de 5%. O índice S&P 500 futuro da Bolsa de Nova York chegou a cair mais de 5%, enquanto o peso mexicano perdeu até 13% durante a madrugada desta quarta (9).

Entretanto, o primeiro discurso do republicano, pregando a união, foi considerado conciliador e contribuiu para diminuir a tensão nos mercados.

Em Nova York, os índices acionários inverteram a tendência de queda e subiam mais de 1%. As principais Bolsas europeias também viraram e encerraram o pregão em alta. No Brasil, porém, o Ibovespa recuou 1,4%.

No mercado de câmbio, a moeda americana se valorizou frente à maior parte das moedas, inclusive o real. O dólar comercial subiu mais de 1%, para a casa dos R$ 3,21.

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Evan Vucci/Associated Press
Apoiadores do republicano Donald Trump comemoram em Nova York resultados da apuração do pleito presidencial norte-americano

Band reprisa nesta quarta episódio de 'Os Simpsons' que previu vitória de Trump

Conhecida por prever o futuro, a série "Os Simpsons" exibiu no ano 2000 um episódio chamado de "Bart no Futuro", no qual que Donald Trump de fato chegou à presidência dos EUA. Para quem quiser relembrar esse acerto da série, a Band vai transmiti-lo nesta quarta-feira (9), às 22h10.

No episódio, Lisa Simpson assume a Casa Branca, em 2030, após um mandato de Trump, e a situação não é nada boa. O país está afogado em dívidas e mergulhado numa grave crise econômica.

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Reprodução
Homer Simpson acompanha discurso de Donald Trump em vídeo do seriado "Os Simpsons"

Qual será a cara do governo Trump? Veja nomes que podem ocupar cargos

Desde o começo se vendendo como o "outsider" que vai "drenar o pântano" (como se refere a Washington), e brigado com meio Partido Republicano, o presidente eleito dos EUA deve montar um gabinete tão distinto quanto a sua vitória, a primeira de um presidenciável sem qualquer digital política prévia. É esperado que Trump misture em seu time executivos e os poucos aliados políticos que lhe foram fiéis do início ao fim, relata a correspondente Anna Virginia Balloussier. Como o "trio parada dura" : Rudy Giuliani, ex-prefeito de Nova York, Chris Christie, governador de Nova Jersey, e Newt Gingrich, ex-presidente da Câmara nos anos 1990 -todos candidatos a ganhar um posto no alto escalão da nova gestão.

Americanos insatisfeitos protestam contra vitória de Donald Trump

Americanos insatisfeitos com a vitória do republicano Donald Trump fazem protestos em algumas cidades dos Estados Unidos nesta quarta-feira (9).

Por volta das 11h (17h em Brasília), o jornal de San Francisco "SF Gate" exibia imagens ao vivo em seu site de um protesto com centenas de pessoas contra a vitória Trump, na região de East Bay, norte da Califórnia.

Estudantes e professores de colégios locais se reuniram por volta das 9h (15h em Brasília) e partiram em passeata pela cidade até chegar no campus da Universidade da Califórnia em Berkeley.

Na vizinha Oakland, atos parecidos também começavam a tomar corpo. Na madrugada de terça (8) para quarta, esta região conhecida como San Francisco Bay Area registrou manifestações em diferentes pontos contra a eleição do republicano.

Há outros protestos marcados em cidades como, Portland, Austin e Boston, além de outras 12 manifestações agendadas para outros dias desta semana.

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Estudantes fazem caminhada em protesto contra a vitória de Donald Trump em East Bay, norte da Califórnia

Vitória de Trump reflete fracasso de Hillary com latinos, negros e jovens

A candidata democrata Hillary Clinton precisava ter ao seu lado o apoio maciço dos latinos, dos negros e dos jovens para vencer Donald Trump na última terça-feira (8). Seu desempenho com os três grupos, no entanto, não só foi pior que o de Barack Obama em 2012, como Trump conseguiu, inesperadamente, se sair melhor entre os hispânicos do que Mitt Romney há quatro anos.

O resultado dessa eleição, numa primeira análise, parece muito mais se explicar pelo desempenho ruim de Hillary em Estados-chave do que exatamente pelas conquistas de Trump, relata a enviada especial Isabel Fleck.

