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Deputados aprovam abertura do processo de impeachment de Dilma; acompanhe
A Câmara dos Deputados aprovou neste domingo (17) a abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). A barreira de 2/3 dos votos necessários da Casa para a continuação do rito foi atingida.
A votação continua, mas 342 parlamentares, entre os 513 da Casa, já votaram a favor.
A derrota na Câmara não significa o afastamento imediato de Dilma. A decisão dos deputados precisará ainda ser confirmada por maioria simples pelo Senado, o que deve acontecer até o início de maio.
Na primeira etapa do processo, que durou 43 horas, quase 120 deputados discursaram. A votação do impeachment no plenário segue a ordem Norte-Sul, alternada por Estados. Assim, o primeiro Estado a votar foi Roraima, e Alagoas será o último. Dentro dos Estados, a ordem de votação dos deputados é a alfabética.
Em São Paulo, manifestação a favor do impeachment reuniu 250 mil pessoas na avenida Paulista, de acordo com o Datafolha. Ato contra a saída da presidente Dilma teve 42 mil pessoas no Vale do Anhangabaú.
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"Eles deveriam representar o povo, e não seu próprio umbigo", diz manifestante
SÃO PAULO - A professora Paula Deppa Banchetti, 38, que participa com a família do ato contra o impeachment no Anhangabaú, disse estar inconformada com os discursos dos deputados que votaram pela saída da presidente Dilma Rousseff. Para ela, seus votos apelaram para as famílias deles. "Achei muito egocêntricos. Como deputados, eles deveriam representar o povo, não o seu próprio umbigo. Eu não tenho nada a ver com família deles, eu estou do lado do povo. Estamos, sim, passando por uma crise, mas eu estudei e sei que o passado foi muito pior do que é hoje. Uma crise política acontece, mas o impeachment requer um crime. Cadê o crime?, disse.
Comando do PT se resigna com voto 200 para impeachment
Com a chegada à soma de 200 votos favoráveis ao impeachment com os deputados de São Paulo, o comando do PT está resignado. O partido esperava que até agora os apoiadores do impeachment fossem 170
Manifestantes que pichavam "Não ao golpe" são detidos em SP
A polícia acaba de prender dois militantes que pichavam "Não ao golpe" no vale do Anhangabaú
Juliana Cunha/Folhapress Manifestantes que pichavam "Não ao golpe" são detidos em SP Deputado do PSB que era indeciso vota 'sim'
Outro que era indeciso, o deputado José Reinaldo (PSB-MA) também se posicionou a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff.
"Não posso passar por cima das perseguições e injustiças contra mim, do bloqueio do governo federal ao meu governo. O meu voto é sim."
Manifestantes começam a deixar o Anhangabaú
SÃO PAULO - Manifestantes pró-Dilma deixam o Anhangabaú, no centro de São Paulo. "Dilma perdeu?", perguntou um menino de preto que viu o grupo subindo as escadas que dão acesso ao Theatro Municipal.
Rogerio Pagnan/Folhapress Manifestantes começam a deixar o vale do Anhangabaú Veja alguns dos votos declarados dos deputados paulistas
Nilton Tatto (PT): "Em defesa dos direitos indígenas e dos quilombolas, da reforma agrária, em defesa do Minha Casa, Minha Vida, eu sou contra desse golpe tramado pelo presidente dessa Casa e pelo vice-presidente."
Orlando Silva (PCdoB): "Saudando os trabalhadores e trabalhadoras do brasil que foram as ruas em defesa da democracia, dos que nesse momento ocupam o Vale do Anhangabaú em São Paulo, em defesa da constituição, o meu voto e do meu partido, do PCdoB, eu voto não ao golpe!"
