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Acompanhe a crise política no governo Dilma após divulgação de áudio
O juiz federal Sergio Moro, que comanda a operação Lava Jato, incluiu no inquérito que tramita em Curitiba uma conversa telefônica entre o ex-presidente Lula e a presidente Dilma Rousseff, na qual ela diz que encaminhará a ele o "termo de posse" de ministro.
Dilma está no Alvorada e discute com equipe jurídica o que fazer. Um assessor direto da petista disse, reservadamente, que o país está vivendo "um Estado policial". Já o advogado Cristiano Zanin Martins, que defende Lula, acusou Moro de estimular uma "convulsão social".
Na gravação divulgada nesta quarta-feira (16), a presidente diz a Lula que o termo de posse só seria usado "em caso de necessidade".
Os investigadores da Lava Jato interpretaram o diálogo como uma tentativa de Dilma de evitar uma eventual prisão de Lula. Se houvesse um mandado do juiz, de acordo com essa interpretação, Lula mostraria o termo de posse como ministro e, em tese, ficaria livre da prisão. O juiz Moro não pode mandar prender ministros porque eles detêm foro privilegiado –Dilma nomeou Lula como novo ministro da Casa Civil nesta quarta.
Abaixo, é possível ouvir o áudio completo das gravações de ligações do ex-presidente Lula divulgadas pela PF nesta quarta:
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SÃO PAULO - "Vamos resgatar o espírito de 2013. Não vai ter golpe, vai ter Justiça. Viva Sérgio Moro, fora PT", disse o industrial Renato Tamaio, 49, do Movimento Pátria Amada. Ele instalou um alto-falante sobre um orelhão em frente à Fiesp, na Paulista. Fogos de artifício são vistos na avenida.
SÃO PAULO - Em outro grampo telefônico revelado pela Justiça Federal nesta quarta-feira (16), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirma que as investigações da Lava Jato serão "uma farsa, uma mentira" se a delação premiada dos executivos da Andrade Gutierrez Elton Negrão de Azevedo e Otávio Marques de Azevedo não citarem o PSDB nem o senador tucano Aécio Neves. A frase foi dita em conversa de Lula com o senador Lindbergh Farias (PT-RJ).
MANAUS - Manifestantes interrompem o trânsito na avenida Djalma Batista, na área nobre da capital. Eles usam camisetas verde e amarela. Apesar do trânsito, vários motoristas buzinam em sinal de apoio.
A presidente Dilma Rousseff repudiou com veemência a distribuição pela Justiça Federal em Curitiba de conversa entre a petista e seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo ela, a iniciativa é uma "afronta aos direitos e garantias" da Presidência da República.Em nota pública, o Palácio do Planalto informou que medidas judiciais e administrativas cabíveis serão adotadas.
SÃO PAULO - Manifestantes soltam fogos dentro da quadra ao lado do instituto. O efeito sonoro é de explosão
BRASÍLIA - O senador Aécio Neves (PSDB-MG) afirmou em nota que a conversa entre a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva representa a "falência definitiva de um governo que ultrapassou todos os limites éticos e morais para defender os seus aliados". "A presidente Dilma não tem mais condições de governar o Brasil", disse Aécio.
PORTO ALEGRE - Na capital gaúcha, o panelaço ficou ainda mais forte no início do Jornal Nacional, da TV Globo. Além de panelas, foram ouvidos fogos de artifício, vuvuzelas, apitos e até sinos nos bairros Centro, Cidade Baixa, Menino Deus, Moinhos de Vento, Rio Branco e Petrópolis. Algumas pessoas levaram os bonecos pixulecos para as janelas. As palavras de ordem foram "Fora Dilma" e "Lula na cadeia". Um protesto organizado por integrantes do MBL reúne centenas de manifestantes no Parcão (Parque Moinhos de Vento), mesmo local do protesto do último domingo (13). Na Praça da Encol, no bairro nobre Bela Vista, também há um protesto contra o governo.
RIO - Protestos contra o governo Dilma Rousseff e o PT ocorrem nesta noite em vários bairros do Rio, da zona norte à zona oeste da cidade. Panelaços são ouvidos em bairros como Méier, Botafogo e no município de Niterói. Manifestantes também saíram às ruas em Copacabana e na Barra da Tijuca.
RECIFE - Manifestantes também se concentram na avenida Boa Viagem, zona sul do Recife. Com camisetas amarelas, bandeiras do Brasil e faixas pedindo o impeachment da presidente, o grupo caminha entre os carros parados, que buzinam e piscam os faróis.
SÃO PAULO - O advogado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Cristiano Zanin Martins, acusa o juiz Sergio Moro de estimular uma "convulsão social" com a liberação da conversa telefônica entre Lula e a presidente Dilma Rousseff. Para Zanin, Moro cometeu uma arbitrariedade. "O que ocorreu hoje foi uma arbitrariedade muito grande. Um grampo envolvendo a presidente da República é um fato muito grave. Entendemos que este ato está estimulando uma convulsão social. Isso não é papel do Judiciário", afirmou.