Gustavo Caballero/Getty Images/AFP
Hillary Clinton pede votos durante show de Jennifer Lopez e Marc Anthony, em Miami

Europeus temem reaproximação entre EUA e Rússia após vitória de Trump

Donald Trump, eleito nesta quarta-feira (9) presidente americano, pode concretizar um pesadelo europeu : a reaproximação entre os EUA e a Rússia, afastando-se da Otan (aliança militar ocidental).

A troca de afagos entre Trump e Putin preocupa líderes europeus, em especial na região dos Bálcãs e na Polônia, região afetada pela proximidade com a Rússia, informa o correspondente Diogo Bercito.

Há também preocupação na Ucrânia, que enfrenta embates na sua fronteira leste. A Crimeia, outrora um território ucraniano, foi anexada por Putin em 2014.

Mindaugas Kulbis/Associated Press
Na cidade de Vilnius, na Lituânia, grafite de rua zomba da relação entre Trump e Putin

Trumpismo é global, o mundo vive uma onda de populismo xenófobo

Meninos, eu não vi que Donald Trump chegaria à Casa Branca. Hoje essa cegueira, causada por minha falta de perspicácia política, me deixou constrangido. Mas, o que é muito pior, a eleição de Trump me deixou envergonhado –de ser americano.

Leia mais depoimento do jornalista americano Michael Kepp.

Hillary ainda está na frente no voto popular

Apesar de Donald Trump já ter garantido a vitória no colégio eleitoral, que é o que define quem será presidente dos EUA, Hillary ainda está mais de 206 mil votos à frente do republicano no quesito voto popular.

São 59,7 milhões de votos para ela, ou 47,7% do total, e 59,5 milhões de votos para ele, ou 47,5% do total, segundo dados da CNN. A apuração, no entanto, ainda não está encerrada.

Americanos insatisfeitos vão às ruas contra vitória de Donald Trump

Insatisfeitos com a vitória de Donald Trump, centenas de americanos vão às ruas nesta quarta (9) para protestar contra o republicano.

Organizadas em sua maioria pelas redes sociais, as manifestações devem ocorrer no final da tarde dos EUA. Há ao menos 14 protestos marcados em cidades como, Portland, Austin e Boston, além de outras 12 manifestações agendadas para outros dias desta semana.

Em Los Angeles, dois protestos foram marcados no centro da cidade pelo Facebook: o primeiro será às 19h (1h em Brasília), na praça Pershing Square. Às 9h30, a página do evento tinha 375 pessoas confirmadas e 855 interessadas.

O segundo ato será às 20h em frente à prefeitura, organizado por um grupo de asiáticos e africanos da cidade. A página tinha cerca de 550 confirmações, 1.500 interessados e mais de 5.000 compartilhamentos. Em Sacramento, capital californiana, uma manifestação foi agendada para as 16h, no Palácio de Justiça, com 225 pessoas confirmadas e 708 interessadas.

"Este protesto é pelas mulheres, pelos trabalhadores, pelas pessoas de cor, pelos trans, e pelas nossas vidas", disse o convite on-line. "A eleição de Donald Trump é o mais recente padrão de discriminação sistemática contra nossas comunidades nos EUA. Não vamos aceitar a Presidência de Donald Trump quietamente."

Reprodução/Facebook
Los Angeles Rally Against Trump Government

Dilma lança indireta a Temer ao comentar vitória de Trump

A ex-presidente Dilma Rousseff comentou a eleição de Donald Trump com uma mensagem indireta ao seu ex-vice-presidente Michel Temer, que assumiu o comando do governo após o processo de impeachment.

"A tradição de um democrata é reconhecer a derrota, e não articular um processo golpista de impeachment sem medir as consequências para o seu país", escreveu nesta quarta-feira (9), em uma rede social. "Os líderes americanos, apesar dos ânimos acirrados, respeitam os resultados eleitorais, como define a Constituição dos EUA."

A brasileira elogiou "o espírito digno de uma liderança de tradição democrática", a candidata derrotada Hillary Clinton.

"Mesmo tendo maioria nas urnas, aceitou as regras da disputa eleitoral, reconhecendo a vitória de Donald Trump no colégio eleitoral. Na democracia o que importa é o respeito às regras do jogo", disse Dilma.

Jessica Rinaldi - 19.set.11/Reuters
Hillary, então secretária de Estado americana, e Dilma, então presidente, em encontro na ONU, em 2011