O Movimento Passe Livre fez nesta terça-feira (19) o quarto grande protesto do ano contra o aumento das tarifas do transporte público de São Paulo.
O ato teve concentração única na esquina das avenidas Faria Lima e Rebouças, na zona oeste, mas foi dividido e seguiu para dois pontos: o Palácio dos Bandeirantes (zona oeste) e Prefeitura de São Paulo (centro).
Segundo o movimento, a divisão foi uma maneira de cobrar tanto o prefeito Fernando Haddad (PT) quanto o governador Geraldo Alckmin (PSDB), que reajustaram a tarifa de ônibus, metrô e trem de R$ 3,50 para R$ 3,80.
No início do protesto, dois manifestantes foram detidos portando um martelo e um estilingue, segundo a polícia. Até as 21h15, não haviam sido registradas cenas de violência, ao contrário dos atos anteriores.
Na semana passada, os dois maiores atos promovidos pelo movimento foram marcados, de um lado, pela atuação dos mascarados, que depredaram uma estação de metrô na quinta (14); e, de outro, pela atuação da PM, que usou bombas de gás para reprimir o ato de terça (12) ainda na concentração, gerando correria no centro da cidade.
Manifestantes cantam adaptações dos hinos das ocupações das escolas: "Estado veio quente, nóis (sic) já tá fervendo. Quer aumentar tarifa, não tô entendendo. Mexeu com estudante, você vai sair perdendo"
Segundo a CET, os manifestantes ocupam completamente o sentido centro da av. Rebouças, na altura da av. Pedroso de Moraes
Artur Rodrigues/ Folhapress
Artur Rodrigues/ Folhapress
Manifestantes se dividem em dois itinerários distintos. Uma parte segue pela Rebouças no sentido da prefeitura, na região central da cidade, para cobrar o prefeito Fernando Haddad, responsável pelo aumento das passagens dos ônibus. A outra segue para o Morumbi, zona oeste, onde estão o Palácio dos Bandeirantes e o governador Geraldo Alckmin, que autorizou a subida das tarifas da CPTM e do metrô
Os manifestantes reunidos entre as av. Faria Lima e Rebouças se dividem em dois grupos e partem para a Prefeitura de São Paulo (centro) e o Palácio dos Bandeirantes (zona oeste)
O segundo suspeito estava com um estilingue, de acordo com Nina Capello, do MPL
Segundo a PM, um jovem foi detido por estar levando um martelo dentro da mochila
Ao menos duas pessoas foram detidas na concentração do protesto. A Polícia Militar está revistando todos os participantes do ato
"É bom pulverizar e espalhar a luta pela cidade, e que todos se organizem por várias ações. Que a gente consiga conversar e trocar ideia com q população trabalhadora que não está nos protestos também. Achamos positivo não só o MTST como todos os demais grupos organizados participem. O MPL não vai conquistar nada sozinho. Junho de 2013 é um exemplo, mas há várias bairros que se mobilizam e o MPL é um coadjuvante que dá apoio. Temos convicção de que os protestos podem ser assim, autônomos, sem depender da burocracia político-partidária", disse Vitor Quintiliano, 19, porta-voz do MPL, nesta terça (19)