Paulinho da Força (SD): "Pelos trabalhadores do Brasil, pelos aposentados, outros dez milhões que perderam emprego no governo Dilma e contra a boquinha do PT e do PCdoB eu voto sim"
Paulo Teixeira (PT): "Ao povo brasileiro, não ao golpe daqueles que querem tirar uma pessoa que teve 54 milhões de votos nas urnas. Esses que querem tirar não tem votos. Contra o ataque à Constituição e à democracia que está sendo feito aqui nessa tarde em Brasília. Voto não pelo Brasil!"
Marco Feliciano (PSC): "Com a ajuda de Deus, com a minha família, pelos meninos do MBL e do Vem pra Rua dizendo tchau a essa querida e ao partido das trevas, eu voto sim, senhor presidente"
Roberto de Lucena (PV): "O Brasil merece uma chance, o Brasil merece uma oportunidade e é nessa direção que, com respeito ao povo de São Paulo e por amor a nação brasileira, eu voto sim. Que deus nos abençoe."
Valmir Prascidelli (PT): "Por direitos iguais a todos os brasileiros, com a minha consciência absolutamente tranquila diferente de muitos aqui, mas com o coração cheio de esperanças de que a luta por um Brasil muito melhor vai continuar, contra o golpe, eu voto não!"
Vicentinho (PT): "Eu não sou corrupto, eu não faço conchavo, não sou traidor da classe trabalhadora, nem sou oportunista, em nome do meu povo negrom, dos quilombolas, da classe trabalhadora da cidade, eu não aceito esse conluio espúrio, por isso eu voto não."
Vinicius Carvalho (PRB): "Esse governo errou ao apostar na desordem, errou ao não acreditar no progresso desse país e nós nessa Casa com mais de 95 milhões de votos, temos sim, legitimidade de dar fim a esse governo. Eu voto sim!"
Votação chega à metade
Com o voto do deputado André Fufuca (PP-MA), a votação na Câmara chegou à metade.
Se fosse encerrada agora, a decisão seria favorável ao prosseguimento do processo de impeachment, com 79% dos votos, passando com folga os dois terços necessários.
VEJA COMO FORAM OS VOTOS DOS DEPUTADOS DE SÃO PAULO
Os deputados de São Paulo votaram em ampla maioria a favor da autorização da Câmara para que o Senado abra o processo de impeachment. Apenas 13 dos 70 parlamentares paulistas anunciaram ser contra o processo.
ALEX MANENTE (PPS-SP) - A FAVOR
ALEXANDRE LEITE (DEM-SP) - A FAVOR
ANA PERUGINI (PT-SP) - CONTRA
ANDRES SANCHEZ (PT-SP) - CONTRA
ANTONIO BULHÕES (PRB-SP) - A FAVOR
ARLINDO CHINAGLIA (PT-SP) - CONTRA
ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB-SP) - A FAVOR
ARNALDO JARDIM (PPS-SP) - A FAVOR
BALEIA ROSSI (PMDB-SP) - A FAVOR
BETO MANSUR (PRB-SP) - A FAVOR
BRUNA FURLAN (PSDB-SP) - A FAVOR
BRUNO COVAS (PSDB-SP) - A FAVOR
CAPITÃO AUGUSTO (PR-SP) - A FAVOR
CARLOS SAMPAIO (PSDB-SP) - A FAVOR
CARLOS ZARATTINI (PT-SP) - CONTRA
CELSO RUSSOMANNO (PRB-SP) - A FAVOR
