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Acompanhe em tempo real a cobertura da crise política no governo Dilma
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tomou posse nesta quinta-feira (17) do cargo de ministro da Casa Civil, horas após o juiz federal Sergio Moro liberar no inquérito da Operação Lava Jato um grampo telefônico que sugere uma ação da presidente Dilma Rousseff para evitar uma eventual prisão do petista.
Uma decisão da Justiça Federal de Brasília determinou, porém, a suspensão do ato de nomeação. Na decisão, o juiz Itagiba Catta Preta Neto afirma que há indícios de cometimento do crime de responsabilidade. O advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, já informou que o governo federal irá recorrer.
A divulgação dessa gravação e a entrada de Lula no governo motivam protestos pelo país desde a noite de quarta. Em São Paulo, a avenida Paulista amanheceu bloqueada por manifestantes.
Acompanhe em tempo real os desdobramentos da crise política do governo Dilma. A Folha fez um resumo dos acontecimentos desta quinta.
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PORTO ALEGRE - Cerca de 200 pessoas, segundo a Brigada Militar (a PM gaúcha), defendem o governo Dilma e Lula na Esquina Democrática, local tradicional de manifestações sociais. "Querem tirar a Dilma para acabar com os projetos sociais desse país", diz um manifestante do carro de som.
BRASÍLIA - Dilma finaliza o discurso com "Esse Brasil conta com meu trabalho e determinação e, em nome dos ministros hoje empossados, conta com o trabalho deles também."
BRASÍLIA - "Nós estamos, sim, diante de um fato grave. Uma agressão não à minha pessoa, mas à cidadania. Eu tenho defendido a liberdade de expressão e de manifestação. Eu tenho defendido e sempre defenderei a busca da verdade e os princípios necessários para construir cada vez mais um país livre da corrupção. Quero deixar claro que isso não me fará recuar diante da exigência da mais absoluta apuração dos fatos ocorridos ontem. Convulsionar a sociedade brasileira em cima de métodos escusos viola os direitos dos cidadãos e abre precedentes gravíssimos", diz Dilma em seu discurso.
BRASÍLIA - Após Dilma dizer que as prerrogativas da Presidência foram violadas e que "não há Justiça" assim, plateia ataca Moro nominalmente: "Moro fascista".
BRASÍLIA - Dilma faz críticas em seu discurso: "A Justiça e o combate à corrupção é sempre mais forte e digno quanto mais seus agentes agirem com retidão, celeridade e discrição. Não há Justiça quando delações são tornadas públicas. O Brasil não pode se tornar submisso a uma conjuração que invade as prerrogativas constitucionais da Presidência da República. O que farão com as prerrogativas dos cidadãos?"
BRASÍLIA - Depois de a presidente elogiar a "humildade" do novo ministro, a plateia a interrompe: 'o povo não é bobo, abaixo a Rede Globo'.
BRASÍLIA - Em discurso, Dilma diz: "Nesse momento temos de estar juntos pelo Brasil. Eu, Lula, nossa base política e social. Podemos todos agir em conjunto e deixar para trás a paralisia econômica. Estamos determinados a promover o reequilíbrio fiscal e reduzir a inflação. Meu governo terá ainda melhores condições para recolocar o Brasil nos trilhos com o Lula ao meu lado."
BRASÍLIA - Entre gritos de apoio, Dilma diz "Sempre lutamos pelos brasileiros. Governamos pensando no melhor dos brasileiros. Pelos brasileiros estamos juntos outra vez."
BRASÍLIA - Dilma elogia Lula. "Uma pessoa que, além de ser um grande líder político, é um companheiro de lutas. Seja bem-vindo, querido companheiro ministro Luiz Inácio Lula da Silva. Eu conto com a experiência do ex-presidente. Conto com a identidade que ele tem com esse país e com o povo. Conto com sua incomparável capacidade de olhar nos olhos do nosso povo e de entender esse povo. De querer o melhor para esse povo. E também de ser entendido por ele e por ele amado. A sua presença aqui prova que você tem a grandeza dos estadistas e dos grandes líderes."
LUCAS DO RIO VERDE (MT) - Caminhoneiros bloqueiam BR-163 em protesto contra o governo. A intenção é que a via fique interditada "das 6h30 até que se restabeleça a órdem em nosso país". São liberados veículos de passeio, ambulâncias e ônibus.
Foto: Marcelo Trentini/Leitor