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Acompanhe a crise política no governo Dilma após divulgação de áudio
O juiz federal Sergio Moro, que comanda a operação Lava Jato, incluiu no inquérito que tramita em Curitiba uma conversa telefônica entre o ex-presidente Lula e a presidente Dilma Rousseff, na qual ela diz que encaminhará a ele o "termo de posse" de ministro.
Dilma está no Alvorada e discute com equipe jurídica o que fazer. Um assessor direto da petista disse, reservadamente, que o país está vivendo "um Estado policial". Já o advogado Cristiano Zanin Martins, que defende Lula, acusou Moro de estimular uma "convulsão social".
Na gravação divulgada nesta quarta-feira (16), a presidente diz a Lula que o termo de posse só seria usado "em caso de necessidade".
Os investigadores da Lava Jato interpretaram o diálogo como uma tentativa de Dilma de evitar uma eventual prisão de Lula. Se houvesse um mandado do juiz, de acordo com essa interpretação, Lula mostraria o termo de posse como ministro e, em tese, ficaria livre da prisão. O juiz Moro não pode mandar prender ministros porque eles detêm foro privilegiado –Dilma nomeou Lula como novo ministro da Casa Civil nesta quarta.
Abaixo, é possível ouvir o áudio completo das gravações de ligações do ex-presidente Lula divulgadas pela PF nesta quarta:
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MACEIÓ - Centenas de pessoas se concentram em frente ao apartamento do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), na orla da Ponta Verde. Com cartazes e bandeiras, protestam contra a nomeação de Lula para ministro da Casa Civil e pedem a renúncia de Dilma.
SÃO BERNARDO DO CAMPO - Movimentação em frente à casa do ex-presidente Lula.
Foto: Folhapress
SÃO PAULO - Cresce o número de manifestantes na avenida Paulista. As pessoas chegam tanto do sentido Consolação quanto do sentido Paraíso.
Manifestações contra o governo Dilma ocorrem agora em ao menos 11 capitais do país. Além de Rio e de São Paulo, moradores de Brasília, Vitória, Goiânia, Belo Horizonte, Recife, Salvador, Porto Alegre, Manaus e Florianópolis também saíram às ruas para protestar contra a presidente Dilma e a nomeação do ex-presidente Lula para seu ministério. Em várias cidades ocorreram panelaços no momento em que a presidente apareceu no "Jornal Nacional", da TV Globo. Em Porto Alegre, alguns manifestantes soltaram rojões.
BRASÍLIA - Manifestantes contra o governo da presidente Dilma Rousseff protestam em frente ao Palácio do Planalto nesta quarta
(Foto: Andressa Anholete/FramePhoto/Folhapress)
SÃO PAULO - Em despacho publicado na tarde desta quarta-feira (16), o juiz Sergio Moro afirma que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva "já sabia ou pelo menos desconfiava de que estaria sendo interceptado pela Polícia Federal, comprometendo a espontaneidade e a credibilidade de diversos diálogos." Moro diz ainda que os diálogos sugerem que ele tinha conhecimento antecipado das buscas que seriam feita no dia 4 de março e refuta a suspeita do telefone da presidente Dilma Rousseff ter sido grampeado. "Apesar de existirem diálogos do ex-presidente com autoridades com foro privilegiado, somente o terminal utilizado pelo ex-presidente foi interceptado e jamais os das autoridades com foro privilegiado, colhidos fortuitamente." O juiz diz ainda que o telefone de Lula não foi interceptado, mas sim o de um assessor do qual fazia uso frequente.
Investigação sem citar PSDB seria 'uma farsa', diz Lula em grampo.
SÃO PAULO - Mais pessoas começam a chegar à avenida Paulista de metrô, com bandeiras e camisetas verde e amarelo, para protestar.
SÃO PAULO - Em despacho publicado às 16h21 desta quarta-feira (16), o juiz Sergio Moro afirma que "não há defesa de intimidade" que justifique a manutenção de segredo sobre provas relacionadas a crimes contra a administração pública. Moro afirma ter suspendido o sigilo das interceptações telefônicas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como forma de propiciar "ampla" publicidade. "O levantamento [do sigilo] propiciará assim não só o exercício da ampla defesa pelos investigados, mas também o saudável escrutínio público sobre a atuação da administração pública e da própria Justiça criminal."
SÃO PAULO - Muitas das pessoas disseram ter vindo depois de ver a divulgação das conversas entre Lula e Dilma. É o caso do militar Francisco Rezende, 50, e da mulher dele, Ana Letícia Ferreira, 39. Com bandeiras nas costas, eles pediam a renúncia de Dilma em frente à Fiesp.
"Causa muita indignação. Nunca vi um estado com tantas quadrilhas dentro dos poderes. A Polícia Federal está se mostrando a instituição mais forte do país, mais até do que as forças armadas", disse Rezende, elogiando a PF.