DR. SINVAL MALHEIROS (PTN-SP) - A FAVOR
DUARTE NOGUEIRA (PSDB-SP) - A FAVOR
EDINHO ARAÚJO (PMDB-SP) - A FAVOR
EDUARDO BOLSONARO (PSC-SP) - A FAVOR
EDUARDO CURY (PSDB-SP) - A FAVOR
ELI CORRÊA FILHO (DEM-SP) - A FAVOR
EVANDRO GUSSI (PV-SP) - A FAVOR
FAUSTO PINATO (PP-SP) - A FAVOR
FLAVINHO (PSB-SP) - A FAVOR
FLORIANO PESARO (PSDB-SP) - A FAVOR
GILBERTO NASCIMENTO (PSC-SP) - A FAVOR
GOULART (PSD-SP) - A FAVOR
GUILHERME MUSSI (PP-SP) - A FAVOR
HERCULANO PASSOS (PSD-SP) - A FAVOR
IVAN VALENTE (PSOL-SP) - CONTRA
JEFFERSON CAMPOS (PSD-SP) - A FAVOR
JOÃO PAULO PAPA (PSDB-SP) - A FAVOR
JORGE TADEU MUDALEN (DEM-SP) - A FAVOR
JOSÉ MENTOR (PT-SP) - CONTRA
KEIKO OTA (PSB-SP) - A FAVOR
LUIZ LAURO FILHO (PSB-SP) - A FAVOR
LUIZA ERUNDINA (PSOL-SP) - CONTRA
MAJOR OLIMPIO (SD-SP) - A FAVOR
MARA GABRILLI (PSDB-SP) - A FAVOR
MARCELO SQUASSONI (PRB-SP) - A FAVOR
MARCIO ALVINO (PR-SP) - A FAVOR
MIGUEL HADDAD (PSDB-SP) - A FAVOR
MIGUEL LOMBARDI (PR-SP) - A FAVOR
MILTON MONTI (PR-SP) - A FAVOR
MISSIONÁRIO JOSÉ OLIMPIO (DEM-SP) - A FAVOR
NELSON MARQUEZELLI (PTB-SP) - A FAVOR
NILTO TATTO (PT-SP) - CONTRA
ORLANDO SILVA (PC do B-SP) - CONTRA
PAULO FREIRE (PR-SP) - A FAVOR
PAULO MALUF (PP-SP) - A FAVOR
PAULO PEREIRA DA SILVA (SD-SP) - A FAVOR
PAULO TEIXEIRA (PT-SP) - CONTRA
PR. MARCO FELICIANO (PSC-SP) - A FAVOR
RENATA ABREU (PTN-SP) - A FAVOR
RICARDO IZAR (PP-SP) - A FAVOR
RICARDO TRIPOLI (PSDB-SP) - A FAVOR
ROBERTO ALVES (PRB-SP) - A FAVOR
ROBERTO DE LUCENA (PV-SP) - A FAVOR
RODRIGO GARCIA (DEM-SP) - A FAVOR
SAMUEL MOREIRA (PSDB-SP) - A FAVOR
SÉRGIO REIS (PRB-SP) - A FAVOR
SILVIO TORRES (PSDB-SP) - A FAVOR
TIRIRICA (PR-SP) - A FAVOR
VALMIR PRASCIDELLI (PT-SP) - CONTRA
VANDERLEI MACRIS (PSDB-SP) - A FAVOR
VICENTE CANDIDO (PT-SP) - CONTRA
VICENTINHO (PT-SP) - CONTRA
VINICIUS CARVALHO (PRB-SP) - A FAVOR
VITOR LIPPI (PSDB-SP) - A FAVOROrganizadores e lideranças discutem como evitar o esvaziamento do Anhangabaú
SÃO PAULO - Organizadores do evento pró-Dilma, no Anhangabaú, convocam lideranças de grupos e caravanas para reunião atrás do carro de som.
Eles devem discutir o que fazer com o show de Chico César e com os discursos que faltam.
O grupo deve definir qual a melhor estratégia para evitar o esvaziamento do ato conforme a votação se desenrola. Alguns acham que seria mais fácil segurar a militância parando a transmissão da votação e deixando o músico se apresentar.
Outros acreditam que isso faria as pessoas procurarem outro local para assistir a votação.
"Se começa a falar em família, é 'sim'"
BRASÍLIA - "É muito previsível se o deputado vai votar 'sim' ou 'nao'. Se começa a falar em família, é 'sim'", diz Renata Agostinho, 44, que acompanha a votação em um bar com amigos contra o impeachment.